Macron e Lula se chocam sobre acordo UE-Mercosul
Após se reunir com Lula, no sábado, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse ser contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, por entender que ele é “antiquado”, “mal remendado”. O francês argumentou que não há como defender esse modelo perante agricultores europeus, que cumprem metas de descarbonização. Eles não aceitariam, por exemplo, a derrubada de tributos para a entrada de produtos de agricultores que não cumprem essas metas em seus países. Lula, por sua vez, disse que a França sempre teve uma postura protecionista, mas que essa posição é minoritária entre os demais países do bloco europeu. Na sexta, após conversa com Lula a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está “empenhada em concretizar esse acordo”. A expectativa de Brasília e Bruxelas era fechar o acordo até o dia 7 de dezembro, antes da posse de Javier Milei na Argentina. A postura do francês coloca na geladeira o diálogo, enquanto ele estiver no Palácio do Eliseu, ou seja, até 2027. “Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade”, disse Lula, ontem. (g1)
Israel expandiu suas operações militares a toda a Faixa de Gaza, incluindo o sul do território palestino, para onde mandara que a população civil se refugiasse. Na manhã desta segunda-feira, pelo menos 200 alvos em Gaza foram bombardeados, incluindo uma escola, que, segundo os militares israelenses, era parte da “infraestrutura terrorista”. O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, fez ontem um novo apelo por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Já o diretor do Shin Bet, o departamento de segurança interna de Israel, Ronen Bar, prometeu acabar com o grupo terrorista em todo o mundo, por mais tempo que leve. “Esse foi o nosso (atentado de) Munique”, afirmou, numa referência ao ataque terrorista palestino à delegação israelense nos Jogos Olímpicos de 1972. (CNN)
O regime de Nicolás Maduro anunciou que 95% dos eleitores venezuelanos aprovaram em plebiscito a criação de um novo estado na região de Essequibo, território da Guiana rico em petróleo e reivindicado por Caracas desde 1841. O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, disse que a diplomacia será sua “primeira linha de defesa” e que trabalha para garantir a integridade de suas fronteiras. Em Dubai, o presidente Lula disse esperar “bom senso” dos colegas da Venezuela e da Guiana. “O que a América do Sul não está precisando é de confusão. Não se pode ficar pensando em briga. Espero que o bom senso prevaleça, do lado da Venezuela e do lada Guiana”, disse. Embora não acredite num enfrentamento, o Brasil reforçou a presença militar na fronteira com os dois países. (g1)
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que pretende pautar, no início de 2024, a PEC que cria um mandato fixo para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta tem potencial de retomar, no ano que vem, o clima de tensão entre o Legislativo e o Judiciário que se observou no segundo semestre deste ano devido aos limites para decisões monocráticas de ministros da Corte, aprovados pelo Senado. Outra proposta que o mineiro quer colocar em discussão é a que acaba com a reeleição no Brasil. “São 2 temas muito apropriados de serem discutidos no início do ano que vem”, disse em entrevista na COP28, em Dubai. (Estadão)
No sábado, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), já havia criticado Pacheco pelas pautas antiSTF. Ela considerou a investida “fora de hora” e afirmou que o país tem “outras prioridades” no momento. “A quem interessa isso, alimentar a extrema-direita?”, questionou em publicação no X. (Poder 360)
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também deixará para 2024 a análise da PEC que limita decisões monocráticas. O objetivo é evitar, neste ano, a judicialização do tema. (Folha)
Fim do cessar-fogo
Dominar os mecanismos da criação literária não é fundamental apenas para quem quer ser escritor, roteirista, jornalista ou publicitário. Escrever bem é uma habilidade que pode abrir portas e impulsionar carreiras em qualquer profissão. O Instituto Vera Cruz está lançando o Curso de Graduação em Escrita Criativa, o primeiro do gênero em São Paulo. É um curso de dois anos e meio, que pretende formar escritores e roteiristas, servindo tanto para quem saiu do ensino médio e quer entrar no mercado audiovisual ou editorial, quanto para profissionais graduados interessados em aprimorar sua escrita. A equipe docente já tem mais de uma década de experiência, tendo formado centenas de escritores, muitos deles premiados. A seleção para as turmas de 2024 já começou, então se inscreva o quanto antes.
