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Javier Milei diz à Economist que seu desprezo pelo Estado é infinito

Depois de um ano na presidência, o argentino Javier Milei se mantém crítico em relação ao Estado. Em entrevista à Economist, ele afirmou que seu desprezo pela burocracia estatal é “infinito” e enfatizou sua determinação em eliminar qualquer interferência do Estado na economia, adotando uma filosofia radical de reforma econômica. Para Milei, a limitação do livre mercado acaba favorecendo o socialismo, e sua abordagem consiste em desmantelar estruturas que, segundo ele, perpetuam a crise econômica no país.

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As reformas implementadas por Milei resultaram em uma queda significativa da inflação, que despencou de 13% ao mês para menos de 3% atualmente, e uma redução dos gastos do governo em quase 30% em termos reais. Ele conseguiu gerar um superávit primário em seu primeiro mês e se comprometeu a manter os cortes nos gastos, buscando preservar o impacto sobre os mais pobres da população. O número de ministérios foi reduzido de 18 para 8, e diversas transferências para governos provinciais foram suspensas, impactando também as contas de salários e universidades.

Apesar das medidas rigorosas, a popularidade de Milei cresceu, com índices de risco de país mostrando uma melhora significativa. No entanto, sua abordagem também trouxe desafios, como o aumento do desemprego e um crescimento da pobreza, que atingiu 53% da população. Milei, consciente do impacto de suas políticas, admite que as reformas provocaram dor e que a economia entrou em recessão, embora acredite que a recuperação a longo prazo será possível, especialmente com incentivos a novos investimentos.

Milei também demonstrou pragmatismo em sua abordagem política, buscando alianças e reduzindo os ataques a adversários. Sua postura em relação a países como China e Brasil mudou, agora considerando-os parceiros importantes. Contudo, os riscos permanecem, especialmente em tempos de instabilidade política e crescimento fraco. Há preocupações sobre a sustentabilidade de suas reformas econômicas, especialmente se a pressão sobre o peso argentino aumentar, apontando para uma possível nova crise financeira no futuro. (Economist)

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