Irã lança mísseis contra Israel; Netanyahu promete vingança

Em resposta à invasão terrestre do Líbano, o Irã usou seus mais modernos mísseis hipersônicos para lançar seu segundo ataque aéreo direto a Israel. Quase 200 mísseis foram disparados. Segundo militares israelenses, a maior parte foi interceptada, mas um palestino foi atingido e morreu na Cisjordânia. Já o Irã afirma que a ação teve como alvo bases militares, aéreas e de radar e “90%” dos mísseis “atingiram seus alvos”. Além do domo de ferro, que protege o Estado hebreu desse tipo de ação, os Estados Unidos apoiaram a defesa do país. Horas antes do ataque, a Casa Branca alertou sobre os planos iminentes de Teerã. A ação iraniana elevou muito a tensão na região. O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Irã cometeu um grande erro e pagará por isso. Na manhã desta quarta-feira, mais tropas israelenses cruzaram a fronteira do Líbano. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, alertou Israel a não entrar em conflito com o Irã e descreveu o ataque como “apenas uma amostra” do poder do país. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, afirmou que a ação militar terminou, mas alertou que, se houver retaliação, o país responderá. (Guardian e CNN)

E o presidente americano, Joe Biden, reafirmou que os EUA “apoiam totalmente, totalmente, totalmente” Israel, reiterando que seus militares “atuaram ativamente na defesa” do país durante o ataque. O secretário da Defesa do Reino Unido, John Healey, também confirmou que as forças britânicas “desempenharam seu papel” nas “tentativas de evitar uma nova escalada no Oriente Médio”, sem dar detalhes. (BBC)

Paralelamente ao bombardeio iraniano, dois homens cometeram um atentado em Jafá, a parte mais antiga de Tel Aviv, matando sete pessoas com tiros e facadas, antes de serem mortos por forças de segurança. (Times of Israel)

Um avião da FAB vai deixar o Rio de Janeiro rumo a Beirute hoje para repatriar brasileiros que pediram ajuda do governo para deixar o Líbano. A previsão é que, dos 3 mil que demonstraram interesse em sair do país, 220 embarquem no primeiro voo. Idosos, mulheres, crianças e pessoas com necessidade de assistência médica terão prioridade. (g1)

Aaron Boxerman: O desafio de Israel não é se ataca o Irã, mas com que força responder, diz Yaakov Amidror, general reformado que atuou como conselheiro de segurança de Netanyahu. A única questão, afirmou, é ‘até que ponto podemos prejudicá-los versus sua capacidade de nos prejudicar’. Até mesmo um ataque às instalações nucleares do Irã – há muito uma fonte de medo para Israel – ‘deveria ser considerado’, acrescentou”. (New York Times)

Jamie Dettmer: “Israel está considerando a incursão no Sul do Líbano como uma missão rápida de entrada e saída contra um Hezbollah já decapitado, mas há perigos de que possa ficar atolado numa invasão mais prolongada e árdua, como já aconteceu antes. O ataque de Israel ao Sul do Líbano em 1982 – originalmente também destinado a repelir os ataques militantes – transformou-se numa ocupação de 18 anos”. (Politico)

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Pomba da paz sobrecarregada

Orlando Pedroso

Candidatos a vice-presidente dos EUA, o senador republicano JD Vance e o governador democrata Tim Walz fizeram ontem um debate da CBS News e focaram mais em criticar os cabeças de chapa do que se confrontarem diretamente. Entre imigração, aborto e política externa, o momento mais tenso ocorreu quando Vance se recusou a admitir que o ex-presidente Donald Trump perdeu a eleição de 2020. Sua maior preocupação foi associar Kamala Harris a problemas como imigração, inflação e o aumento dos combustíveis. (New York Times)

Para decepção de candidatos petistas às eleições municipais deste domingo, o presidente Lula vai manter na reta final o distanciamento que adotou ao longo da campanha. Com apenas uma exceção: no sábado ele participa de uma caminhada com o deputado Guilherme Boulos (PSOL), seu candidato à prefeitura de São Paulo. Por conta disso, aliados e até alas do próprio partido estão desembarcando das campanhas petistas e buscando acordos informais para, pelo menos, evitar a eleição de apadrinhados do ex-presidente Jair Bolsonaro. (Globo)