Viver
O presidente Lula disse, no sábado, que o Brasil vai participar da Opep+, agremiação de países que atuam como observadores associados à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Só que a intenção é influenciar os membros a acabarem com a exploração de combustíveis fósseis. As declarações de Lula ocorreram durante evento na conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP-28), em Dubai. Para Lula, países que lucram com petróleo devem investir para que África e América Latina possam produzir os combustíveis renováveis, como o hidrogênio verde. (Folha)
Também em Dubai, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, explicou que o Brasil não vai participar do sistema de controle de produção adotado pela Opep. O Brasil, de acordo com o ministro, atuará como observador associado e não terá poder de voto. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que não há contradição na posição do Brasil de entrar na Opep+. (Globo e g1)
Os principais produtores de petróleo do mundo anunciaram novos planos para reduzir significativamente o metano de suas atividades de perfuração e produção. Os acordos incluem 50 das maiores petroleiras do planeta, como Saudi Aramco e ExxonMobil. O metano é considerado mais de 80 vezes mais potente do que o dióxido de carbono, um dos principais causadores do efeito estufa. Já os EUA se comprometeram a fechar suas usinas de carvão, um dos principais combustíveis fósseis responsáveis pelo aquecimento global. O anúncio foi feito pelo assessor especial para o clima do país, John Kerry, no sábado. Outros 50 países já se comprometeram a parar de construir novas usinas e fechar as existentes. (Estadão e g1)
O governo do Pará e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciaram ontem em um evento da COP28 uma parceria para evitar a perda de 10 milhões de hectares de floresta até 2050. O acordo prevê um investimento de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,476 bilhão) para preservar a Amazônia, combater o desmatamento ilegal e estimular a economia verde na região. No sábado, o BNDES anunciou um edital de R$ 450 milhões com recursos do Fundo Amazônia para investir na restauração de grandes áreas desmatadas ou degradadas do bioma amazônico. Outros R$ 400 milhões em recursos do Fundo Clima também poderão ser usados para financiamento com taxas de juros reduzidas em 2024. O Reino Unido também formalizou a doação de 80 milhões de libras (cerca de R$ 500 milhões) para o Fundo Amazônia, além de 35 milhões de libras adicionais. (Estadão)
Um grupo de 118 países, incluindo o Brasil, se comprometeu em triplicar sua produção de energias renováveis até 2030, e outros 20 pretendem triplicar a geração nuclear até 2050. Mesmo apoiando a iniciativa, China e Índia não assinaram o compromisso. Ainda que não seja obrigatório, o documento firmado durante a COP28 prevê um esforço conjunto para aumentar a capacidade produtiva de energias renováveis, como eólica e solar, dos atuais 3.400 GW para até 11 mil GW. (g1)
O Ministério de Minas e Energia afirmou ontem que o afundamento na região da mina 18 da Braskem, em Maceió, está estabilizado e que, caso haja desabamento, será “localizado”. O solo afundou 1,69 metro do dia 28 de novembro até este domingo, segundo a Defesa Civil. Só entre sábado e ontem, o deslocamento de terra foi de 10,8 cm. A instabilidade da terra foi motivada por décadas de extração de sal-gema, provocando a evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros e afetando cerca de 60 mil pessoas na capital alagoana. A Defesa Civil permanece em alerta máximo. De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés Melo, foram registrados 250 tremores de baixa magnitude no sábado. O ministro Alexandre Silveira afirmou que o colapso não representa risco à população, que foi evacuada a uma distância segura. (g1 e CNN Brasil)
Rayssa Leal, a “Fadinha do Skate”, obteve ontem a maior nota de sua carreira, 9, e conquistou o bicampeonato do Super Crown da Street League de Skate (SLS) 2023, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. (UOL)
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Cultura
