Dólar acumula alta de 2% em junho, com 10,4% no ano
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O dólar iniciou o mês em viés de alta e já tem 2% de valorização frente ao real desde o início de junho. No ano, o aumento é de 10,4%. De acordo com projeções, o dólar comercializado no patamar de R$ 5,30 gera uma carga inflacionária de 0,4 a 0,6 ponto percentual nos 12 meses subsequentes. Para o futuro, o clima é de pessimismo entre investidores. Sócio e diretor de investimentos da Armor Capital, Alfredo Menezes pontua que o dólar costuma ficar mais favorável nos primeiros meses do ano, mas que, em 2024, a desvalorização da moeda “ficou para trás e não trouxe apreciação para a moeda brasileira”, acrescentando que a expectativa é que o dólar feche o ano em cerca de R$ 5,60. O setor ainda está em estado de espera pelas definições do Banco Central americano, o Fed, que começou os debates para definir a taxa básica de juros dos EUA, além de, também nesta semana, estar prevista a divulgação da inflação no país.
A desconfiança com os mercados emergentes, a incerteza com as eleições europeias e subsequente condução da política econômica e o debate em torno da questão fiscal brasileira também têm pressionado o real para baixo, gerando perdas e até recordes. A B3, a bolsa brasileira, mostrou que o final da semana passada registrou um número recorde de apostas contra a moeda brasileira, com US$ 74,3 bilhões investidos em expectativa de alta – no mesmo período do ano passado, os valores ficaram em US$ 40 bilhões, em dados que incluem dólar futuro, dólar mini, swap cambial e cupom cambial, o DDI. Na segunda, o “stop less” – mecanismo do mercado financeiro para travar as negociações após perdas significativas – chegou a ser cogitado. A manutenção deste patamar pressiona os preços e gera dificuldades ao Banco Central para trazer a inflação para dentro da meta. (Valor)