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Prezadas leitoras, caros leitores —

Em nova edição dos Cursos do Meio, o economista e ambientalista Sérgio Besserman nos propõe abandonar a ideia de que cuidar da natureza e crescimento econômico são antagonistas. Sugere repensar a ideia de que meio ambiente seja algo externo ao ser humano. Não se trata de “salvar o planeta”, mas de perguntar: sabendo que estamos à beira do colapso, por que continuamos parados?

A resposta começa com conhecimento. Inscreva-se na primeira turma desse curso essencial e aproveite o preço promocional de pré-lançamento. É o primeiro passo para a ação que o futuro exige.

Pois é: cá neste Meio acreditamos na força transformadora que surge da combinação de temas urgentes com vozes que realmente fazem a diferença. É nessa interseção que podemos inspirar, provocar reflexões e, quem sabe, desencadear mudanças concretas.

Fato é que o ano de 2024 marca um momento crítico na história da Humanidade: pela primeira vez, a temperatura média global ultrapassou 1,5º C em relação aos níveis pré-industriais por um ano inteiro. Os efeitos dessa mudança já estão visíveis e são devastadores, impactam a economia e transformam tragédias em parte do nosso cotidiano. As decisões que tomarmos agora e nas próximas décadas definirão o futuro não só das gerações que estão por vir, mas de cada um dos 8 bilhões de habitantes do planeta.

Se você ainda tem dificuldades de compreender o fenômeno das mudanças climáticas ou não sabe o que podemos fazer já, se quisermos, não há professor melhor do que Sérgio Besserman.

— Os Editores.

Perseguido por Maduro, González vai para o exílio na Espanha

Diante da perseguição a opositores e temendo por sua vida, Edmundo González chegou a Madrid ontem com sua família, levado por um avião da Força Aérea Espanhola, após pedir asilo político. Grande parte da comunidade internacional acredita que ele é o vencedor legítimo das eleições venezuelanas de 28 de julho. Mais de duas mil pessoas foram presas pelas forças de Nicolás Maduro nas últimas semanas acusadas de terrorismo. González passou um mês abrigado na embaixada da Holanda, de onde saiu na quinta-feira, quando foi para a residência do embaixador espanhol. De Madrid, enviou uma mensagem de áudio para seus apoiadores na qual afirma que sua saída de Caracas “foi cercada de pressões, coações e ameaças”. (El País)

Na véspera, o regime chavista revogou a autorização para que o governo brasileiro mantenha a custódia da embaixada da Argentina em Caracas. O Brasil exercia essa função desde que o embaixador argentino foi expulso, no dia 1º de agosto, após o presidente Javier Milei acusar fraude eleitoral na contestada vitória de Maduro para seu terceiro mandato. Em nota, o regime disse ter provas de que o local, que abriga opositores, está sendo usado para planejar “tentativas de homicídio” contra o líder chavista. O governo Lula confrontou a decisão ao afirmar que “permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos” até que outro país seja definido. O prédio foi cercado por militares venezuelanos e havia o temor de uma invasão, mas ontem à tarde eles recuaram. (g1)

O aumento da tensão no país vizinho fez o presidente Lula convocar uma reunião de emergência ontem, no Palácio do Planalto, com assessores e diplomatas. Lula e o Itamaraty tinham esperança de conduzir a oposição e Maduro a um diálogo, mas a decisão de Caracas de romper o acordo com o Brasil sobre a embaixada argentina foi interpretada como um sinal de distanciamento entre os países. E o asilo de González na Espanha, avalia o governo, afasta ainda mais a Venezuela de uma solução democrática. (UOL)

Para ler com calma. A combinação de repressão política crescente e crise econômica constante faz crescer a migração de venezuelanos para o Brasil. Além das histórias dramáticas de quem precisou deixar o próprio país, o aumento do fluxo na fronteira traz problemas como a falta de medicamentos e vacinas e a maior demora na emissão de documentos para os refugiados. (Folha)

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Às 22h de amanhã (horário de Brasília), a ABC News receberá Kamala Harris e Donald Trump para o primeiro e único debate entre os dois. E os candidatos à Casa Branca estão se preparando de formas muito diferentes para a grande noite na Filadélfia. Enquanto o republicano responde informalmente perguntas de seus assessores, a democrata está concentrada com sua equipe em um hotel de Pittsburgh, onde foi montado um palco com uma réplica de iluminação de TV. Ela simula embates com um professor de teatro, formado no consagrado Método da escola Actors Studio, que leva a uma interpretação realista e intensa de personagens. O ator se veste com terno e gravata para interpretar o papel de Trump. (New York Times)

