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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou a Cúpula de Líderes do G20, nesta segunda-feira, enfatizando o agravamento de crises globais, com aumento de guerras, extremos climáticos, fome e pobreza. “Estive na primeira reunião de líderes do G20, convocada em Washington no contexto da crise financeira de 2008. Dezesseis anos depois, constato com tristeza que o mundo está pior”, disse. Lula criticou o gasto mundial de US$ 2,4 trilhões em armamentos no ano passado, quando existiam 733 milhões de pessoas subnutridas no mundo, segundo dados da ONU para 2023. “Temos o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada. Os fenômenos climáticos extremos mostram seus efeitos devastadores em todos os cantos do planeta”, disse Lula. O presidente destacou também que “as desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundaram, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas”. “O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza.” (BBC Brasil)

Lula também aproveitou a ocasião para criticar indiretamente o governo de Jair Bolsonaro (PL) ao citar que o Brasil voltou ao mapa da fome das Nações Unidas na gestão passada e afirmou que vai retirar o país dessa condição até 2026. O presidente afirmou que o retorno do país ao mapa da fome se deu “em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social”. Ele afirmou que a fome é produto de decisões políticas e que a persistência do problema é “inaceitável” diante dos gastos militares globais. (UOL)

Com a missão de presidir o G20 em meio a conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio e à maior crise climática da história, o Brasil optou por colocar no centro da agenda o combate à fome e à pobreza, uma marca dos governos Lula. Diplomatas brasileiros e de outros países dizem que foi uma boa estratégia optar por um tema mais agregador, possibilitando a criação de uma iniciativa considerada inédita, por seu formato e peso político: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A Aliança é apontada como um raro exemplo de impacto concreto do G20. Sua eficácia, no entanto, ainda será testada e dependerá, sobretudo, da capacidade de liberar recursos. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) se comprometeu a fornecer até US$ 25 bilhões (R$ 140 bilhões) em financiamento para apoiar países em políticas contra a fome e a pobreza. (BBC Brasil)