Em São Paulo, Lula ouviu alertas de Haddad e economistas sobre dólar e BC

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O presidente Lula aproveitou o sábado em São Paulo para se encontrar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e um grupo de economistas de dentro e de fora do governo. Eles discutiram as recentes altas do dólar frente ao real, conta Mônica Bergamo. Dos mais desenvolvimentistas aos mais ortodoxos presentes no encontro, Lula recebeu conselhos. Mesmo os economistas de esquerda, que dão razão ao presidente nas falas contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sugeriram que ele reduza o tom – o que, por enquanto, ainda não fez. Isso porque Lula deveria preservar a política de valorização do salário mínimo e manter o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadorias indexados ao salário. O grupo ponderou que as falas de Lula, sozinhas, não provocaram a alta do dólar, mas se somaram às incertezas sobre a política monetária dos Estados Unidos. A sequência da escalada do tom, segundo os economistas, poderia fazer o Banco Central subir os juros pelo impacto inflacionário do dólar alto no preço dos insumos e ativos brasileiros. A preocupação primeira do presidente teria de ser com a inflação dos alimentos, hoje o grupo que mais puxa a inflação para cima. De acordo com um dos presentes na conversa, Lula está justamente indignado com o que seria um movimento especulativo contra seu governo – e com a tentativa de fazer a corda do ajuste fiscal estourar no lado da população mais pobre. Por isso o presidente estaria repetindo em entrevistas que não se dobrará a essa receita. (Folha)

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