Mortes violentas caem 3,4%, mas Brasil mata quatro vezes mais que média mundial

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Divulgado nesta quinta-feira, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 revela nova redução nas mortes violentas intencionais no país. Houve 3,4% menos homicídios em 2023 em relação ao ano anterior, sendo a primeira vez desde 2011 que o país tem menos de 47 mil assassinatos no período de 12 meses. É uma redução e tanto quando se compara com 2017, quando o indicador que reúne todos os homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de mortes e mortes cometidas por policiais apontou 64.079 registros. Mas o total de 46.328 casos faz com que o Brasil mantenha-se com taxa de 22,8 assassinatos por 100 mil habitantes – quase quatro vezes mais que o índice global de 5,8, considerando estatísticas das Nações Unidas. Cerca de 10% de todas as mortes violentas intencionais do planeta são cometidas aqui. Das 27 unidades da federação, apenas seis tiveram alta – Amapá (39,8%), Mato Grosso (8,1%), Mato Grosso do Sul (6,2%), Pernambuco (6,2%), Minas Gerais (3,7%) e Alagoas (1,4%). (CNN Brasil)

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Segunda maior cidade do Amapá, Santana é a cidade brasileira onde houve mais assassinatos em 2023. O município teve 92,9 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes – número quatro vezes maior que a média nacional. Pouco mais de 100 mil pessoas vivem no município, que tem um porto fluvial para navios cargueiros internacionais e se transformou em rota do tráfico de drogas. Entre as dez cidades mais violentas do país, seis ficam na Bahia: Camaçari tem taxa de 90,6 mortes por 100 mil habitantes, seguida por Jequié, com 84,4, em segundo e terceiro lugares na lista, respectivamente. (Exame)

Apesar da queda nos assassinatos, as mortes por intervenção policial, quando policiais militares e civis matam bandidos ou inocentes durante operações, aumentaram 189% em uma década. No ano passado, houve 6.393 mortos, média de 17 por dia, ante 2.212 casos em 2013. No último período analisado, a redução foi de 0,9%, mas quando se compara com o recorde de mortes violentas no país (2017), o número representa alta de 23,4%. As polícias que mais mataram em 2023, em números absolutos, foram as da Bahia – 1.699 mortes, alta de 15,8% em relação ao ano anterior – e as do Rio de Janeiro – 871 óbitos, uma redução de 34,5% em relação a 2022. O maior aumento percentual foi registrado pelas polícias do Mato Grosso do Sul, com aumento de 160,8% – em números absolutos, salto de 51 para 133 assassinatos.

A cada seis minutos, uma mulher é estuprada no país. O número representa novo recorde, pois no período anterior (2022) era um abuso a cada oito minutos. Ao todo, foram 83.988 casos no ano passado, mas o número leva em conta apenas episódios denunciados às autoridades policiais e incluem tanto estupro quanto estupro de vulnerável, como são classificados os casos no qual a vítima tem menos de 14 anos, ou quando ela não tem condição de consentir. Os mais de 83 mil registros representam aumento de 6,5% em relação a 2022. Quando observada a série histórica, iniciada em 2011, o aumento é de 91,5%. A taxa de vitimização de bebês e crianças de até 4 anos de idade é superior à média nacional e chegou a 68,7 casos por 100 mil habitantes – a taxa de estupro para esta faixa é 1,6 vezes superior à média nacional. Todas as violências contra mulheres cresceram no Brasil, segundo o Anuário. Feminicídio subiu 0,8%, violência doméstica, 9,8%, ameaças cresceram 16,5%, tentativa de feminicídio, 7,1%. Também houve mais casos de violência psicológica (33%) e de stalking (34,5%). Importunação sexual subiu 48,7%, assédio, 28,5%, e divulgação de vídeos de sexo e estupro, 47,8%. (Folha)

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