Barraco no auditório, tensão nos bastidores: a tentativa de debate em São Paulo

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No debate de ontem com candidatos à prefeitura de São Paulo organizado pela TV Gazeta e pelo canal MyNews, houve preocupação com o formato e as regras para evitar justamente o que ocorreu ontem: propostas de lado, ataques em alta, constantes pedidos de direito de resposta e quase violência física, quando o candidato José Luiz Datena (PSDB) saiu do púlpito e ficou frente a frente com Pablo Marçal (PRTB). A imprensa e as assessorias dos políticos não puderam entrar no auditório, ficando em uma sala separada, mas tendo acesso ao retorno das câmeras, mesmo nos intervalos.

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O Meio estava lá e viu, enquanto o circo pegava fogo entre os candidatos, um clima amistoso entre as campanhas rivais nos bastidores – pelo menos no início. Quando Datena se referiu ao prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), como picareta, uma assessora de Nunes brincou com um assessor do tucano. Olha o que o seu candidato falou do meu, disse, provocando risos. Mas o que deveria ser um debate de ideias para o futuro de São Paulo no auditório esquentou tanto que as campanhas também se queimaram, com integrantes de mais de uma candidatura discutindo a todo momento com representantes de Marçal.

O candidato do PRTB conseguiu o que queria: pautar o debate e ser citado de forma direta ou indireta em todas as coletivas de candidatos após a transmissão. Fora das câmeras, tanto nos intervalos quando ia ao banheiro e passava por repórteres e fotógrafos quanto após a coletiva, Marçal não respondia perguntas, sobretudo sobre os áudios criminosos revelados pelo UOL, com grampos telefônicos da investigação da Polícia Federal que o levou à prisão em 2005 por participação em um esquema de fraudes bancárias em Goiás. Nesses grampos, ele conversa com o líder da quadrilha, Danilo Oliveira, confirma que está capturando e-mails para os golpistas (o negócio tá bom hoje) e recebe críticas pelo trabalho (muito ruim, tem que prestar atenção nisso aí).

Em vez de responder os jornalistas, ele repetia o gesto de M com as mãos que fez ao vivo para as câmeras. Antes do debate, apoiadores do empresário tentaram entrar no prédio da Gazeta, tentando se passar por assessores. Funcionários da Fundação Cásper Líbero não se contiveram. Um segurança o filmou, dizendo Vai, Marçal, e duas faxineiras disseram de longe faz o M. (Meio)

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