Lula critica Anvisa e diretor da agência diz que fala é agressiva

Receba notícias todo dia no seu e-mail.

Assine agora. É grátis.

Ao participar da inauguração de uma fábrica de polipeptídeo sintético em Hortolândia (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu discurso para criticar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Lula reclamou da demora da agência na análise de registros de medicamentos. “Quando algum companheiro da Anvisa perceber que algum parente dele morreu porque um remédio que poderia ser produzido aqui não foi porque eles não permitiram, aí a gente vai conseguir que ela seja mais rápida e atenda melhor os interesses do nosso país”, disse Lula, na sexta-feira. A fala de Lula ocorreu após ouvir um pedido de celeridade do bilionário Carlos Sanchez, dono do laboratório.

PUBLICIDADE

No final do dia, o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, divulgou uma carta aberta ao presidente, classificando como agressivas as declarações do presidente e informando que já havia avisado sobre a falta de pessoal. “O atual governo federal foi alertado que o número insuficiente de servidores traria impacto direto no cumprimento da missão da agência, desde o Gabinete de Transição, logo após as eleições de 2022”.

Barra Torres ainda falou sobre a morte de servidores e de familiares durante a pandemia de Covid-19, quando a agência analisava a eficácia de imunizantes. “Quanto à morte de familiares, como fato de sensibilização para que trabalhemos mais rápido, esclareço que nos últimos anos, principalmente durante a pandemia, dez servidoras e servidores da Anvisa faleceram trabalhando”, diz a carta.

“A fala, entristece, agride, avilta e, acima de tudo, enfraquece a Anvisa, internamente e no cenário internacional, onde é referência para inúmeros países, fruto de árduo trabalho, por mais de 25 anos. Nenhuma morte é necessária. Nenhuma morte de familiar é necessária. Necessário é que mais pessoas possam se somar a nós, em nosso trabalho. Necessário é que gestores públicos, responsáveis por gerar condições de trabalho, cumpram com seus deveres e não terceirizem suas próprias responsabilidades”, apontou Barra Torres, que foi indicado para a agência pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). (g1 e Uol)

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.