Morre, aos 92 anos, Zagallo, único tetracampeão brasileiro

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A trajetória de Mario Jorge Lobo Zagallo fez dele um brasileiro único. Só ele pode se gabar de ter vencido quatro copas do mundo defendendo a seleção brasileira, como jogador e como técnico. Zagallo nasceu em Maceio (AL), em 9 de agosto de 1931. Ainda menino, se mudou para o Rio de Janeiro e, se tivesse ouvido os conselhos de seu pai, Haroldo Cardoso Zagallo, não teria conseguido a façanha de ser único. Como jogador, Zagallo conquistou duas Copas do Mundo: em 1958 e 1962. Como técnico, foi campeão em 1970. Em 1994, foi coordenador técnico da equipe.

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O tetracampeão morreu na noite de sexta-feira (5/1), aos 92 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado desde o dia 26 de dezembro no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro e não resistiu ao agravamento de “múltiplas comorbidades previamente existentes”. Zagallo estava aposentado desde 2006, depois da Copa do Mundo da Alemanha. A última internação havia sido em julho do ano passado devido a uma infecção respiratória.

Na Copa de 1994, na França, havia muita pressão para que ele fosse substituido. Irritado com as críticas da imprensa que cobrava melhor desempenho do time, ainda sem coesão, Zagallo passou um recado que ficou para a história: “Vocês vão ter que me engolir”.

A história de Zagallo envolve uma boa dose de teimosia. Foi contrariando os conselhos do pai que ele entrou para o esporte que o tornou uma celebridade internacional. Ídolo do CRB, time nascido na Pajuçara, bairro costeiro da capital alagoana, o pai do tetracampeão, Haroldo Cardoso Zagallo, era conhecido como o “rei do drible”. Apesar disso, Haroldo Zagallo não queria ver o filho envolvido com o futebol para não atrapalhar os estudos. É que a representação carioca da fábrica de tecidos da família precisava de um contabilista e Zagallo era o escolhido para isso.

A infância na Tijuca, bairro da zona norte da capital fluminense, o levou para os campos. Inclusive o que ficava perto de sua casa, terreno que deu lugar ao Maracanã. Nada menos que o maior estádio do mundo, construído para abrigar a Copa de 1950. E foi da arquibancada desse estádio, lotado com 200 mil pessoas, que Zagalo assistiu a vitória do Uruguai sobre o Brasil – uma final que deixou um dos maiores traumas do torcedor brasileiro. Naquele fatídico jogo, Zagallo era segurança, trabalhando como militar na Polícia do Exército.

Superticioso, Zagallo tinha fixação pelo número 13. Achava que dava sorte. E, ao longo da vida, fez diversas correlações com o algarismo. Sua mulher, Alcina de Castro, era devota de Santo Antônio e ele associava o número à data comemorativa do santo na religião católica: 13 de junho. Quando jogava, o número da sua camisa era 13. Seu casamento com Alcina ocorreu no dia 13 de janeiro de 1955.

Neste sábado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de 3 dias em memória de Zagallo. O velório de Zagallo ocorrerá neste domingo (7/1), na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A cerimônia terá início às 9h30 e será aberta ao público. O sepultamento ocorrerá no cemitério de São João Batista, em Botafogo.

Viúvo desde 2012, Zagallo deixa quatro filhos que teve com Alcina: Maria Emilia de Castro Zagallo, Paulo Jorge de Castro Zagallo, Mário César Zagallo, Maria Cristina de Castro Zagallo. (Globo e Uol)

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