Executivo da Fitch diz que Brasil não está no caminho para outra melhora de sua nota
O Brasil não tem condições de avançar mais uma casa, rumo ao grau de investimento perdido em 2015. Para isso, precisa colocar as contas no azul de forma estável, com uma relação dívida/PIB em trajetória de queda. Essa é a avaliação do diretor sênior de Soberanos da Fitch Ratings, Todd Martinez. “O Brasil tem alta dívida em relação ao PIB e, comparado aos países na categoria ‘BB’, é uma das que cresce mais rápido. Então, para pensarmos em um rating melhor para o Brasil e, certamente, um grau de investimento, gostaríamos de ver a consolidação fiscal, superávits primários consistentes com a estabilização e eventual redução da alta dívida do Brasil. E agora não temos essa visibilidade”, afirma o executivo. A agência de classificação de risco melhorou o rating do Brasil há pouco mais de um ano, para o nível “BB”, a dois passos do grau de investimento, e reafirmou a nota, com perspectiva estável, em junho passado. Na prática, isso significa que o perfil de crédito do Brasil não terá mudanças – boas ou ruins — no curto prazo. “Não vemos isso como altamente provável no futuro imediato. Então, por enquanto, não enxergamos o Brasil em um caminho claro em direção a outra melhora após a que fizemos no ano passado.” (Estadão)