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Prezadas leitoras, caros leitores —

Fazer pesquisa eleitoral não é nada trivial. São muitas formas diferentes de medir a intenção de votos, e ainda há o desafio de escolher quais dados vão alimentar os algoritmos para espelhar a população. Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, conversamos com especialistas e alguns dos mais confiáveis institutos de pesquisa para entender as diferenças entre eles e conseguir ler melhor os números nas disputas do segundo turno.

Seguindo nas eleições, nossos parceiros da Lupa, que monitoram grupos públicos de WhatsApp e Telegram, falam da violência nas campanhas. Num outro espírito, os 50 anos do álbum que marcou uma virada de página para os Rolling Stones.

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— Os editores.

Lira indica que vai barrar maior parte do pacote contra o STF

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Dos projetos contra o Supremo Tribunal Federal aprovados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, apenas um deve seguir em frente: a PEC que limita decisões monocráticas de ministros da Corte, já aprovada no Senado. Pelo menos foi isso que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), manifestou a deputados de seu entorno. Apesar do apoio do centro e do Centrão ao pacote, que inclui outra PEC que permite ao Congresso derrubar decisões da Corte que “extrapolem os limites constitucionais” e dois projetos de lei sobre impeachment de magistrados, membros desses partidos dizem que apenas a PEC sobre as decisões individuais seguirá tramitando já que a instalação da comissão especial para avaliar as propostas e a inserção do tema na pauta do plenário dependem de Lira. Legislativo e Judiciário têm trocado críticas em especial devido a decisões do STF como a suspensão da execução de parte das emendas parlamentares até que haja aperfeiçoamento dos mecanismos de controle e transparência. (Folha)

Sem citar os projetos aprovados na CCJ, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que interesses políticos não devem ser motivo para se mexer “em instituições que estão funcionando e cumprindo bem sua missão”. “As constituições existem precisamente para que os valores permanentes não sejam afetados pelas paixões de cada momento. Nós aqui seguimos firmes na defesa da democracia, do pluralismo, e da independência e da harmonia entre os Poderes.” (g1)

Já o ministro Flávio Dino determinou a manutenção das regras que restringem os repasses das emendas de comissão enquanto não forem cumpridos requisitos mínimos de transparência e rastreabilidade. A decisão foi tomada após audiência de conciliação para discutir medidas que garantam o cumprimento do acórdão de 2022 que declarou o orçamento secreto inconstitucional. (UOL)

E sob o argumento de que o fundo eleitoral, abastecido com verba pública, não foi bem assimilado pela população e provocou novas distorções no financiamento das campanhas, membros do Congresso e do Supremo querem discutir a volta das doações de empresas, quase dez anos após sua proibição. O entendimento é que o financiamento público não impediu o uso de caixa dois e que a volta das doações empresariais pode reduzir o desequilíbrio causado pelas emendas parlamentares destinadas a redutos eleitorais. (Folha)

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A primeira pesquisa do Datafolha sobre a intenção de voto no segundo turno em São Paulo mostra o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), com 55% e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) com 33%. Nunes encerrou o primeiro turno com 29,5% dos votos válidos, enquanto o psolista obteve 29,1%. Já o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) conquistou 28,1%. Apesar do apoio de Jair Bolsonaro (PL) a Nunes, Marçal roubou votos do prefeito na primeira etapa. Agora, 84% dos que disseram votar no ex-coach afirmam que optarão pelo emedebista. Boulos herda 4% desses votos e 50% dos de Tabata Amaral (PSB), que obteve 9,9% no domingo. Nunes fica com 33% dos votos da deputada federal. O principal desafio de Boulos é a rejeição: 58% não votariam nele, enquanto 37% dizem o mesmo sobre Nunes. A margem de erro é de três pontos percentuais. (Folha)

Em Belo Horizonte, a disputa está mais apertada: Fuad Noman (PSD) tem 48% contra 41% para Bruno Engler (PL). (g1)

Aniversário do Meio. A gente vive um tempo de acirramento das disputas, de perda da tolerância e de interdição do diálogo. Na Edição de Sábado que liberamos hoje para todos os assinantes, Leonardo Pimentel escreve sobre a era da discórdia. Um texto que, infelizmente, segue bastante atual.

