Drama real de guerra e fantasia da Disney são os destaques nos cinemas
Com as salas de cinema dominadas pelos recentes blockbusters, incluindo Ainda Estou Aqui, esta é uma semana um tanto morna de estreias. Mas dois filmes, voltados para públicos diversos merecem destaque. O primeiro é A Redenção: A História Real de Bonhoeffer. Parte thriller, parte drama de guerra, parte biopic, o longa conta os últimos anos do teólogo luterano alemão Dietrich Bonhoeffer (1906-1945), que viu sua fé até então inabalável na paz e no amor ruir diante da necessidade de resistir ao nazismo, a ponto de ele tomar parte em um plano ousado para assassinar Adolf Hitler.
Longe desse tema pesado, as crianças (e os adultos que queiram se desligar do mundo) contam com Moana 2, continuação do sucesso da Disney de 2016. A jovem polinésia volta para seu povo a fim de, com a ajuda do semideus Maui, livrá-lo de uma maldição lançada por uma divindade maléfica. Muita aventura e cantoria sem sair da zona de conforto – uma fórmula que a Disney vem adotando cada vez mais.
Quem quer algo mais tocante tem o chileno A Contadora de Filmes. María Margarita é a caçula de uma família pobre numa cidade mineira do interior do país. A jovem tem um talento: recontar à sua maneira as tramas dos filmes que passam no pequeno cinema local, não raro de forma mais interessante da que está nas telas. Logo ela começa a ganhar fama, e a família vê nisso uma forma de mudar sua sorte.
Rodrigo Lombardi e Fernanda Vasconcellos estrelam o drama Jardim dos Girassóis, de Marcelo Antunez. Baseado em livro espírita homônimo, o longa conta a história de um homem que não entende o fato de ter morrido e procura continuar em contato com a família que amava. Apenas o filho pequeno consegue vê-lo e não entende o motivo para os outros ignorarem aquela presença.
Da Itália vem o também drama A Hora do Orvalho, onde um jovem rico e mimado provoca um acidente ao dirigir bêbado e é condenado a cumprir serviço comunitário em uma casa de repouso junto com outro infrator. Caberá a uma enfermeira mostrar à dupla uma realidade mais ampla que suas vidas de, respectivamente, hedonismo e violência.
O realismo fantástico dá o tom de Praia Formosa, de Júlia de Simone. Muanza, uma mulher sequestrada no Congo no século 19 e trazida escravizada para o Brasil, desperta nos dias atuais. Personagens e paisagens antigas e contemporâneas se misturam para contar uma história de pertencimento e resistência.
Na mesma linha de realidade alternativa está a comédia O Clube das Mulheres de Negócios, escrito e dirigido por Anna Muylaert. Mulheres ocupam as posições de poder e os homens são criados para serem submissos. Um fotógrafo e um repórter, vistos de lado por sua “inferior” condição masculina, vão para um clube frequentado por mulheres poderosas e cheias de rolos com a Justiça. Basicamente um Brasil com desinência de gênero invertida.
O nome Edivaldo Souza pode não chamar muita atenção, mas, como Edy Star, ele é um dos mais polivalentes artistas brasileiros. Cantor, compositor, ator, dançarino, produtor teatral, apresentador de televisão e artista plástico… Edy, hoje com 86 anos já fez de tudo, incluindo um álbum fundamental da contracultura brasileira, Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, de 1971, com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. Essa é a história que Fernando Moraes conta no documentário Antes Que Me Esqueçam, Meu Nome É Edy Star.
Dirigido por Léo Steinbruch e Olindo Estevam, o também documentário Terras Prometidas – A Herança da Baronesa e Barão Hirsch conta a história de um casal que marcou a imigração judaica para o Brasil no início do século passado. O filme é apresentado sob a ótica de um descendente dos primeiro migrantes, a maioria fugindo da violência antissemita na Rússia czarista.
Confira a programação completa nos cinemas da sua cidade. (AdoroCinema)