Negros são considerados traficantes em situações similares a de brancos usuários

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Um levantamento do Núcleo de Estudos Raciais do Insper realizado em São Paulo mostrou que 31 mil pretos e pardos foram enquadrados como traficantes em situação semelhante às que pessoas brancas foram consideradas usuárias. O número é suficiente para lotar 40 dos 43 Centros de Detenção Provisória (CDPs) masculinos do estado, sendo que 40 destes já estão superlotados. Enquanto os que são considerados traficantes são presos até a decisão de um juiz na audiência de custódia, podendo continuar encarcerado ou aguardar julgamento em liberdade, o usuário recebe penas alternativas.

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Ao analisar 3,5 milhões de boletins de ocorrência realizados entre 2010 e 2020, os autores da pesquisa descobriram que a chance de um negro ser considerado traficante é 1,5% maior em relação a um branco. Para demonstrar o impacto do racismo na decisão policial, eles compararam casos em que os detidos tinham o mesmo gênero, grau de instrução e quantidade de drogas. O componente racial se mostrou mais evidente nos casos em que os suspeitos eram detidos com pequenas quantidades de entorpecentes considerados leves, principalmente maconha. Apesar de os pesquisadores se propuserem a fazer um levantamento nacional, apenas o estado de São Paulo forneceu os dados para os estudiosos do Insper. (Folha)

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