Meio em vídeo. Dois influenciadores que estão em lados opostos no debate público foram condenados pela mesma razão: crime de honra. A reação mostra que a maioria das pessoas tem muita dificuldade de lidar com a liberdade de expressão. Assista a Mariliz Pereira Jorge em De Tédio A Gente Não Morre. (YouTube)

A ressaca do primeiro turno das eleições municipais foi intensa nos grupos públicos de WhatsApp e Telegram. Enquanto seguidores do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) culpavam a maçonaria (e até o ex-presidente Michel Temer) por sua eliminação, a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) tentava reforçar que seu número de urna é 50, e não o 13, do PT. Com o fim da eleição no Rio, a Ebulição mergulhou nas discussões que dominam grupos que debatem a política de Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Assine aqui a Ebulição, da Lupa, e fique por dentro do que rola nesses espaços.

Meio em vídeo. O Meio está sempre em busca de novas formas de fazer jornalismo de qualidade. Agora, damos mais um grande passo: estamos no streaming! Com o Meio Premium, oferecemos uma experiência exclusiva para assinantes, com uma seleção de programas e séries inéditos que lançam um olhar aprofundado sobre a história do Brasil e a sociedade. Tudo isso em qualidade 4K, com produção digna de cinema. Neste episódio especial do Conversas com o Meio, Flávia Tavares recebe Pedro Doria e Ricardo Rangel para um bate-papo sobre essa nova fase do Meio e o que vem por aí. (YouTube)

Twitter de volta

Marcelo Martinez

Após dois dias relativamente calmos em Beirute, ataques aéreos israelenses mataram ontem ao menos 22 pessoas e feriram 117, segundo o Ministério da Saúde libanês. Relatos não confirmados da mídia indicam que o alvo seria Wafiq Safa, alto funcionário da segurança do Hezbollah e cunhado de Hassan Nasrallah, morto pelas forças israelenses. O grupo xiita libanês não confirmou a informação. Este foi o terceiro ataque de Israel fora do subúrbio de Dahieh, onde tem agido repetidamente. (BBC)

Já a Força Interina da ONU no Líbano (Unifil) afirmou que as forças israelenses dispararam deliberadamente contra suas posições, ferindo dois soldados indonésios. Os ataques foram criticados por países que contribuem com tropas. A missão disse que um tanque israelense disparou contra uma torre de observação em Naqoura e que a ação foi uma “grave violação” do direito internacional. Israel não se pronunciou. (Guardian)

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Viver

A organização japonesa Nihon Hidankyo, formada por sobreviventes dos ataques nucleares americanos a Hiroshima e Nagasaki, foi anunciada na manhã desta sexta-feira como vencedora do Prêmio Nobel da Paz por seu esforço contra a proliferação de armas atômicas. Jørgen Watne Frydnes, presidente do comitê do Nobel, destacou o papel da ONG na busca, “por meio de testemunhos, de um mundo em que armamentos nucleares nunca mais sejam usados” e lembrou que diversos países estão modernizando e ampliando seus arsenais atômicos. (Guardian)

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Criado em 2008 pelo governo federal para financiar ações de preservação e combate a crimes ambientais, o Fundo Amazônia recebeu R$ 634 milhões em 2024, mas apenas R$ 73 milhões ou 11% foram investidos desde então, segundo levantamento do g1. O mecanismo ficou paralisado durante o governo Bolsonaro, mas voltou a funcionar no ano passado, sob a gestão Lula. O baixo índice de investimentos contrasta com o período crítico no aumento de queimadas e o agravamento da seca no bioma nos últimos meses. Em nota, o BNDES, responsável pela aplicação dos recursos, informou que “os desembolsos variam de acordo com a carteira de projetos em andamento e os prazos estabelecidos em seus cronogramas físico-financeiros, além da comprovação das atividades realizadas”. (g1)

E organizações indígenas do Pará expressaram indignação em relação ao recente acordo assinado pelo governo estadual com multinacionais para a venda de créditos de carbono avaliados em US$ 180 milhões. Em carta pública, 38 grupos indígenas denunciaram que não foram consultados e que é “inaceitável” que o governo tome decisões sem a participação das comunidades que historicamente protegem as florestas. (Reuters)

