Meio

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse, neste sábado (2/12), ser contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Segundo o presidente francês, trata-se de um acordo “antiquado” e “mal remendado”.  “Se não posso explicá-lo a nenhum europeu, não vou defendê-lo internacionalmente”, disse Macron, em entrevista coletiva logo após se reunir, em uma bilateral, com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Conferência do Clima da ONU (COP-28).

A fala de Macron sinaliza para produtores agrícolas franceses que têm forte representação de congressistas de oposição no país. O francês argumentou que não há como defender perante esses agricultores, que cumprem metas de descarbonização, que barrreiras tarifárias sejam quebradas para entrada de produtos de agricultores que não cumprem essas metas.

O acordo é negociado desde 1999, envolve 31 países, e prevê isenção ou redução na cobrança de impostos de importação de bens e serviços produzidos nos dois blocos. A expectativa do governo brasileiro era fechar o acordo na próxima semana, antes da posse do novo presidente argentino, Javier Milei, crítico do Mercosul. (G1)

Lula, por sua vez, disse a jornalistas que a França tem uma posição mais protecionistas, mas  que não representa a opinião dos demais países do bloco europeu. O brasileiro converzou na sexta-feira (2/12) com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Após o encontro, Ursula von der Leyen publicou em uma rede social que a União Europeia “está empenhada em concretizar esse acordo”.

Thank you for your leadership, @LulaOficial, on the fight against climate change and on an EU-Mercosur agreement.

The EU is committed to getting this deal done.

Wishing you a successful start of your G20 Presidency. You can count on the EU to support you. pic.twitter.com/GvtoZhC8K9

— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) December 1, 2023

Apesar das discordâncias sobre o acordo entre os dois blocos, após o encontro, Macron reafirmou, por meio de suas redes sociais, que a França vai contribuir para financiar os programas de preservação da Amazônia. Em uma postagem em português, o presidente francês escreveu: “Com o Brasil, estamos determinados a preservar as florestas. Nos próximos três anos, a França dedicará 500 milhões de euros à sua preservação”.

Com o Brasil, estamos determinados a preservar as florestas. Nos próximos três anos, a França dedicará 500 milhões de euros à sua preservação. pic.twitter.com/GykWqfjfo1

— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) December 2, 2023