Trump eleito: como isso pode impactar a economia global?
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024 já repercute nos mercados financeiros. As ações da Trump Media, empresa do presidente eleito, dispararam e o bitcoin bateu recorde, superando US$ 75 mil, impulsionado pela promessa de Trump de novas regulações mais permissivas à criptomoeda. O dólar também se fortalece, com moedas pares, de países desenvolvidos, perdendo força frente à moeda americana, consolidando o chamado “Trump Trade”. As moedas asiáticas recuaram, refletindo a preocupação com tarifas potenciais do governo Trump que poderiam prejudicar a economia dos países. Especialistas destacam que a agenda de Trump, incluindo cortes de impostos, por um lado, e tarifas mais altas, por outro, pode impactar o comércio global.
O Brasil, especificamente, é classificado como um dos países mais vulneráveis às novas restrições comerciais americanas. Segundo o Global Trade Alert, o país enfrenta riscos relacionados ao comércio exterior e a taxa de câmbio, já depreciadas por conta de problemas fiscais internos. A política externa do republicano antagoniza com as prioridades do governo Lula, o que pode criar desafios diplomáticos. Por outro lado, outros especialistas entendem que o possível isolacionismo do presidente americano pode fortalecer os Brics e o Brasil ser um destino de investimentos externos a depender das condições econômicas e políticas. Está no cálculo financeiro o risco inflacionário nos Estados Unidos, que pode interromper o ciclo de queda de juros iniciado no país e pressionar que as taxas fiquem altas em todo o mundo, sobretudo nos países emergentes. (Valor e AP)