Prezadas leitoras, caros leitores —

Nós, aqui no Meio, usamos muita inteligência artificial.

É da nossa natureza: o Meio é uma empresa de tecnologia. Criamos a empresa desse jeito e é assim nossa cabeça. Gostamos de tecnologia, novidades nos fascinam, nossa tendência é contratar gente que gosta de tecnologia. Após começarmos a usar IA, principalmente nas ilustrações, nosso passo seguinte foi contratar mais designers. Gente que conhece as ferramentas.

Nossa política para o uso de IA segue, na essência, um princípio fundamental: ela jamais servirá para alimentar alguma confusão entre realidade e mentira. Isso não mudará nunca.

Somos jornalistas. Acreditamos que as ilustrações e vídeos que construímos com a tecnologia não levam ninguém a confundir seu conteúdo com a realidade. Ainda assim, a partir de agora, sempre que usarmos IA, identificaremos o produto final com um selo. Uma simpática mãozinha com bem mais do que cinco dedos.

IA não é diferente de um pincel novo ou uma máquina de escrever. É uma ferramenta para trabalharmos melhor, chegarmos a resultados mais interessantes. Seguiremos experimentando. E, se o avanço da tecnologia nos levar a uma mudança da política, avisaremos a todos.

— Os editores

Na véspera da Selic, Lula abre fogo contra Campos Neto

Em dia de reunião do Comitê de Política Monetária e véspera de decisão sobre os juros, o presidente Lula voltou a atacar o chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em entrevista à CBN, afirmou que o economista “não tem nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e trabalha muito mais para prejudicar o país”. E citou o jantar do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em homenagem ao presidente da autarquia, dizendo que o ex-ministro de Jair Bolsonaro tem mais influência nas decisões de Campos Neto do que ele, como presidente da República. A inflação, segundo Lula, está totalmente controlada e o Brasil tem alta de empregos. “Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante: o comportamento do BC”, disparou. Sobre a provável manutenção da Selic em 10,5% ao ano, Lula disse que o país não precisa disso. E em alusão ao convite que Tarcísio teria feito para que Campos Neto seja seu ministro da Fazenda, em caso de vitória na eleição de 2026, Lula indagou se o presidente do BC “está disposto a fazer o mesmo papel que Moro fez, paladino da justiça com rabo preso com compromissos políticos”. (CBN)

Tarcísio de Freitas disse a interlocutores que os juros altos “obviamente” atrapalham a administração do estado, mas afirmou que não vai rebater Lula publicamente, conta Raquel Landim. Na visão de Tarcísio, a queda dos juros tem que vir acompanhada de responsabilidade fiscal e não dá para “cortar os juros na marra, como aconteceu na época do governo Dilma”. (UOL)

Lula também afirmou que não permitirá que “um fascista” e “trogloditas” voltem a governar o país. Disse que não quer discutir a reeleição de 2026, que “tem muita gente boa para ser candidato”, mas, “se for necessário”, disputará a eleição. “Pode ficar certo que meus 80 anos virarão 40. Mas não é a primeira hipótese.” (Valor)

Aliás, a aprovação do trabalho de Lula ficou estável na pesquisa Datafolha divulgada ontem, passando de 35% em março para 36% no levantamento feito entre os últimos dias 4 e 13. Já a reprovação recuou de 33% para 31%, enquanto o regular foi de 30% para 31%. Os três números ficaram dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. (Folha)

Miriam Leitão: “É evidente que o presidente do BC, num ambiente polarizado como esse, não deveria ter ido para um jantar em sua homenagem com um possível candidato a presidente pelo campo da direita. Mas mais do que isso, as declarações, os comentários desse jantar mostravam um lado político de Roberto Campos Neto. Por outro lado, Campos Neto subiu taxa de juros em pleno período eleitoral, contrariando o governo passado que o indicou. Ele tem tido uma posição técnica, há sempre argumentos técnicos para justificar os votos dele no BC, mesmo quando se discorda da decisão”. (Globo)

