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Advogado e cientista político, o administrador da representação do X (ex-Twitter) no Brasil, Diego de Lima Gualda, renunciou ao cargo, em meio às ameaças de Elon Musk, dono da plataforma, de descumprir ordens judiciais no país. Na quarta-feira (10/4), uma carta de renúncia de Gualda, datada de dois dias antes, foi registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp). Até o momento, não há um novo nome para o cargo.

A renúncia ocorre em meio a tensão entre o o Supremo Tribunal Federal (STF) e o dono da rede. Na última terça, o ministro Alexandre de Moraes, que incluiu Musk como investigado no inquérito das Fake News, negou o pedido do X no Brasil para que a responsabilidade por eventual desobediência a decisão judicial fosse atribuída ao X internacional.

A empresa argumentava que o escritório no Brasil não teria “capacidade alguma para interferir na administração e operação da plataforma, tampouco autoridade para a tomada de decisões relativas ao cumprimento de ordens judiciais nesse sentido”.

Moraes no entanto, disse que o pedido “beirava a litigância de má-fé” e indeferiu a petição apresentada pelos advogados. Moraes informou que “as consequências de eventual obstrução da Justiça, ou de desobediência à ordem judicial, serão suportadas pelos administradores” do X Brasil.

Na decisão, Gualda foi citado em dois trechos, como procurador das duas empresas que compõem a sociedade limitada Twitter Brasil (hoje X Brasil). Gualda havia assumido o posto em 17 de agosto passado, segundo o documento da Jucesp, quando Fiamma Zarife deixou a empresa. Na noite desta sexta-feira (12), em seu perfil no Linkedin, Gualda colocava que ficou no X até abril de 2024. (Valor)