‘Economist’ defende voto em Harris e aponta riscos de um segundo mandato de Trump

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Uma das publicações econômicas mais renomadas do mundo, a Economist endossou a candidatura de Kamala Harris em editorial. Em 2016, a revista já havia preterido Donald Trump ao apoiar Hillary Clinton. Desta vez, devido à experiência de uma primeira administração trumpista e à radicalização do discurso do republicano, os argumentos são duros: “Ao tornar Trump líder do mundo livre, os americanos estariam jogando com a economia, o Estado de direito e a paz internacional. Não podemos quantificar a probabilidade de algo dar errado: ninguém consegue. Mas acreditamos que os eleitores que minimizam isso estão se iludindo”. A Economist reconhece que alguns dos temores que tinha em 2016 não se concretizaram, mas alerta que agora os riscos são maiores. “E isso acontece porque as políticas de Trump são piores, o mundo é mais perigoso e muitas das pessoas sóbrias e responsáveis que refrearam seus piores instintos durante seu primeiro mandato foram substituídas por verdadeiros crentes, bajuladores e aventureiros”, afirma.

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Em relação à economia, a publicação destaca o risco de uma guerra tarifária, da deportação de milhões de imigrantes e de cortes de impostos. “Essas políticas seriam inflacionárias, criando potencialmente um conflito com o Federal Reserve. Correriam o risco de desencadear uma guerra comercial que acabaria por empobrecer os EUA. A combinação de inflação, déficits descontrolados e decadência institucional anteciparia o dia em que os estrangeiros se preocupariam em emprestar dinheiro ilimitado ao Tesouro dos EUA.” A revista pontua também que, diferentemente do período 2017-2021, em que o mundo estava majoritariamente em paz, agora há dois conflitos relevantes, na Ucrânia e no Oriente Médio, que requerem atenção americana.

Sobre a polarização, diz que “bons presidentes unem o país” e que “a prosperidade dos EUA depende da ideia de que as pessoas são tratadas de forma justa, independentemente da sua política; Trump ameaçou virar o Departamento de Justiça contra seus inimigos políticos”. Quanto à candidata democrata, a Economist afirma que ela “ela é uma máquina política desanimadora”, que “parece indecisa e insegura”. Mas, ao lado de Trump, “representa estabilidade”. Destaca ainda que ela se afastou das ideias mais esquerdistas dos democratas e que sua campanha está perto do centro.

“Os presidentes não têm de ser santos e esperamos que uma segunda presidência de Trump evite o desastre. Mas Trump representa um risco inaceitável para a América e para o mundo. Se a The Economist votasse, votaríamos em Harris”, finaliza.

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