O tenista espanhol Rafael Nadal anunciou ontem, aos 38 anos, sua aposentadoria do tênis profissional. Após uma série de lesões, agravadas nas duas últimas temporadas, ele afirmou que sua última competição será a Copa Davis, em que defenderá a Espanha entre 19 e 24 de novembro. Nadal se despede do esporte dois anos após seu amigo e rival Roger Federer, marcando o fim do chamado Big 3, que inclui Novak Djokovic. Desde que se tornou profissional, aos 15 anos, Nadal teve uma das carreiras mais vitoriosas do tênis, com 22 títulos de Grand Slam, sendo 14 em Roland Garros, além de liderar o ranking da ATP por 209 semanas. (ge)

Cotidiano Digital

A grande novidade do evento We, Robot (Nós, Robôs), realizado na noite de ontem pela Tesla foi a apresentação do protótipo da Robovan, um veículo elétrico autônomo do tamanho de um ônibus, com capacidade para 20 passageiros ou carga. Ainda não há informações sobre preço nem data de lançamento. Elon Musk também exibiu 20 unidades do Cybercab, carro autônomo para dois passageiros que entrará em produção até 2027 e, segundo o bilionário, custará menos de US$ 30 mil (R$ 167 mil). (TechCrunch)

O Ministério da Fazenda divulgou ontem uma proposta de regulação das big techs com o intuito de coibir práticas comerciais anticompetitivas no Brasil. A iniciativa quer impedir a limitação do acesso de consumidores e empresas a produtos ou a cobrança de taxas abusivas. Segundo a Fazenda, a proposta segue modelos adotados nos EUA e na União Europeia e será supervisionada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O modelo brasileiro será adaptado para evitar a complexidade burocrática vista em outros países e deve ser menos restritivo para não comprometer o setor. (Estadão)

Após impedir o compartilhamento de senhas entre usuários na União Europeia e em países como Estados Unidos e Canadá, o Disney+ anunciou que a medida chega ao Brasil em 12 de novembro. A plataforma de streaming começou a enviar alertas a pessoas que utilizam a mesma conta, mas não moram na mesma residência. Ainda não há informações de como o serviço será restringido ou se haverá opção de pagamento extra para outros endereços. Nos EUA, os assinantes podem pagar US$ 6,99 (R$ 37,90) por ponto extra. (Tecmundo)

Cultura

A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) abriu os trabalhos do auditório principal ontem com autoras negras falando da condição humana nas suas obras. Mediada por Adriana Ferreira Silva, a mesa contou com a camaronesa Leónora Miano, que vê potencial na literatura que se propõe universal a partir do particular. Autora de Água de Barrela, a brasileira Eliana Alves Cruz acredita que há um projeto político de exclusão no Brasil, que ela chamou de projeto de solidão. (Folha)

Já as editoras independentes reclamaram da organização, que modificou o espaço dedicado às suas exposições. Antes, os visitantes só precisavam sair da Tenda dos Autores ou do Telão e atravessar uma pequena ponte. O espaço mudou para o Areal do Pontal, do outro lado do rio, prejudicando o fluxo de visitantes e vendas. (Estadão)

A escritora sul-coreana Han Kang, de 53 anos, foi anunciada ontem como vencedora do Nobel de Literatura, por “sua intensa prosa poética, que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”. Filha de um renomado romancista, Han Seung-won, a escritora estudou literatura coreana na universidade e publicou seus primeiros textos, cinco poemas, em 1993, em uma revista literária. O sucesso veio no ano seguinte, quando ganhou o prêmio Seoul Shinmun com o conto A Âncora Escarlate, e aumentou com o lançamento do primeiro romance, Um Amor de Yeosu. Seu trabalho de maior sucesso, A Vegetariana, é inspirado em uma frase do poeta sul-coreano Yi Sang — “Acredito que as pessoas deveriam ser plantas” —, que ela interpreta como uma postura defensiva diante da história de violência das seguidas ocupações da Coreia pelo Japão. (Meio)

Anunciada há um ano e meio, a série spinoff de The Big Bang Theory começa a avançar, com a contratação de três atores do elenco original: Kevin Sussman, o gerente da loja de quadrinhos Stuart Bloom; Brian Posehn, o geólogo Bert Kibbler, e Lauren Lapkus, Denise, namorada e assistente de Stuart. Ainda não há detalhes sobre a nova franquia, que será responsabilidade de Chuck Lorre, cocriador e produtor executivo da série original. (Deadline)

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