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Vírus congelados no Ártico podem voltar à ativa com derretimento do gelo marinho

As mudanças climáticas já não são uma ameaça futura; ocorrem agora, em tempo real, e, com elas, outros perigos vêm a galope — novos ou antigos, muito antigos. O derretimento do gelo marinho no oceano Ártico pode causar o descongelamento e a consequente volta de vírus, bactérias e micróbios preservados há milhares de anos (e ainda com poder infeccioso). No ritmo atual, com 1,2ºC de temperatura a mais que no período anterior à Revolução Industrial do século 18, isso deve acontecer em breve. As altas temperaturas registradas durante o verão no hemisfério norte já projetam um verão sem gelo marinho no Ártico em 2030. Na região, conhecida como permafrost (junção de “congelamento permanente”, em inglês), é possível que também haja gases nocivos à camada de ozônio, como o metano. 

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Os alertas vêm do virologista francês Jean-Michel Claverie, que há anos estuda vírus anciões. Em 2022, ele e sua equipe retiraram amostras do permafrost na Sibéria e encontraram diversos microorganismos que, se descongelados, conservam sua infecciosidade. Provas já foram dadas de que organismos congelados em recantos pouco mexidos do planeta podem voltar à vida, a exemplo de uma lombriga de 46 mil anos, descoberta e reanimada em julho deste ano apenas por meio de reidratação. (Folha)

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