Fantasmas voltam a se divertir nas telas
Existe no cinema a expressão “sequência de legado”, uma continuação feita muitos anos depois do filme original, mas retomando a história e, em grande parte, o elenco. É o caso da principal estreia desta quinta-feira, Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, no qual o diretor Tim Burton e os atores Michael Keaton e Winona Ryder retomam a clássica comédia de terror de 1988. Jeena Ortega, aparentemente ainda presa à Wandinha da Netflix, faz a filha de Lydia (Ryder), motivo para o retorno do infame Beetlejuice (Keaton), disposto mais uma vez a enlouquecer a família dela.
Sem comédia, o terror está em alta. Criado em 1993 pelo quadrinista Mike Mignola, o meio-demônio Hellboy chega a sua quarta adaptação para o cinema com Hellboy e o Homem Torto. Assim como o terceiro filme, de 2019, o título atual é um reboot, agora ambientado nos anos 1950 e adaptado diretamente de uma saga publicada por Mignola em 2008. Com uma maquiagem mais “humana” que a de Ron Pearlman e David Harbour, Jack Kesy vive o personagem-título, uma criatura infernal criada desde a infância como agente de uma organização de combate a entidades paranormais.
E a Gata Borralheira não tem paz. Dois meses depois de ter a história recontada como terror, ela agora é slasher em A Vingança de Cinderela, estrelado por Lauren Staerck. Com a ajuda de uma Fada Madrinha tão bela quanto implacável (Natasha “A Experiência” Henstridge), Cinderela vai fazer a madrasta e as “irmãs” pagarem cada humilhação e cada copo lavado.
Encerrando o pacote violência, o indo-americano Kill – O Massacre no Trem mostra que Bollywood também pega pesado. O militar de elite Amrit embarca em um trem expresso para Nova Delhi a fim de impedir o casamento forçado da mulher que ama. O problema é que uma gangue decide atacar o comboio. Má ideia…
O clima está pesado, não? Vamos desanuviar com o documentário Othelo, O Grande, de Lucas H. Rossi, contando a história de um dos maiores comediantes do Brasil, o mineiro Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Grande Othelo (1915-1993). Imagens de arquivo e entrevistas contam sua carreira de quase oito décadas, passando com sucesso por rádio, teatro, cinema e TV, e também sua permanente guerra contra o racismo.
Ainda na categoria orgulho da negritude, outro documentário merece atenção. Black Rio! Black Power!, escrito e dirigido por Emílio Domingos, mergulha no universo dos bailes de subúrbio do Rio de Janeiro dos anos 1970 a partir da figura do agitador cultural Dom Filó. Por um lado, uma viagem musical que começa embalada com muito James Brown e segue até hoje no funk e no hip-hop. Por outro, um retrato o movimento que moldou a identidade da juventude periférica carioca diante tanto do preconceito racial quanto da repressão política.
E as crianças estão bem servidas nesta semana. Glória Pires estrela Vovó Ninja – sim, Glória Pires está fazendo papel de vovó! –, de Bruno Barreto, vivendo Arlete, que recebe (não exatamente de boa vontade) os netos para uma temporada em sua chácara. Sem internet e outros vícios modernos, a turma está morrendo de tédio, até que uma tentativa de assalto revela um lado insuspeito da anci… Não, eu me recuso a chamar Glória Pires de anciã!
Sucesso como série no streaming, Zuzubalândia, de Mariana Caltabiano, ganha seu primeiro longa-metragem com um tema bem atual. A harmonia do reino encantado feito de comida é abalada quando uma bruxa influenciadora convence as abelhas a abandonarem seus trabalhos de verdade para serem youtubers, designers de sobrancelhas etc.
Mas atenção. Apesar do título em português, a animação Corrida Maluca não tem qualquer relação com a série da Hanna-Barbera que nos deu personagens clássicos como Dick Vigarista e Penélope Charmosa. Dos mesmos produtores de Shrek, o longa traz bichinhos fofos disputando uma competição automobilística.
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