Aliados do republicano temem que ele jogue sua candidatura pelos ares no debate se fugir do roteiro de críticas aos pontos fracos do governo de Joe Biden, do qual Kamala faz parte, para focar em ataques pessoais à democrata. E Trump tem dado sinais de que não está interessado em recuar dos ataques pessoais. (Politico)

Começa a diminuir a ascensão de Kamala? Pesquisa do New York Times com o Siena College mostra o ex-presidente ligeiramente à frente da democrata, 48% a 47%. É um empate técnico, dentro da margem de erro de três pontos percentuais, mas surpreende que o cenário esteja praticamente inalterado em relação à pesquisa feita no fim de julho, quando Kamala entrou no jogo. A menos de dois meses do pleito, a questão é em quem votarão os 28% de eleitores que precisam, segundo o levantamento, saber mais sobre a vice-presidente. (New York Times)

Com “Fora, Xandão” adesivado no peito, bolsonaristas ocuparam no sábado a Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e a favor da anistia para os golpistas do 8 de janeiro. Segundo estimativa feita pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital (veja aqui), 45,4 mil pessoas foram ao ato. Os manifestantes levaram cartazes e bandeiras com mensagens em inglês de apoio a Elon Musk, dono do X, rede social suspensa no país pelo ministro do STF. (Folha)

“Ditador, gritou o ex-presidente Jair Bolsonaro contra Moraes ao microfone. E disse, para surpresa de muitos apoiadores, que o juiz “faz mais mal ao Brasil” do que o presidente Lula. O governador Tarcísio de Freitas, provável candidato ao Palácio do Planalto em 2026, afagou seu ex-chefe ao dizer que sente saudade do governo anterior, e pediu ao público que gritasse “Volta, Bolsonaro”. O prefeito Ricardo Nunes, timidamente posicionado no caminhão de som, não foi anunciado no evento. (CNN Brasil)

Nunes não foi o único escanteado. Bolsonaro criticou o candidato a prefeito Pablo Marçal (PRTB). O ex-presidente, que apoia a reeleição de Nunes (MDB), declarou em nota que o “único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso”, e contou que Marçal quis “subir no carro de som e fazer palanque”. O ex-coach disse ter sido barrado. (UOL)

O cerco bolsonarista a Marçal não se limitou à exclusão no ato da Paulista. Como conta Malu Gaspar, o pastor Silas Malafaia distribuiu em suas redes um vídeo no qual chama o ex-coach de “traidor” e “arregão” (covarde), afirmando que o candidato do PRTB “tem medo de Alexandre de Moraes”. (Globo)

O Código Marçal

Spacca

Um dia após a divulgação de denúncias de assédio sexual contra o agora ex-ministro Silvio Almeida, ele foi demitido do Ministério dos Direitos Humanos na tarde de sexta-feira. A queda de um dos nomes mais admirados do governo deixou perplexo o campo progressista do país. Ele foi acusado de assediar, entre outras mulheres, a ministra Anielle Franco. Segundo mensagens divulgadas pelo Meio, a relação entre eles sofreu uma ruptura em novembro do ano passado. (Meio)

Com a saída repentina, o presidente Lula pretende substitui-lo por uma mulher negra. Duas estão no radar: Macaé Evaristo, deputada estadual pelo PT mineiro, e a ex-ministra Nilma Lima Gomes, que conduziu a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial no segundo mandato de Dilma Rousseff. (Metrópoles)

Nossa editora Flávia Tavares foi até Kharkiv e nos trouxe de volta uma Edição de Sábado inteiramente dedicada ao tema. Os primeiros parágrafos estão abertos a todos lá no site do Meio. Se interessar, assine o Meio Premium para ler a edição completa.

Viver

Pela primeira vez na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil terminou no top 5, além de superar sua própria marca em número de medalhas de ouro e de pódios. Foram 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes em Paris, totalizando 89 medalhas e o 5º lugar. Atletismo (36) e natação (26) foram os esportes com mais conquistas. Ontem, último dia dos Jogos, ainda deu tempo de Tayana Medeiros quebrar o recorde paralímpico no halterofilismo ao levantar 156 kg. E teve dobradinha no pódio da canoa individual 200m VL2, com Fernando Rufino conquistando o ouro e Igor Tofalini, a prata. (ge)

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O climatologista Carlos Nobre deu uma entrevista alarmante à CNN Brasil sobre o risco de biomas brasileiros deixarem de existir com o avanço do desmatamento e das ações humanas que provocam as mudanças climáticas. Segundo ele, o prolongamento da seca em diferentes pontos do país pode afetar não apenas a Amazônia e o Pantanal. “Estamos com risco de ponto de não retorno da Caatinga se tornando semidesértica, do Cerrado se tornando muito semiárido, da Amazônia savanizada e do desaparecimento do Pantanal até o final do século.” (CNN Brasil)

