Lula discursa contra guerras no Brics, que define lista com 13 países parceiros
O presidente Lula não pôde ir pessoalmente à cúpula do Brics na Rússia, mas participou por vídeo da cúpula de chefes de governo e Estado. Em seu discurso (integra), afirmou que o bloco precisa atuar contra a escalada da violência no Oriente Médio e “iniciar negociações de paz também é crucial no conflito” entre Rússia e Ucrânia. “No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais, é fundamental resgatar a nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns”, afirmou. Ele também voltou a cobrar a responsabilidade dos países ricos na crise climática. (Globo)
A Declaração de Kazan, documento final da cúpula, confirmou a criação da categoria de países parceiros, para a qual estão sendo convidados 13 países. A “lista consolidada de potenciais países parceiros” inclui Argélia, Belarus, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Em Kazan, os atuais membros do bloco avaliaram manifestações formais de adesão de 33 países. Oficialmente, o Brasil diz que não patrocinou nem vetou novas adesões. Questionado sobre como o país se posicionou em relação à Venezuela, o chanceler Mauro Vieira, afirmou que a discussão não chegou a ser feita. “A discussão desses dias foi sobre os critérios e os princípios que vão orientar a ampliação do Brics. Quanto à lista de países será decidido daqui para frente.” (Estadão)
E Vieira negou que o Brics ganhou um caráter antiocidental com a ampliação iniciada no ano passado. “O Brasil, até onde sei, é um país do Ocidente”, disse em Kazan. “Há uma visão negativa do Brics”, afirmou, citando a percepção americana e europeia de que o grupo busca se contrapor à atual ordem mundial. Mas o Brasil concorda com parte dessa agenda, cobrando, por exemplo, a reforma do Conselho de Segurança. (Folha)