Em meio à violência, Equador decreta conflito armado interno e estado de exceção

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Após uma série de incidentes violentos em apenas 48 horas em todo o país, incluindo a invasão de um canal de TV por homens armados, o presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou nesta terça-feira “conflito armado interno” em nível nacional. Com isso, os militares e policiais devem neutralizar os criminosos e 22 grupos do crime organizado transnacional passam a ser considerados organizações terroristas e atores beligerantes não estatais. A medida se une ao estado de exceção, decretado na véspera, após a fuga do chefe da maior quadrilha criminosa do país da Prisão Regional de Guayaquil, o sequestro de sete policiais e uma série de ataques com explosivos nas ruas. Nesta terça-feira, outro líder do narcotráfico fugiu e homens encapuzados e armados entraram nos estúdios da TC Televisión, de Guayaquil. Parte das ações dos criminosos foram transmitidas ao vivo. “Querem matar todos nós, ajudem-nos”, alertaram os jornalistas em grupos de WhatsApp. Os homens, que acabaram presos, exibiam armas e granadas e colocaram um explosivo na recepção da emissora. (El Universo)

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A fuga de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, foi o estopim da crise. Considerado o criminoso mais perigoso do Equador, ele é líder da facção Los Choneros, a maior do país. Desde 2011, cumpria uma pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio. Fito teria fugido horas antes de uma operação de revista no presídio onde cumpria pena. O Ministério Público abriu uma investigação e pelo menos 3 mil homens foram mobilizados. Nesta terça-feira, as autoridades relataram a fuga de outro líder do tráfico: Fabricio Colón Pico, de Los Lobos, preso na sexta-feira por suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral. (Globo)

Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador deixou de ser uma ilha de paz para se tornar um palco de guerra às drogas. O ano passado terminou com mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, recordes no país de 17 milhões de habitantes. Desde 2021, os confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Além disso, os homicídios nas ruas cresceram quase 800% entre 2018 e 2023, passando de 6 para 46 por 100 mil habitantes. Noboa, de 36 anos, é o presidente mais jovem do país e chegou ao poder com a promessa de atacar os traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos. Ele foi eleito em outubro em um pleito marcado pela execução do candidato Fernando Villavicencio. (g1)

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