Governo diz estar próximo de retirar todos os garimpeiros de terra Ianomâmi
Nilton Tubino, responsável pelas operações governamentais na reserva Ianomâmi, afirmou à Reuters que o Brasil está quase erradicando a corrida ilegal pelo ouro que devastou a reserva indígena, na Amazônia. A crise humanitária causada pelos garimpeiros levou a uma série de doenças e desnutrição entre os indígenas, mas a situação estaria melhorando e os Ianomâmis retornando ao seu modo de vida tradicional.
Desde março, o governo brasileiro destruiu 42 pistas de pouso clandestinas, 18 aeronaves e 700 bombas usadas na mineração, além da apreensão de 92 mil litros de diesel e o afundamento de 45 barcaças de dragagem. Um radar foi instalado para monitorar voos ilegais, e 90 antenas Starlink que facilitavam a comunicação entre os garimpeiros foram desmontadas. A incidência de malária caiu, a desnutrição foi controlada com a distribuição de cestas básicas, e postos médicos foram reabertos. Está também em andamento a construção de um novo hospital em Surucucu.
No entanto, a mineração ilegal continua, pois embora a presença de garimpeiros tenha diminuído, evidências de atividade ilegal ainda são visíveis. O chefe do conselho de saúde Ianomâmi, Junior Hekurari, destacou que a poluição das águas por mercúrio continua a afetar a pesca e a agricultura. Tubino afirmou que, embora o número exato de mineradores restantes seja desconhecido, mais da metade das áreas de prospecção foram eliminadas. A próxima etapa crucial é fechar a linha de abastecimento que mantém a mineração ilegal em operação. (Reuters)