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Banco Central eleva taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a 11,25%

Por unanimidade e em linha com a expectativa dos analistas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira subir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, acelerando o ritmo do aperto monetário, já que o ciclo de altas começou na reunião anterior com elevação de 0,25 ponto percentual. Com isso, a Selic passa de 10,75% para 11,25% ao ano. “O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista”, justifica o Copom. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”

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No dia seguinte à eleição de Donald Trump à Casa Branca, o comitê afirma que o cenário externo “permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”. No que se refere ao cenário interno, o Copom destaca que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho mantêm dinamismo e que a “inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta”.

Entre os riscos que podem pressionar para cima o índice de preços, os diretores do BC citam a desancoragem por um período mais prolongado, a resiliência da inflação de serviços em função do hiato do produto, que é a diferença entre o PIB efetivo e o potencial, além de políticas econômicas externa e interna com impacto inflacionário, “por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”.

Em meio à expectativa do mercado pelo pacote de corte de gastos do governo, o Copom destaca o acompanhamento da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária e os ativos financeiros. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz a nota.

Quanto às próximas decisões, o comitê não deu pistas, afirmando que o ritmo de ajustes futuros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação.

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