O Primavera Sound fez a alegria de milhares de pessoas em São Paulo no fim de semana. No sábado, o destaque foi a banda The Killers, que fechou o primeiro dia desfilando seus maiores hits, como Mr. Brightside, e chamando um fã da plateia para tocar bateria. Comemorando 40 anos de carreira, o duo Pet Shop Boys levou um belo espetáculo visual, enquanto Marisa Monte homenageou Rita Lee, morta no início do ano, convidando ao palco Roberto de Carvalho, músico e viúvo da cantora, para tocar Doce Vampiro e Mania de Você. O domingo ainda tem os shows nostálgicos de The Cure e Bad Religion, depois de Carly Rae Jepsen empolgar a plateia com Call me Maybe. (g1)
Um levantamento divulgado pelo IBGE revela que apenas 29,6% das cidades brasileiras tinham museu em 2021. Apesar do total ser menor que um terço do país, os dados apontam uma melhora no cenário cultural frente a outros anos, sendo a maior proporção da série histórica desde 1999. Em 2018, o índice de municípios com esse aparelho cultural era de 25,9%. A pesquisa também mostra que 23,3% das cidades contavam com teatros ou salas de espetáculo em 2021 - em 2018 era 20,6%. A proporção de cinemas no mesmo período era ainda menor: de 10% em 2018 para 9% em 2021. Em que pese a falta desses espaços na maioria dos municípios, o impacto na população foi menor. Em 2021, 68,6% vivia em municípios com museus, 69,4% moravam em locais com teatros ou salas de espetáculo e 57,5% em regiões com cinema. (Folha)
O Kiss fez seu último show no Madison Square Garden, em Nova York, no sábado, mas não vai deixar seus fãs órfãos. Logo após o final do concerto, que também foi transmitido em uma live, a banda anunciou que o grupo seguirá fazendo apresentações no mundo virtual em formato de avatares. Também foi divulgado um vídeo nas redes sociais mostrando a preparação dos integrantes para o projeto. A empresa responsável pelo Kiss New Era é a Industrial Light & Magic, que desenvolveu o show virtual Voyage, do ABBA, no ano passado. (Whiplash)
Cotidiano Digital
A Justiça dos Estados Unidos suspendeu temporariamente a proibição do TikTok no estado americano de Montana, decretada no início deste ano. Um juiz federal alega que a decisão é inconstitucional e excesso de poder do estado, além de violar uma cláusula que dá ao Congresso o poder de regular o comércio com nações estrangeiras. A proibição ao aplicativo chinês havia sido sancionada pelo governador de Montana, Greg Gianforte, sob a justificativa de proteger os dados pessoais e privados dos habitantes da região contra o Partido Comunista Chinês. O estado chegou a ser processado pelo próprio TikTok e por criadores de conteúdo locais que contestaram a proibição. (TechCrunch)
A Meta recebeu uma nova solicitação formal de informações dos reguladores da União Europeia sobre as medidas aplicadas para proteger crianças e adolescentes, incluindo o combate ao compartilhamento de material de abuso sexual infantil no Instagram. O pedido, que deve ser cumprido até o dia 22, foi feito de acordo com a Lei de Serviços Digitais aplicada a grandes plataformas desde o final de agosto. A medida ocorre em meio a um relatório divulgado pelo Wall Street Journal sugerindo que a big tech está lutando para expulsar uma rede de pedófilos de suas redes sociais, que usam diversos perfis para produzir e comercializar conteúdo sexual para menores. (Tech Crunch)
Para ler com calma. Há um paradoxo no Vale do Silício: as pessoas que se dizem mais preocupadas com o avanço da inteligência artificial estão entre as mais determinadas a criá-la e a desfrutar das riquezas que elas podem gerar. Após uma acalorada discussão com o então presidente-executivo do Google, Larry Page, sobre o futuro da humanidade ameaçado por máquinas, o CEO da Tesla, Elon Musk se reuniu com Sam Altman e vários pesquisadores em um jantar que culminou na criação da OpenAI, prometendo proteger o mundo dos robôs. Mas um jogo de desconfiança e de ego tem mostrado ao mundo como está sendo moldado o desenvolvimento dos chatbots de IA. (New York Times)
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