Prezadas leitoras, caros leitores —

Acessíveis a qualquer pessoa com um celular e uma conta no banco, as apostas têm movimentado bilhões de reais no Brasil todo mês. Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, mergulhamos no lado mais humano dessa questão: as pessoas que perdem o controle e se viciam. Visitamos um grupo de jogadores anônimos e vamos contar suas histórias, mostrando como o perfil dos apostadores compulsivos vem mudando no país. Também vamos abordar o lado político, discutindo quais são os movimentos para a regulamentação das bets.

Na reta final das eleições municipais, vemos que a desconfiança com a urna eletrônica, invisível no noticiário, corre solta nos grupos de Telegram e WhatsApp monitorados pela Lupa. E terminamos com uma lista deliciosa: as novas séries que apostam em formatos inovadores para requentar os reality shows de culinária.

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Os editores.

Lula quer proibir uso de Bolsa Família em bets

Provocou mal-estar no governo a notícia de que beneficiários do Bolsa Família gastaram em agosto R$ 3 bilhões em apostas online, as chamadas ‘bets’, apenas via Pix. De Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU, o presidente Lula cobrou do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, responsável pelo programa, medidas para reverter esse cenário. Entre elas está a proibição do uso do cartão do Bolsa Família, que serve para saques e compras em débito, nas apostas e o controle com base no CPF dos beneficiários. “O presidente defende que Bolsa Família é para alimentação e necessidades”, afirmou Dias. (Folha)

E o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux convocou uma audiência pública para discutir a lei que regulamenta as bets. A reunião marcada para 11 de novembro será realizada no âmbito de uma ação movida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), pedindo à Corte que declare inconstitucional a Lei das Bets, sancionada no fim do ano passado. Na ação, a CNC argumenta que “a disseminação desenfreada das apostas online estaria criando um ciclo de dependência, principalmente entre os mais vulneráveis, o que tem levado à redução do consumo de bens essenciais e afetado diretamente o comércio”. (Estadão)

José Paulo Kupfer: “É um evidente equívoco querer tutelar os mais pobres e vulneráveis, como se fossem cidadãos incapazes. A solução eficaz do problema deve mirar não no consumidor, mas na oferta de produtos e serviços prejudiciais à população.” (Poder360)

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Após quase 30 anos de disputas judiciais, o STF intermediou um acordo histórico entre indígenas Guarani Kaiowá e produtores rurais no Mato Grosso do Sul, devolvendo o território Ñande Ru Marangatu aos povos originários. Os produtores serão indenizados em R$ 144,8 milhões pelas benfeitorias e por cerca de 9 mil hectares no município de Antônio João. De acordo com o compromisso firmado entre as partes, os produtores terão um prazo de 15 dias para desocupar a área após receberem o pagamento. (g1)

A América do Sul está se tornando mais quente, seca e suscetível a incêndios florestais, segundo um novo estudo publicado na revista Communications Earth & Environment. As mudanças climáticas são apontadas como as principais responsáveis por intensificar as secas e elevar as temperaturas, criando condições favoráveis para incêndios. Em áreas como o Norte da Amazônia, Gran Chaco, no Pantanal, e Lago Maracaibo, na Venezuela, as condições quentes e secas triplicaram em frequência nas últimas décadas. Entre 1971 e 2000, essas condições ocorriam por cerca de 20 dias ao ano, agora chegam a 70 dias anualmente. (Metrópoles)

Pois é... integrantes da bancada do PT no Congresso criticam, nos bastidores, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por sua atuação na crise climática, que não impediu o aumento das queimadas. Parlamentares petistas disseram nos últimos dias que a chefe da pasta prefere discussões mais “acadêmicas” do que “executivas”, como exigiria o momento. Além disso, a promessa de criar uma autoridade climática é mais um foco de atritos entre a ministra, o Congresso e integrantes do governo. (Folha)

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Política

Depois de mais um debate marcado pela violência, nova pesquisa Datafolha mostra estabilidade na corrida pela prefeitura de São Paulo, com oscilações dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais. Ricardo Nunes (MDB) segue com os mesmos 27% da semana passada, Guilherme Boulos (PSOL) recuou de 26% para 25%, enquanto Pablo Marçal (PRTB) avançou de 19% para 21%. Tabata Amaral (PSB) tem 9% das intenções de voto, ante 8% no levantamento de uma semana atrás, e José Luiz Datena (PSDB) manteve 6%. Marina Helena (Novo) perdeu um ponto percentual e agora tem 2%. Marçal continua sendo o mais rejeitado: 48% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum para prefeito, um ponto acima da pesquisa anterior. Boulos aparece em segundo, mantendo 38%. Datena oscilou de 36% para 35% e Nunes continuou com 21%. (Folha)

