No Chile, Lula pede transparência e respeito à soberania popular na Venezuela

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Em visita a Santiago, o presidente Lula defendeu nesta segunda-feira transparência no processo eleitoral da Venezuela e defendeu a soberania popular. Já o presidente chileno, Gabriel Boric, optou por não comentar o pleito, que é contestado pela oposição e parte da comunidade internacional.

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“Expus [em conversa com Boric] as iniciativas que tenho empreendido com os presidentes Gustavo Petro [Colômbia] e Lopez Obrador [México] em relação a processo político na Venezuela. O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes aos diálogos e promover o entendimento entre governo e oposição”, afirmou à imprensa após conversa privada com Boric. O chileno já se manifestou contra o resultado, enquanto Lula cobra a apresentação das atas antes de dizer se posicionar em relação a uma fraude ou legitimidade das eleições.

Lula afirmou também que em política externa as partes envolvidas em uma negociação precisam entender suas diferenças para se chegar a um consenso. “Cada país tem a sua cultura, cada país tem os seus interesses, cada país tem as suas nuances políticas. A gente não pode querer que todo mundo fale a mesma coisa, que pense a mesma coisa. Nós não somos iguais. Nós somos diferentes, isso é extraordinário. A diferença permita com que a gente procure encontrar as nossas similaridades.” (g1)

Mais cedo, 30 ex-presidentes da América Latina e da Espanha publicaram uma carta conjunta a Lula, pedindo que ele adote uma posição mais enfática em defesa da democracia na região. No texto, eles afirmam que a soberania popular da Venezuela foi “usurpada” e que o vencedor das eleições do último dia 28 foi Edmundo González Urrutia, candidato da oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

“O que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu país”, diz a carta.

Os ex-líderes fazem parte da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea). Entre os signatários, estão Maurício Macri (Argentina), Mario Abdo (Paraguai) Felipe Calderón (México) e André Pastrana (Colômbia). Nenhum ex-presidente do Brasil assinou o documento. (Globo)

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