Para ler com calma. Pablo Marçal não tem chance em São Paulo. Essa é a avaliação de Carlos Augusto Montenegro, diretor do antigo Ibope e especialista em análise do cenário eleitoral. “Ele foi uma novidade antissistema no início, mas acho que chegou em um teto. Eleição de prefeito é eleição de síndico. É Zé da Farmácia contra João do Cartório. Tabata [Amaral] tem boas propostas, mas não aconteceu. [José Luiz] Datena passou a campanha ameaçando desistir e fechou com chave, quer dizer, cadeira de ouro. Restarão Boulos e sua rejeição do passado e [Ricardo] Nunes, que não apaixona ninguém.” (Globo)

No Meio Político, disponível às 11h para assinantes premium, Christian Lynch volta no tempo. Parte de 2013 para examinar o estado da política hoje à luz das eleições municipais que ocorrem dois anos depois do fim do governo Bolsonaro e após a metade do governo Lula. Faça uma assinatura premium.

Meio em vídeo. Eleições municipais costumavam ser uma espécie de plebiscito do governo federal corrente. Mas Lula optou por se engajar o mínimo possível na disputa, dedicando-se um pouco mais somente a São Paulo. Se Nunes for bem, a vitória vai ser mais de Tarcísio de Freitas do que de Jair Bolsonaro. Domingo vai ser emocionante. Confira o Cá Entre Nós, com Flávia Tavares. (YouTube)

O presidente Lula embarcou no fim da noite de ontem em um avião reserva para voltar do México para o Brasil. A aeronave oficial teve um problema técnico e precisou voar em círculos sobre a capital mexicana por quase cinco horas antes de pousar. Lula deve desembarcar em Brasília às 10h30. (CNN Brasil)

Para voltar a operar no Brasil, o X informou ontem ao Supremo Tribunal Federal que vai pagar as multas para encerrar o bloqueio em vigor desde 30 de agosto. A empresa pagará R$ 28,6 milhões e quitará os valores sem usar recursos da Starlink, também de Elon Musk. O ministro Alexandre de Moraes determinou ao Banco Central o desbloqueio imediato das contas. (g1)

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Evolução Energética

A pressão para reduzir as emissões de carbono representa um grande desafio para os setores chamados hard-to-abate – que incluem óleo e gás, cimento, aço e siderurgia –, com processos industriais complexos e dependência maior de combustíveis fósseis. As emissões de gases de efeito estufa são classificadas em três escopos: as diretas, as indiretas relacionadas ao consumo de energia e as emissões indiretas na cadeia de valor. Para mitigar essas emissões, o setor de óleo e gás tem adotado medidas que vão desde a redução da intensidade de carbono na produção até o uso de energias renováveis e inovações tecnológicas. Com uma média de 17 kg de CO? por barril de petróleo equivalente, o Brasil está à frente da média global, que é de 20 kg CO?. Além disso, o país avança na captura e armazenamento de carbono e petróleo e no uso de fontes de energia renováveis, que compõem 49% de sua matriz energética. (Meio)

O presidente Lula sancionou a lei que destina R$ 18,3 bilhões em incentivos fiscais para a produção e compra de hidrogênio verde no Brasil. A medida complementa o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, aprovado no Congresso no primeiro semestre e cria créditos fiscais entre 2028 e 2032, distribuídos pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), para empresas que se dedicarem à produção ou aquisição do combustível renovável. O programa também permite o uso de etanol como matéria-prima para o hidrogênio verde. (Folha)

Para ler com calma. Os Estados Unidos buscam reduzir a dependência da China e de fornecedores instáveis na mineração, e o Brasil emerge como um parceiro confiável para suprir essa demanda. Além de exportar esses materiais, o país pretende investir no processamento interno e na fabricação de produtos relacionados à evolução energética, o que exigirá investimentos substanciais em infraestrutura e pesquisa. (Globo)