Como na semana passada, a pesquisa mostra que, em um segundo turno, Nunes derrotaria Boulos (52% a 36%) e Marçal (57% a 26%). O deputado federal também venceria o influenciador em uma segunda rodada, mas por uma diferença menor do que a da sondagem anterior, 47% a 38% em vez de 50% a 36%. (g1)

Marcado para amanhã à noite, o debate da Record entre candidatos à Prefeitura de São Paulo terá regras mais rígidas por causa dos últimos episódios de violência. A principal mudança foi prever a expulsão de candidatos, que até então não havia sido cogitada nas regras. De acordo com a nova versão do regulamento, poderá ser expulso imediatamente o candidato que agredir fisicamente o adversário ou que já tiver sido advertido quatro vezes por atos como se afastar do púlpito e falar palavrões. Além disso, irregularidades cometidas por assessores ou convidados podem gerar punição aos candidatos, que estarão sujeitos a suspensão do tempo de fala nas considerações finais ou exclusão. (Globo)

Meio em vídeo. No De Tédio a Gente Não Morre, Mariliz Pereira Jorge fala da baixaria promovida por Marçal que fez até a candidata Tabata perder a paciência, do discurso populista de Lula na ONU e do paternalismo sobre o dinheiro do Bolsa Família em gastos com apostas. Confira! (YouTube)

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O monitoramento de canais públicos de WhatsApp e Telegram mostram que Eduardo Paes (PSD) tornou-se alvo de dois grupos políticos nesta semana. O primeiro, formado por deputados federais da oposição, pede boicote aos candidatos do PSD para pressionar o Senado a avançar no impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. Paes é o nome mais forte da sigla nas eleições. O segundo grupo é liderado por Pablo Marçal (PRTB), que apoia Delegado Ramagem (PL) no Rio e promete "tirar a paz de Paes". Em SP, Guilherme Boulos (PSOL) trouxe Luiza Erundina para conquistar os idosos, enquanto a direita voltou a espalhar ataques falsos contra Paulo Freire. Assine a Ebulição, da Lupa.

Brasil já teve mais de 450 casos de violência política neste ano

Marcelo Martinez

Representantes do X no Brasil entregaram ao Supremo Tribunal Federal os documentos solicitados pelo ministro Alexandre de Moraes e pediram que a plataforma, bloqueada desde 30 de agosto, seja liberada no país. Eles afirmam que a rede social de Elon Musk cumpriu todas as exigências da Corte, como a indicação de um representante legal, o bloqueio de perfis de nove investigados e o pagamento de multas por descumprimento de ordens judiciais. Não há prazo para que Moraes decida. Ele pode solicitar mais documentos ou esclarecimentos. O ministro também deve decidir sobre a multa diária de R$ 5 milhões ao X pela suposta tentativa de furar o bloqueio na semana passada. (g1)

A Casa Branca não soube explicar a aparente desconexão entre o apelo dos Estados Unidos e outros países por um cessar-fogo de 21 dias no Líbano e a afirmação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que notícias sobre uma trégua iminente são “incorretas”. Apesar disso, o governo americano reiterou que a declaração de quarta-feira sobre um cessar-fogo foi alinhada com o Estado judeu. “A declaração foi de fato coordenada com o lado israelense”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. Depois de Netanyahu ter dito que não há indicação de um fim das hostilidades, o secretário americano de Defesa, Lloyd Austin, defendeu um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Mas o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que os militares têm “missões adicionais a cumprir” na sua luta contra o Hezbollah, à medida que avançam com ataques intensos contra o grupo militante. O Ministério da Saúde libanês disse que mais 92 pessoas morreram ontem. E o Hezbollah confirmou que um de seus comandantes, Muhammad Hussein Srour, foi morto ontem, sem detalhar as circunstâncias. (CNN)

O conflito fez mais uma vítima brasileira. Mirna Raef Nasser, de 16 anos, natural de Balneário Camboriú (SC), morreu em um bombardeio israelense, segundo seu tio Ali Khalen. A informação ainda não foi confirmada pelo Itamaraty. “Ela estava em casa, saiu do local do bombardeio e voltou para casa com o pai para pegar coisas da escola para os irmãos, pegar roupas e voltar para onde estavam. Na hora que chegaram em casa, atacaram eles, morreram dentro de casa”, disse. O nome e a nacionalidade do pai não foram informados. Na véspera, o Ministério das Relações Exteriores anunciou a morte do primeiro brasileiro no Líbano, o adolescente Ali Kamal Abdallah, de 15 anos. (Band)