Alvaro Gribel: “É fato que Campos Neto errou ao aceitar participar de um jantar em sua homenagem. Mas Lula, no cargo de presidente da República, erra também ao escalar a crise às vésperas de uma das reuniões mais importantes do Copom este ano”. (Estadão)

Bruno Carazza: “Lula se declarou perplexo ao tomar conhecimento do volume de renúncias fiscais. Não deveria se fazer de surpreso. Afinal, foi durante o seu segundo mandato que a política de concessão deliberada de incentivos tributários ganhou impulso. O que Lula sabe, mas não admite, é que pouco se sabe se essas contrapartidas foram efetivamente cumpridas”. (Valor)

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Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu tornar réus cinco suspeitos de envolvimento no assassinato, em 2018, da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Os réus são o deputado federal Chiquinho Brazão; seu irmão e conselheiro do Tribunal de Contas do RJ Domingos Brazão; o ex-chefe da Polícia Civil do RJ Rivaldo Barbosa; o ex-PM Ronald Paulo de Alves; e o ex-assessor de Domingos Brazão Robson Calixto. Eles são investigados por homicídio, tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves e organização criminosa. Todos estão presos e negam participação nos crimes. A denúncia se baseia principalmente na delação premiada de Ronnie Lessa, ex-PM que assumiu a execução do crime. (UOL)

Moraes determinou ontem a abertura de um novo inquérito sobre a tentativa de obstrução das apurações e indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. (g1)

No Meio Político de hoje, que chega às 11h para assinantes premium, trazemos uma edição de um artigo inédito da cientista política Maria Celina D’Araujo sobre o nacionalismo de direita no Brasil. Uma análise que parte das ideias formuladas por intelectuais nos anos 1920 e vai até Bolsonaro. O artigo completo estará na publicação Nacionalismo e Democracia na Europa e no Brasil, que será lançada no próximo dia 27. Ainda dá tempo de receber o Meio Político de hoje. Assine!

Não gosto muito de você, leãozinho

Spacca

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Viver

Apenas 162 municípios registraram metade dos 46,4 mil homicídios ocorridos no Brasil em 2022, segundo o Atlas da Violência, divulgado ontem. Destas cidades, 24 estão na Bahia, 19 no Rio de Janeiro e 16 em São Paulo. A Bahia também tem sete municípios entre os dez mais violentos do país. Entre 2012 e 2022, quase 50 mil mulheres foram assassinadas e 221.240, de todas as idades, foram vítimas de algum tipo de agressão. A maioria dos casos (144.285) ocorre em ambiente familiar. (CNN Brasil)

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Após colocar o Brasil no centro do mapa-múndi, o IBGE lançou uma nova versão do Atlas Geográfico Escolar. Desta vez, com erros em mapas que mostram a formação dos atuais continentes. Em um deles, há uma troca na sequência dos mapas dos períodos Jurássico e Cretáceo, causando uma diferença de 70 milhões de anos em relação às datas corretas, além de incorreções sobre a idade e duração dos períodos geológicos. O IBGE reconheceu as falhas e prometeu preparar uma errata, enviando novo exemplar a cada escola pública. (Poder360)

Em um feito inédito na astronomia, pesquisadores descobriram a existência de um buraco negro despertando no núcleo de uma galáxia a 300 milhões de anos-luz de distância. A SDSS1335+0728 já era observada há mais de duas décadas, operando de maneira tranquila, até que os cientistas observaram um brilho fora do habitual a partir de 2019. Utilizando dados de vários observatórios espaciais, concluíram que o brilho cada vez mais intenso é de um buraco negro supermassivo, que repentinamente começou a se alimentar do gás disponível. (Galileu)

De um lado, a IA nos acelera para um futuro em velocidade estonteante. Do outro, fundamentalistas reacionários tentam reverter direitos básicos e nos fazer voltar à Idade Média. Como ficar bem-informado sem entrar em pânico e querer fugir para as montanhas? Seguindo o Meio, claro. Notícias bem apuradas, opiniões baseadas em fatos, cursos focados em aprimoramento pessoal e cidadania. Quer mais do Meio? Seja um assinante premium.

