Meio

Aloizio Mercadante, atual presidente do BNDES, está sendo cotado para assumir o comando da Petrobras ou a presidência do Conselho de Administração da estatal. Apesar de fontes afirmarem que o economista não está disposto a ocupar qualquer um dos cargos e que Lula não tenha feito tal convite, essa possibilidade tem gerado preocupações entre investidores. Embora o ex-ministro do governo Dilma Rousseff esteja conduzindo uma gestão considerada “sóbria” no BNDES e tenha o respaldo dos funcionários de carreira, sua figura é vista por analistas e agentes de mercado como “essencialmente política e de inclinação intervencionista”. Enquanto as especulações tomam conta do cenário, o atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, faltou às reuniões da diretoria executiva e do conselho realizadas nesta sexta-feira (5), quando se discutiu sobre a saúde financeira da companhia e sobre abrir caminho para a distribuição dos dividendos retidos em maio.

A relação de Prates com o Palácio do Planalto está em plena crise, patrocinada pelos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. As rusgas se intensificaram depois que Prates se absteve da votação do conselho, que determinou a retenção dos R$ 43,9 bilhões que seriam distribuídos aos acionistas como dividendos extraordinários. Na ocasião, o presidente da Petrobras chegou a propor a distribuição parcial, mas foi voto vencido. A situação de Prates com o Planalto vem na esteira da abstenção nessa votação, contrariando a indicação do governo. A retenção dos dividendos pegou os acionistas de surpresa e reduziu o valor de mercado da companhia. (Globo e Estadão)