Julgamento no TSE vai esquentar, hoje
O suspense ficou para hoje. Às 9h, o TSE iniciará a segunda sessão para avaliar o processo movido pelo PSDB contra a chapa que um dia uniu Dilma Rousseff e Michel Temer. Ontem, a noite foi do ministro responsável pelo caso, Herman Benjamin. Ele leu por 45 minutos um resumo das 1.032 páginas de seu relatório e os advogados das partes foram ouvidos. Os do PSDB, que entraram com a ação, pediram que se cassasse a chapa. Os de Dilma e Temer se defenderam. O Ministério Público reiterou o pedido de cassação, além da inelegibilidade da ex-presidente. E aí, um por um, foram apresentados quatro dos cinco questionamentos preliminares. Pôs-se em dúvida, por exemplo, se o TSE tem autoridade para cassar o mandato de um presidente. Sim, responderam por unanimidade os ministros. Benjamin ganhou por unanimidade os quatro. Mas é o quinto questionamento o mais delicado: se as delações da Odebrecht, do marqueteiro João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, podiam ou não ser incluídas no processo. E é deste ponto que o julgamento será retomado, nesta manhã. A noite pode ter sido de Benjamin, mas a parte difícil ainda não começou.
A um ponto, o presidente da Corte, Gilmar Mendes, esboçou o início de um embate com Benjamin, apontando para o fato de que o TSE cassa mais mandatos do que a ditadura. “As ditaduras cassam quem defende a democracia”, ele respondeu. “O TSE cassa quem é contra a democracia.” Mas Gilmar continuou. “Temos uma situação bastante singular”, disse, “que é a impugnação de uma chapa presidencial e um grau de estabilidade ou instabilidade que precisa ser considerado.” É justamente o dilema que os ministros vão considerar: o quanto a política deve temperar sua avaliação jurídica. (Estadão)
O presidente Michel Temer assistiu à sessão pela TV, no Palácio do Planalto. Estavam a seu lado os ministros Moreira Franco, Eliseu Padilha, Gilberto Kassab e o tucano Antonio Imbassahy, além do presidente da Câmara Rodrigo Maia. (Estadão)
Uma foto de abril de 2016 registra o então vice-presidente Michel Temer assistindo à votação do impeachment de Dilma. Tinha, a seu lado, Eliseu Padilha, Henrique Eduardo Alves e Rodrigo Rocha Loures. Dois deles, presos.
A sensação na Câmara, informa o Painel da Folha, é de que a Justiça fecha o cerco contra os políticos. E seja lá quem suceder a Temer, no caso de pleito indireto, não terá vida tranquila.
Vera Magalhães: na avaliação do PSDB, quem teria mais chances na eleição indireta é Rodrigo Maia. Por conta disto, os tucanos vão ficando no governo. (Estadão)
Rocha Loures, aliás, fez um pedido: que não lhe raspem o cabelo no momento da transferência para o presídio da Papuda. Ontem, o ministro Ricardo Lewandowski negou a seus advogados um pedido de habeas corpus. (Globo)
As notícias ruins não param nos arredores do presidente. Ele e sua mulher viajaram de favor pelo menos duas vezes em um jato de Joesley Batista. (Globo)
Mas... o ministro Edson Fachin concedeu ao presidente prazo maior para responder às 82 perguntas formuladas pela Polícia Federal. Tem até 17h de sexta-feira. As questões (listadas pelo Poder360 na íntegra) deixam claro para onde se encaminha a investigação. “Vossa Excelência tem por hábito receber empresários em horários noturnos sem prévio registro em agenda oficial? Se sim, cite ao menos três”, especifica uma. Ou, sugerindo uma velha suspeita a respeito de Temer, “Vossa Excelência tem relação de proximidade com empresários atuantes no segmento portuário, especialmente de Santos/SP?”
O prefeito paulistano João Doria perdeu a habilitação de motorista por dirigir acima da velocidade, fazer manobra irregular e avançar o sinal vermelho. Seus assessores informam que, no comando do carro, estavam motoristas profissionais. Doria, porém, terá de fazer curso de reabilitação. (Folha)
Artigo: uma resposta a Fernando Haddad, pelo editor do Meio, Pedro Doria.
Dois ataques terroristas simultâneos ocorreram hoje em Teerã. Um, que incluiu tiros e a explosão de um homem-bomba, foi no parlamento iraniano. Chegaram a manter reféns. O outro, no mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República. Ainda não havia detalhes quando se fechou esta edição.
Os ataques vêm no dia seguinte à suspensão de relações de países árabes com o Catar, acusado de apoiar o terrorismo por sua proximidade com o Irã.
Cultura
Lembra da carta que Temer enviou à Dilma? Aquela correspondência em que o atual presidente gastava seu latim (com verba volant, scripta manent) para depois reclamar ser um “vice decorativo”? Pois virou música. O autor da canção, Matheus Mota, diz que “percebeu melodias” na missiva logo que foi divulgada, em dezembro de 2015. Compôs, assim, A Senhora — e outras cinco faixas, todas a partir de trechos da carta. Para ler e ouvir, na Folha.