Cultura

Oitenta anos, oito fãs, oito músicas. No aniversário de Chico Buarque, a convite do Meio, personalidades importantes do país tentam escolher uma única canção de um dos maiores e mais completos artistas de todos os tempos. “Missão impossível”, disse João Bosco, embora tenha conseguido – o mesmo não se pode dizer de Fernanda Torres, que optou por duas. Os convidados foram, além de Bosco e Torres, a escritora Carla Madeira, a filósofa Djamila Ribeiro, o ator Fábio Porchat, o jornalista Nelson Motta, o neurocientista Sidarta Ribeiro e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que deixou de pensar por um instante na reunião do Copom para escolher Assentamento. São músicas “que o próprio tempo vai parar para ouvir. E nós também. (Meio)

Cantor, compositor, teatrólogo e escritor. Confira um panorama da ampla carreira de Chico Buarque. (Globo)

Mauro Ferreira: “Chico Buarque de Hollanda já apareceu pronto. Tanto que, em 1966, já era rara unanimidade nacional, alçado a contragosto ao posto de popstar. E, em 1968, já era reconhecido como o gênio que sempre foi. Hoje, quando o já octogenário Chico sobe ao palco, a voz, mesmo sem viço, mostra que o cantor se aprimorou na arte de interpretar a própria obra glorificada nos 80 anos do artista.” (g1)

O cinema francês perdeu um de seus maiores mitos com a morte da atriz Anouk Aimée, aos 92 anos, estrela de filmes clássicos como Um Homem, Uma Mulher (1966), de Claude Lelouch, que lhe valeu um Globo de Ouro de melhor atriz e a indicação ao Oscar. Estreou no cinema em 1947 em La Maison Sous la Mer, vivendo a adolescente Anouk, de onde tirou seu nome artístico – Aimée é “amada” em francês. Ao longo das décadas seguintes, estrelou longas antológicos como La Dolce Vita e Oito e Meio, ambos de Fellini, e O Encontro, de Sidney Lumet, e se tornou mundialmente famosa com o clássico de Lelouch. Retomou o papel em duas continuações, Um Homem, Uma Mulher, 20 anos depois, de 1986, e Os Melhores Anos de Uma Vida, de 2019, seu último trabalho. (Hollywood Reporter)

Cotidiano Digital

A Apple suspendeu o desenvolvimento de um novo Vision Pro de última geração para focar em um modelo mais barato. A decisão teria sido comunicada a um de seus fornecedores, após analistas indicarem uma desaceleração nas vendas de seus headsets de realidade virtual (VR). Segundo a fonte, a companhia trabalha em uma versão mais acessível, mas com menos recursos, que deve ser lançada até o fim de 2025. Até o fim deste mês, o Vision Pro deve ser comercializado em países como China, Japão, Austrália e alguns países europeus. A Apple não comentou. (The Information)

Após uma série de relatos nas redes sociais de tentativas frustradas e cômicas de comprar lanches em pontos de drive-thru americanos, o McDonald's disse que vai remover o recurso de pedidos alimentado por inteligência artificial até julho. A tecnologia foi desenvolvida pela IBM utilizando software de reconhecimento de voz e estava sendo testada em mais de 100 restaurantes da rede. Em dos vídeos virais, uma jovem fica impaciente ao tentar explicar à assistente de IA que quer um sorvete de caramelo, enquanto o sistema adiciona diversas camadas de manteiga. (BBC)

Meio em vídeo. No Pedro+Cora desta semana, nossos hosts falam do Google for Brazil, evento que traz as principais novidades da gigante da tecnologia. Confira! (YouTube)

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