Netanyahu reitera a Biden intenção de manter controle de Gaza no pós-guerra
O gabinete de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, confirmou que a intenção é a de manter o controle da segurança de Gaza mesmo após a ofensiva em reação aos ataques de 7 de outubro. A afirmação vem depois de uma reportagem da CNN sobre um telefonema, na sexta-feira, entre o israelense e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no qual o primeiro-ministro teria defendido essa posição de controle sobre Gaza. “Na sua conversa com o presidente Biden, o primeiro-ministro Netanyahu reiterou a sua política de que, depois da destruição do Hamas, Israel deve manter o controle de segurança sobre Gaza para garantir que esta não representará mais uma ameaça para Israel, um requisito que contradiz a exigência de soberania palestina”, disse uma declaração do gabinete de Netanyahu. Biden tem defendido a solução de dois Estados, um para palestinos e outro para Israel, como uma saída pacífica para o conflito depois da ofensiva contra o Hamas. Mas, na quinta-feira, Netanyahu fez sua mais contundente declaração sobre o tema: “durante 30 anos, tenho sido consistente, dizendo uma coisa simples: este conflito não tem a ver com a falta de um Estado, mas com a existência de um Estado”, afirmou. “Em qualquer acordo futuro, Israel precisa do controle de segurança de todo o território a oeste do rio Jordão. Isso se choca com a ideia de soberania. O que se pode fazer?”.
Thomas Friedman: “Apesar de o desastroso ataque do Hamas em 7 de outubro ter ocorrido sob sua supervisão, ele [Netanyahu] vai estruturar sua campanha para permanecer no poder com este argumento: Os americanos e os árabes querem forçar um Estado palestino pela garganta de Israel, e eu sou o único líder israelense forte o suficiente para resistir a eles. Portanto, vote em mim, mesmo que eu tenha feito besteira no dia 7 de outubro e que a guerra de Gaza não esteja indo muito bem. Somente eu posso nos proteger dos planos de Biden para que Gaza se torne parte de um Estado palestino, juntamente com a Cisjordânia, governado por uma Autoridade Palestina transformada.” (Estadão)