Mal recebido nos Estados Unidos, novo longa de Coppola chega ao Brasil
Mesmo os gênios têm seus momentos não tão geniais, e Francis Ford Coppola confirma a regra com Megalópolis, a principal, embora não exatamente festejada, estreia desta quinta-feira nos cinemas. O diretor que nos deu O Poderoso Chefão e Apocalypse Now gastou quatro décadas de trabalho e muito dinheiro do próprio bolso para produzir um épico que retrata os Estados Unidos como uma Roma decadente. Após uma catástrofe que destrói parte de Nova York, digo, Nova Roma, o arquiteto Cesar Catilina (Adam Driver), que é capaz de parar o tempo, planeja construir uma cidade sustentável, orgânica e futurista, na contramão do que deseja a elite local. Para agravar, seu principal adversário é o retrógrado prefeito Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito), pai de seu par romântico, a socialite Julia (Nathalie Emmanuel). Pena que o roteiro e algumas atuações não estejam à altura da espetacular cenografia. E isso se refletiu na decepcionante bilheteria da estreia americana.
A turma do Dia do Saci que nos perdoe, mas hoje é Halloween e o negócio é medo. E temos terror nacional, sim. Continente, de Davi Pretto, mostra uma jovem (Olívia Torres) que volta da Europa com o namorado para a fazenda do pai no Sul do Brasil. A doença dele e a possibilidade de a herdeira assumir o lugar eleva as tensões com os trabalhadores em um processo de segredos, sangue e medo.
Ganhadora de um Oscar (e de uma Framboesa de Ouro), Halle Berry estrela Não Solte vivendo uma mulher refugiada com os dois filhos gêmeos em uma cabana nas montanhas enquanto um “mal” não especificado ronda o mundo. Os três e o cachorro só estão em segurança enquanto permanecem em contato com a casa, ainda que por meio de cordas. Mas que mal é esse? Qual o poder que a casa exerce para protegê-los?
O japonês Hideo Nakata é um dos mais importantes diretores modernos de terror, responsável pelas versões originais de filmes como O Chamado e Água Negra. Ele está de volta com A Última Invocação, lidando com um tema comum a sua obra: o local mal-assombrado por um acontecimento traumático do passado. O traumatizado viúvo Naoto enterra um dedo da esposa no jardim da casa onde vive com o filho. A visita de uma colega de trabalho que deseja ser mais do que isso desencadeia o horror.
E não dá para falar em terror sem citar os intermináveis slashers americanos. É o caso Terrifier 3, com a volta do palhaço Art para espalhar a morte em uma cidade do interior. Só que desta vez ele não ataca no Halloween, mas no Natal – o que não chega a ser uma novidade no gênero. Contra ele estão sobreviventes da chacina anterior e a comparação com assassinos cinematográficos muito mais interessantes como Jason, Freddie Krueger etc. etc. etc.
Mas chega de sustos e vamos para a fofura. Andrew Garfield e Florence Pugh estrelam o romance Todo Tempo Que Temos, que parte do discutível clichê de que os opostos se atraem. De um encontro literalmente acidental, os dois formam uma família que acaba, anos depois, ameaçada por uma notícia terrível. O amor de ambos será suficiente para encarar esse processo?
Baseado em uma chocante história real, o italiano Lubo conta o drama de um homem da etnia yenish, um dos principais grupos nômades europeus. Enquanto prestava serviço militar no limiar da Segunda Guerra, ele descobre que a esposa foi morta pelo governo suíço e seus filhos levamos como parte de um projete eugenia contra esses povos itinerantes. Lubo deserta, assume outra identidade e terá de se infiltrar na elite suíça para reaver os filhos.
Para rir, mas também refletir, A Vilã das Nove nos apresenta a Roberta (Karine Teles), uma mulher que acredita estar vivendo a melhor fase de sua vida até descobrir que seu passado será tema de uma novela. Pior, ela será claramente a vilã, já que a trama é contada pela filha que ela deixou com o ex-marido. Conviver com a exposição pública e se reconectar com a jovem serão os desafios que essa celebridade involuntária terá de enfrentar.
E finalmente o documentário Corpo Presente, de Leonardo Barcelos, investiga o corpo como forma de manifestação artística, social, identitária e política, por meio do trabalho e do pensamento de artistas renomados e emergentes.
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