Cronologia de reuniões golpistas foi confirmada com dados do Alvorada e de celulares

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Dados de registros de celulares e de entrada e saída do Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente da República, foram usados pela Polícia Federal para corroborar o relato do tenente-coronel Mauro Cid sobre as reuniões para elaboração da minuta do “decreto do golpe”. O texto, de acordo com as investigações, previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e a convocação de novas eleições após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Documentos obtidos pela jornalista Andreia Sadi mostram como a PF montou a cronologia da confecção da minuta e confirmou a presença dos investigados no Alvorada nos momentos apontados por Cid. Além das anotações da portaria do palácio, informações de Estações Rádio Base (ERB) permitiram que a PF obtivesse mais detalhes sobre participantes das discussões sobre a minuta do decreto e as formas como eles se comunicaram.

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As provas indicam que, no dia 19 de novembro, o ex-assessor Filipe Martins e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, do núcleo jurídico da trama, chegaram ao Alvorada às 14h59. Cid estava lá desde as 8h34. Neste dia teria sido apresentada a primeira versão da minuta. Já no dia 7 de dezembro, quando uma segunda versão foi mostrada a Bolsonaro e ela foi, então, apresentada aos comandantes militares, há registros no controle de entrada e de saída do Alvorada que mostram que Paulo Sérgio Nogueira, então ministro da Defesa, chegou às 8h25, enquanto o general Freire Gomes, do Exército, e o almirante Almir Garnier, da Marinha, chegaram às 8h34, mesmo horário que Filipe Martins. Por fim, no dia 9 de dezembro, dados encaminhados pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) à PF mostram que o general Estevam Theophilo esteve no Alvorada das 18h25 às 19h18. A PF diz que Theophilo indicou que estava disposto a cumprir as determinações relacionadas ao golpe de Estado se Bolsonaro assinasse o decreto. (g1)

 

 

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