‘Abin paralela’: magistrados, políticos e jornalistas foram espionados, segundo PF

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O monitoramento ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) incluiu autoridades do Judiciário e do Legislativo, além de um ex-presidenciável e jornalistas, segundo as investigações da Polícia Federal. A chamada “Abin paralela” também produzia dossiês e disseminava notícias falsas contra adversários. Na decisão que autorizou a operação da PF realizada nesta quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes diz que as investigações mostraram que a “utilização dos recursos da Abin para monitorar” magistrados e políticos teve o objetivo de “obter vantagens políticas”. Entre as autoridades monitoradas estão o próprio Moraes, além dos ministros da Corte, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux. No Legislativo, foram acompanhados, entre outros, Arthur Lira (PP-AL), que hoje preside a Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que à época era presidente da Casa, e os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). O então governador de São Paulo João Dória também foi monitorado, assim como os jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista. A Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio dos aparelhos celulares. (Globo)

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Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia comparou a espionagem ilegal às “piores ditaduras” e disse que isso “assusta”. “Espionagem utilizando o aparato estatal a pessoas consideradas adversárias do antigo presidente é comportamento de governo totalitário e criminoso, típico das piores ditaduras.” (CNN Brasil)

Veja a lista de lista pessoas espionadas na gestão Bolsonaro (g1)

E a PF encontrou o áudio de uma reunião em que Bolsonaro, o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ao qual a Abin é subordinada, e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem discutem um plano para anular o inquérito das “rachadinhas”, que fechou o cerco ao senador Flávio Bolsonaro. A gravação é de um encontro de agosto de 2020, com a participação da advogada de Flávio. Procurado, Flávio disse que nunca teve contato com integrantes da Abin. A defesa do ex-presidente disse que não teve acesso ao áudio. Ramagem não se manifestou. (Estadão)

A estrutura da “Abin paralela”, segundo a PF, mandava marcar o vereador Carlos Bolsonaro em postagens nas redes sociais com fake news que miravam adversários políticos. Em diálogos interceptados pela PF, membros desse grupo combinavam de marcar o filho do presidente, por exemplo, em postagens que atacavam o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que se tornou alvo dessa estrutura após encaminhar um requerimento para que o vereador prestasse esclarecimentos na CPI da Covid e que fossem afastados seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. O relatório da PF mostra também que a “Abin paralela foi utilizada para produzir provas a favor de Jair Renan, que era alvo de um inquérito pela suspeita de tráfico de influência. Essa investigação foi arquivada um ano depois. (Globo)

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