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Viver

O Ministério da Fazenda divulgou ontem à noite a lista de 193 sites ligados a 88 empresas (confira) de apostas online que deram início ao pedido de autorização definitiva até 17 de setembro. Aquelas bets que não estão na relação não podem atuar no Brasil até obterem a autorização final do governo, exceto as que operam com concessões estaduais. A Fazenda recomenda que os usuários recolham o dinheiro depositado nos sites de apostas que deixarão de funcionar até o próximo dia 10, véspera da derrubada dos sites irregulares pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que é urgente tomar medidas para restringir as propagandas de bets em meios de comunicação como a televisão e que o presidente Lula tende a vetar o uso do cartão do Bolsa Família em apostas online. (Folha)

Mudanças climáticas já alteram fronteiras. Suíça e Itália estão redefinindo seus territórios nos Alpes por conta do derretimento acelerado das geleiras. Áreas ao redor do Matterhorn, uma das montanhas mais icônicas da Europa, estão entre as mais afetadas. Grandes trechos da fronteira entre os dois países, que tradicionalmente eram delineados por cristas de gelo, estão se deslocando à medida que as geleiras encolhem. A Suíça já aprovou a mudança, que aguarda a assinatura da Itália. (BBC)

Cultura

A National Book Foundation anunciou ontem os 25 finalistas do National Book Award 2024, um dos prêmios de literatura mais tradicionais dos Estados Unidos. Entre os principais concorrentes estão Knife, em que Salman Rushdie conta suas memórias sobre quando foi esfaqueado no palco durante uma palestra, e James, de Percival Everett, que faz uma releitura das Aventuras de Huckleberry Finn na perspectiva de um homem escravizado. A premiação é dividida em cinco categorias: ficção, não ficção, poesia, literatura traduzida e literatura juvenil. Os vencedores serão anunciados em novembro. (New York Times)

A atriz Alice Braga dá voz à série Yawara: Uma História Oculta do Brasil que estreia na Audible, plataforma de audiolivros da Amazon. A obra conta os crimes praticados contra povos indígenas durante a ditadura militar, entre 1966 e 67, como estupros, torturas e assassinatos, muitos deles praticados pelo antigo Serviço de Proteção ao Índio. (Globo)

Morreu o veterano do cinema John Amos, aos 84 anos, em Los Angeles, de causas naturais. Apesar de o óbito ter ocorrido em 21 de agosto, a família só divulgou a informação ontem. Foi indicado ao Emmy em 1977 por seu trabalho na minissérie Raízes, baseado no livro homônimo de Alex Haley, vivendo o protagonista Kunta Kinte, um homem sequestrado na África e escravizado nos EUA. (CNN)

Cotidiano Digital

A Microsoft anunciou ontem uma série de novidades no seu modelo de IA, o Copilot. A ferramenta está mais personalizável com recursos como o Copilot Vision, que consegue ver o mesmo que o usuário na tela, um modo de conversação natural semelhante ao da OpenAI, e um apresentador de notícias virtual, que pode ler as manchetes. Além disso, a companhia está recebendo novos recursos no Paint que permitem adicionar ou remover objetos com precisão nas imagens, utilizando IA para PCs Copilot Plus. A IA também é usada para melhorar a pesquisa do Windows nesses PCs, incluindo a função Click to Do, semelhante à Circle to Search do Google, facilitando encontrar e interagir com imagens, e-mails, documentos e vídeos. (The Verge)

Os óculos Ray-Ban com IA, lançados pela Meta, estão gerando debates sobre privacidade e uso de dados. Equipados com uma câmera que captura imagens constantemente ou por comando de voz, os óculos inteligentes podem tirar fotos, inclusive sem que o usuário perceba. No entanto, a companhia não esclarece se essas imagens serão usadas para treinar seus modelos de IA, levantando preocupações sobre a privacidade dos dados capturados. Representantes da Meta se recusaram a confirmar se as imagens seriam utilizadas com esse fim. (TechCrunch)

Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre o novo óculos de realidade aumentada da Meta, o Orion, feito de carbeto de silício. Assista! (YouTube)

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