Argentina adia anúncio de pacote fiscal e restringe operações de câmbio

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O Banco Central da Argentina limitou nesta segunda-feira operações de câmbio no país, o que a imprensa local chamou de “feriado bancário virtual”. A medida condiciona à aprovação do BC as operações com moeda americana. Já o anúncio das primeiras medidas econômicas foi adiado para esta terça-feira. “Durante o dia, as operações de câmbio serão aprovadas conforme a necessidade”, diz BC. A medida ocorre em meio à troca das autoridades da autoridade monetária, que estão sendo nomeadas pelo novo governo. “A medida foi ordenada para dar tempo à gestão do Poder Executivo para cumprir os procedimentos administrativos para a formação das novas autoridades, anunciar e implementar as políticas que vão executar”, acrescenta o texto. O novo ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou nesta segunda-feira Santiago Bausili como presidente do BC. A formalização do seu nome, no entanto, deve levar alguns dias. No mercado financeiro, a limitação cambial é vista como uma prévia da aguardada desvalorização do peso. E espera-se que a nova diretoria anuncie medidas para corrigir a distorção cambial. Atualmente, há mais de 15 tipos de câmbio no país, com o oficial defasado em 150% frente ao paralelo, o mais utilizado e conhecido como dólar Blue.

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Pela manhã, Manuel Adorni, porta-voz da presidência, informou que o pacote econômico será anunciado amanhã. “É uma decisão do presidente mudar a raiz de uma questão sinistra, dar-lhe uma definição dura, do que está acontecendo na Argentina de um setor de privilégios versus muita gente que está passando por maus bocados devido a uma liderança que durante décadas não se importou, foi capaz de resolver os problemas”, disse, afirmando que a Argentina vive “um estado de emergência” por causa da inflação. Ele destacou que “virão tempos complexos” por causa das decisões econômicas que o governo tomará, mas se recursou a “fazer futurologia”.

Em seu primeiro discurso ao público, nas escadarias do Congresso, no domingo, Milei abordou que uma política de choque será necessária para mudar o rumo econômico do país e que não há tempo para gradualismos. Entre as possíveis medidas citadas pela imprensa argentina estão: proibição do BC de emitir moeda, remoção dos subsídios até abril, fim das obras públicas, liberação dos preços, desvalorização e fixação do dólar. (Estadão)

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