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Até ter ficha limpa para concorrer à Câmara, Dirceu quer ajudar a reestruturar a esquerda

Após a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que extinguiu a pena imposta ao ex-ministro José Dirceu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, o petista quer voltar à política e disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026. A decisão da Corte foi tomada nesta terça-feira, por 3 votos a 2. Mas enquanto não estiver com a ficha limpa, Dirceu, que completou 78 anos em março, pretende ajudar na estruturação de candidaturas de esquerda nas eleições municipais deste ano e trabalhar pela renovação de quadros no PT.

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O petista argumenta que sua condenação foi “kafkiana” – afastada da realidade ou da lógica – e que o objetivo era somente tirá-lo da vida pública. “Seria justo voltar à Câmara dos Deputados, e a decisão do STF nos leva a essa direção”, disse o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado, por meio de sua assessoria. Ele confirmou sua intenção de se tornar deputado federal, mas esclareceu que essa decisão só ocorrerá depois que ele tiver sua elegibilidade restituída e passar por decisões do partido, o que deve ocorrer só no próximo ano.

A defesa de Dirceu, conduzida pelo advogado Roberto Podval, sustenta que o suposto crime, de 2009, já estava prescrito quando foi julgado, em 2016. Há um outro processo que tramita no Superior Tribunal de Justiça que, por analogia à decisão do STF, também deve ser declarado prescrito. A pena extinta hoje era de 8 anos e 10 meses de prisão, foi decidida pela Justiça Federal no Paraná, assinada pelo então juiz Sergio Moro, e, depois, confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

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