Durou pouco, muito pouco, o novo projeto de Banksy. Na segunda, o artista anunciou que daria um desenho a eleitores da região de Bristol, sua cidade, que votassem contra o Partido Conservador, nas eleições gerais do Reino Unido. Ontem, 24 horas depois, viu-se obrigado a retirar a oferta: as autoridades britânicas o advertiram que a ação invalidaria o resultado do pleito, nesta quinta.
Os Beatles reafirmaram nesta semana sua histórica potência: voltaram a figurar na lista de mais vendidos da Billboard. O feito é de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que completa 50 anos e que, por isso, acaba de ganhar nova edição. Em apenas uma semana, o álbum remasterizado vendeu 75 mil unidades. Está em terceiro lugar na Billboard 200, lista que compila não só vendas de discos físicos, mas também suas performances em serviços de streaming.
Um novo disco do Guns’n’Roses está em gestação. E reunirá os integrantes da banda original. Quem diz é o guitarrista Richard Fortus, que, aliás, só ingressou no grupo em 2002. Embora os músicos ainda não tenham entrado em estúdio para gravar de fato, segundo Fortus, os planos são concretos: “Lançar o disco seria muito bom para não se tornar realidade”. (Globo)
Lendário clube de jazz de Nova York, o Blue Note anunciou a data de inauguração de sua filial carioca: dia 23 de agosto. Será instalado na Lagoa, no espaço que até 2015 abrigou a casa de shows Miranda. Ontem, o clube já abriu ao público um cadastro - quem se registrar, terá prioridade nas pré-vendas de ingressos para os primeiros shows da casa. A programação, no entanto, será anunciada só no dia 15. (Globo)
A volta de Stranger Things à Netflix é cercada de segredos. Os detalhes surgem a conta-gotas. Ontem, por exemplo, os criadores contaram que a protagonista Eleven vai reaparecer com visual novo e, o mais importante, a série terá mais monstros para além do já assustador Demogorgon.
Pois é... A Record terá uma novela baseada em Game of Thrones. (Folha)
Viver
O futebol de várzea e seus campos de terra ficaram só na memória. O ‘terrão’ deu lugar à grama sintética em ‘arenas’ com alambrados e vestiários nos principais campeonatos amadores de São Paulo. A modernização se deve ao dinheiro público, que chega aos campos por emendas parlamentares de vereadores. A reportagem ouve jogadores e técnicos sobre as transformações. Conclusão: nostalgia à parte, todos preferem a grama sintética. (Folha)
O jogo do bicho visto como uma empresa capitalista. Este foi o tema do doutorado de economia política de Danilo Freire, na King's College de Londres, uma das universidades mais prestigiadas do mundo. A partir de sua tese, a BBC traça um perfil do jogo desde sua origem. Tudo começou em 1892, quando um barão, para atrair visitantes a seu zoológico em Vila Isabel, inventou uma rifa a partir de 25 animais - o mesmo número de opções do tradicional jogo do bicho.
“Os animais mudam com a primavera. Os ursos saem da hibernação, os cachorros entram no calor. Os gansos migram. Humanos? Ficamos loucos.” Reportagem da Nautilus revela que os registros de suicídio aumentam em meados de abril, quando é primavera no hemisfério norte. A partir de tais dados e de pesquisas sobre o tema, a revista tenta responder: o que leva alguém a cometer suicídio?
Nos Estados Unidos, numa região de fazendas na Pensilvânia, há uma corrida peculiar. Entre os atletas (humanos), há três burros (sim, os animais). Sherman, um deles, vivia encarcerado e, tristonho, parecia rumar para a morte. Foi resgatado por uma atleta local — e salvo pela corrida. Nos percursos, recobrou o viço, virou fiel escudeiro da corredora e “exemplo” para os de sua espécie. Nas corridas por lá, correm juntos homens e burros.
Cotidiano Digital
No próximo dia 12, a internet americana vai se mexer. Sites de grande porte como Amazon, Reddit e Kickstarter tentarão mobilizar seus visitantes contra os planos, por parte do governo Trump, de alterar a neutralidade da rede. As grandes empresas de telecomunicações querem o direito de regular o tráfego: sites que pagam mais carregarão na tela mais rápido do que os que não pagam. Em 2014, o FCC, Anatel americana, vetou o projeto. A Casa Branca quer reavaliá-lo. O movimento deve aumentar nos próximos dias, incluindo mais e mais entidades do Vale do Silício.
Aliás... em agosto de 1996, quase toda a web inverteu as cores, e as páginas ganharam fundo preto com letras brancas. Por um dia inteiro, a internet de luto num movimento similar ao planejado. Tratava-se de uma rede bem menor, e o protesto era contra uma lei aprovada pelo governo Clinton que pretendia controlar o conteúdo online.
No segundo dia de sua conferência para desenvolvedores, a Apple anunciou ARKit. É um sistema para que programadores possam criar estruturas de realidade aumentada. Para além de misturar imagens 2D no vídeo capturado pela câmera, a plataforma permite a inserção de objetos 3D, com profundidade, misturando-se com a realidade. O objetivo é que mais e mais apps — jogos, guias, redes sociais etc. — incluam o conceito em sua estrutura.