Elio Gaspari: “O país vive a maior seca em mais de meio século, dois mil municípios estão em condições de risco e cidades são tomadas pela fumaça dos incêndios. No Dia da Amazônia, soube-se que, em agosto, a região teve 38 mil focos de queimadas. Os ambientalistas tinham razão. Vistos como profetas da catástrofe, revelaram-se clarividentes. (...) Está diante de todos a evidência de que as coisas não funcionam mantendo-se a máquina que existe. É como querer que um caminhão voe”. (Globo)

Pois é... Um dos principais afluentes do Amazonas, o Rio Madeira se transformou em grandes bancos de areia na altura de Porto Velho, além de ficar encoberto pela fumaça das queimadas em Rondônia. Medições compiladas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostram que o rio alcançou o nível mínimo histórico de 1,02 m, superando a marca anterior, de 1,10 m em 2023. (Folha)

Cultura

Ainda Estou Aqui recebeu o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cinema de Veneza. Dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, o longa foi escrito pelos roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega. A obra sobre Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar brasileira, era uma das favoritas ao prêmio de melhor filme, mas o Leão de Ouro foi para The Room Next Door, de Pedro Almodóvar. Havia a expectativa de Fernanda Torres ser eleita melhor atriz do festival, mas a escolhida foi Nicole Kidman por sua atuação em Babygirl. (Meio)

Documentário do diretor Ezra Edelman sobre o astro Prince apresenta uma pessoa profundamente falha, mas com grandeza e dignidade. A obra de nove horas de duração demorou quase cinco anos para ser finalizada e mostra um lado pouco conhecido de um dos maiores nomes da música pop. Mas o filme pode nunca ser visto. Quando o espólio de Prince mudou de mãos, os novos executores se opuseram ao projeto, entrando em uma batalha com a Netflix, que detém os direitos, sob alegação de que o filme deturpa a imagem do artista. (New York Times)

Mudar de endereço não foi suficiente para evitar filas e lotação na Bienal do Livro de São Paulo. Quem passou pelo Distrito Anhembi teve de encarar uma longa espera. Uma das mesas mais aguardadas do fim de semana foi composta pelos autores Elayne Baeta, Clara Alves e Stefano Volp. A Bienal vai até o dia 15 de setembro. (Folha)

Morreu na sexta-feira o pianista e compositor brasileiro Sergio Mendes, aos 83 anos, em Los Angeles, devido a complicações respiratórias decorrentes da Covid-19. Ele foi um dos nomes mais importantes do samba-jazz e da bossa nova. Seu maior sucesso, Mas que Nada, lançado com o grupo Brasil '66, ajudou-o a alcançar fama mundial. Vivia há seis décadas nos Estados Unidos, onde conquistou imenso reconhecimento, com 14 gravações no Top 100 das mais tocadas no país. (Globo)

Cotidiano Digital

Marte pode estar a dois anos de distância. A SpaceX lançará naves não tripuladas para o planeta em 2026, segundo Elon Musk, dono da empresa. “Elas não serão tripuladas para testar a confiabilidade do pouso”, afirmou em seu perfil no X, acrescentando que um voo tripulado pode acontecer em quatro anos, caso os testes corram bem. Ele sonha com a construção de uma cidade marciana “autossustentável em cerca de 20 anos”. (Reuters)

Uma investigação de quatro meses do New York Times, analisando mais de 3 milhões de mensagens em mais de 16 mil canais, revela que o Telegram se tornou o lugar ideal para prática de atividade criminosa, desinformação, material de abuso sexual infantil, terrorismo e incitação racista. A empresa de Pavel Durov tem feito vista grossa à medida que essas atividades crescem no aplicativo. O levantamento encontrou, por exemplo, 1.500 canais operados por supremacistas brancos coordenando ações que mobilizam quase um milhão de pessoas pelo mundo. Grupos terroristas e homofóbicos também têm grandes audiências na plataforma. (New York Times)

A Meta publicou uma atualização sobre como será a conexão de seus aplicativos WhatsApp e Messenger com serviços de chats de terceiros na Europa. A Lei de Mercados Digitais da União Europeia exige que a empresa forneça uma opção para que seus usuários possam conversar com pessoas que utilizam outros apps. A companhia disse que está criando notificações para informar sobre as integrações. Também haverá um fluxo de integração no WhatsApp e Messenger no qual os usuários poderão configurar uma pasta para mensagens de terceiros ou optar por uma caixa de entrada comum. (TechCrunch)

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