Haddad admite que pode haver necessidade de novas medidas de ajuste fiscal
Ao detalhar o pacote de corte de gastos nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que pode ser necessário adotar novas medidas de ajuste fiscal para controlar as contas públicas. E afirmou que que voltará ao presidente Lula, se necessário. “São passos muito importantes esses que estão sendo dados. E, se precisarem outros, e certamente vai haver necessidade, nós vamos estar aqui para voltar à mesa do presidente com as nossas ideias e tentando sintonizar as nossas ações em torno desse projeto”, afirmou o ministro. “Se com a dinâmica das despesas houver necessidade de voltar ao presidente, nós vamos fazer com a transparência que estamos fazendo com vocês. O trabalho não se encerra, não acredito em bala de prata.”
Após a coletiva, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, queixou-se com ministros da abordagem do pacote feita pelo mercado financeiro. “Querem que eu peça: doutor mercado, posso anunciar, doutor mercado?”, indagou. Durante a entrevista, ele disse que o detalhamento do pacote é uma resposta ao mercado que precificou no presente uma possibilidade futura de desequilíbrio nas contas públicas. “Aqui está se garantindo que esse desequilíbrio de longo prazo não ocorrerá. Este é o compromisso essencial da decisão hoje tomada: reafirmar através de medidas firmes, como o realinhamento do reajuste do salário mínimo e, com ele, todas as despesas a ele indexadas, trazendo esse crescimento para o crescimento do arcabouço fiscal. E isso foi feito de forma unânime entre os ministros que aqui estão na mesa”, afirmou. Também ressaltou que o governo Lula 3 é marcado pela previsibilidade e que o anúncio da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil foi feito ainda na campanha eleitoral. (Estadão)