Na TV, Biden descarta preocupações e diz que desistiria se Deus o orientar

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Como parte das ações para provar que está apto a seguir na disputa à Casa Branca, o presidente americano deu uma entrevista na noite de sexta-feira ao âncora da ABC News George Stephanopoulos. A conversa de 22 minutos, exibida em horário nobre, não foi ao vivo, mas gravada pouco antes. E foi a primeira entrevista televisiva desde o debate de 27 de junho. O democrata reconheceu que o encontro com Donald Trump foi um “episódio ruim”, mas, mais uma vez, descartou questões mais amplas sobre sua idade e aptidão mental. Stephanopoulos pressionou Biden não apenas sobre seu desempenho no debate, mas também sobre relatos de que seus lapsos se tornaram cada vez mais comuns e sobre o que ele estaria disposto a fazer para tranquilizar os americanos. “Você é hoje o mesmo homem que era quando assumiu o cargo, há três anos e meio?”, perguntou o jornalista. “Em termos de sucessos, sim”, respondeu Biden, citando o plano de paz para o Oriente Médio, a expansão da Otan e os dados positivos da economia. Ao ser questionado se teve mais lapsos nos últimos meses, Biden disse que não pode “correr 100 metros em 10 segundos”, mas ainda está “em boa forma”. Mas o apresentador insistiu: “Você está mais frágil?”. E o presidente respondeu categoricamente: “Não”. Stephanopoulos também indagou se o democrata tem capacidade mental e física para liderar o país por mais quatro anos. E Biden disse que sim, caso contrário não estaria concorrendo. Se reeleito, o democrata terá 86 anos ao fim do mandato. Sobre uma desistência da candidatura se fosse convencido de que não pode derrotar Trump, Biden recorreu a Deus. “Depende. Se o Senhor Todo-Poderoso vier e me disser isso, eu posso fazer isso”, respondeu. (ABC News)

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Membros do Congresso e democratas de peso admitiram que Biden estava mais enérgico e convincente do que no palco do debate. Mas isso, provavelmente, não será suficiente para conter o pânico. E muitos ficaram chocados com a negação do presidente sobre a sua posição na corrida e com a sua repetida rejeição em relação às preocupações generalizadas do seu partido. É uma abordagem que alguns democratas descreveram como “perigosa”. (Politico)

Peter Baker: “Tudo parece bem no mundo do presidente Biden. Esse debate devastador? Apenas uma noite ruim. Esses números sombrios das pesquisas? Simplesmente impreciso. As sombrias previsões eleitorais? Os mesmos velhos pessimistas, errados novamente. Os democratas que querem que ele desista? Ninguém disse isso a ele. Para Biden, a crise vista por tantos democratas que não estão na sua folha de pagamento – e por alguns que estão – nada mais é do que mais um obstáculo no caminho, outro obstáculo a superar como sempre fez. Ele não concorda que está escorregando à medida que envelhece. Ele não aceita que esteja perdendo para o ex-presidente Donald Trump. Ele não acredita que grande parte de seu próprio partido queira que ele se afaste”. (New York Times)

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