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, reiterou ontem que o governo estuda uma operação de resgate de brasileiros no Líbano. (g1)

Cultura

A poesia brasileira perdeu um de seus mais importantes nomes, o escritor Armando Freitas Filho, aos 84 anos. A causa da morte não foi informada pela editora Companhia das Letras, que em breve publicará Respiro, último livro do poeta. Nascido no Rio de Janeiro em 1940, estreou na literatura em 1963 com Palavra. Autor premiado, recebeu o Prêmio Jabuti em 1985 com 3x4, além de vencer o Prêmio Rio de Literatura, do APCA, e o Alphonsus Guimarães, da Biblioteca Nacional. Influenciado por Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, tem entre seus trabalhos mais importantes À Mão Livre (1979), Raro Mar (2006) e Dever (2013). (Estadão)

A banda britânica Oasis já confirmou a turnê de reunião Live '25 no ano que vem. E segundo a revista NME, os irmãos Gallagher devem se apresentar em São Paulo. Informações preliminares indicam que outras grandes cidades, como Toronto, Chicago, Tóquio, Sydney e Buenos Aires, também podem receber o grupo. Os detalhes exatos dos locais e das datas de venda de ingressos serão divulgados em breve. A venda dos primeiros shows gerou controvérsia, com fãs enfrentando longas filas e dificuldades para a compra online de bilhetes, além de relatos de preços inflacionados devido a valores dinâmicos. (NME)

Escolhido melhor grupo de pop/rock no Prêmio da Música Brasileira de 2024, o quinteto pernambucano Mombojó preparou uma surpresa para os fãs. Chega hoje às plataformas Extra, um single bônus de seu elogiado álbum Carne de Caju, inteiramente dedicado à obra do conterrâneo Alceu Valença. Coração Bobo e Solidão – dois dos maiores sucessos do cantor e compositor – já faziam parte do repertório dos shows da banda, mas haviam ficado de fora do álbum, omissão corrigida pelo novo lançamento. “O sentimento por trás de Extra foi esticar um pouco mais a brincadeira de nos reinventarmos através da obra de Alceu”, explica o baixista Missionário José. (Meio)

Cotidiano Digital

Criador dos icônicos jogos Mario e Zelda, Shigeru Miyamoto expressou pouco interesse no uso de IA na Nintendo no momento. Durante um evento de mídia no Museu da Nintendo, que será inaugurado em Kyoto em 2 de outubro, ele destacou a abordagem diferenciada da empresa em relação à tecnologia, enquanto outras indústrias seguem na direção oposta. Miyamoto afirmou que a companhia busca se concentrar no que a torna especial, enfatizando que, em vez de acompanhar as tendências, prefere trilhar seu próprio caminho. (New York Times)

A OpenAI está discutindo a possibilidade de conceder 7% em ações da companhia a seu cofundador e CEO Sam Altman, além de se reestruturar para se tornar uma empresa com fins lucrativos, segundo fontes. Caso se confirme, essa seria a primeira vez que Altman teria uma fração da startup que ajudou a fundar, em 2015, como uma organização sem fins lucrativos com objetivo de criar uma IA segura e benéfica para a humanidade. A OpenAI trabalha para captar US$ 6,5 bilhões com uma avaliação de US$ 150 bilhões, o que torna uma participação em ações mais atraente. Enquanto isso, a empresa também avalia as mudanças causadas pela saída de executivos seniores nos últimos meses. Uma das perdas mais recentes foi a da diretora de tecnologia, Mira Murati, que anunciou seu desligamento na quarta-feira. (Bloomberg Línea)

Já o CEO da Microsoft, Satya Nadella, anunciou, durante o Microsoft AI Day, em São Paulo, que vai investir R$ 14,7 bilhões no Brasil em infraestrutura de IA e nuvem. O executivo afirmou que a empresa está dobrando o investimento em infraestrutura para garantir que a tecnologia funcione de forma eficaz. São Paulo e Rio de Janeiro já abrigam datacenters da companhia. O CEO também anunciou o compromisso de treinar 5 milhões de brasileiros em IA até 2028. (Forbes)

Perdeu a aula inaugural do curso Crise Climática: A História do Século 21? Não perdeu, não. Ela está gravada e pode ser acessada na página do curso. Aproveite para fazer sua inscrição. É sempre bom lembrar que os assinantes premium do Meio têm 20% de desconto. Mais um bom motivo para assinar.

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