Temer em campanha contra Odebrecht, pela reforma

Em sua segunda entrevista à TV em três dias, concedida ao repórter Kennedy Alencar, do SBT, o presidente Michel Temer continuou sua ofensiva pela reforma da Previdência e para minimizar o choque com as delações da Odebrecht. O presidente disse que sequer soube o nome de Márcio Faria, o executivo da empreiteira que diz ter estado com ele em reunião na qual uma propina de R$ 40 milhões foi combinada para o PMDB. Temer também garantiu não estar preocupado com uma possível delação de Eduardo Cunha. “Eu não estou muito preocupado com o que ele venha a fazer”, afirmou. “Espero que seja muito feliz, espero que se justifique em relação a todos os eventuais problemas que tenha tido.” Assista à íntegra.

Enquanto isso... Cunha escreveu à mão uma carta sobre Temer e garante que o presidente não “disse a verdade” em sua entrevista à Band, no sábado. Ele teria trabalhado, sim, pelo impeachment de Dilma Rousseff. Segundo o ex-presidente da Câmara, Temer quis avaliar pessoalmente o parecer de abertura do processo. “Foi debatido e considerado por ele correto do ponto de vista jurídico”, disse Cunha. (Estadão)

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Aliás... a defesa do ex-presidente Lula pediu que o juiz Sérgio Moro ouça 87 testemunhas na ação em que é acusado de ter recebido propina da Odebrecht num valor que pode chegar a R$ 75 milhões. O juiz concordou. Mas exigiu a presença de Lula durante os depoimentos. (Estadão)

Sob pressão, o governo voltou a ceder na Previdência. O tempo mínimo de contribuição para aposentadoria integral, que era de 49 anos, passou a ser de 40. O tempo mínimo para qualquer benefício será de 25 anos para homens e 23, para mulheres. O Planalto se abraça aos 65 anos como idade mínima de aposentadoria ao fim da transição como símbolo de que conseguiu alguma coisa. (Globo)

Noam Chomsky: “É doloroso ver o Partido dos Trabalhadores, no Brasil, que tomou medidas importantes, mas simplesmente não conseguiu tirar a mão da botija. Seus políticos se juntaram à elite extremamente corrupta, que sempre roubou, tomaram parte no jogo e perderam a credibilidade. Veio uma reação. Não acho que o jogo acabou, houve sucessos reais e muito, acredito, será mantido. Mas haverá também retrocessos. A esquerda terá de recomeçar com, espera-se, forças mais honestas capazes de reconhecer a necessidade de desenvolver a economia em uma fundação mais sólida, não apenas a exportação de commodities. E, espera-se, honesta o suficiente para tocar programas sem roubar os cofres públicos enquanto o faz.” Assista ao trecho.

Na longa entrevista concedida ao Democracy Now!, programa de TV da esquerda americana, o linguista de 88 anos fez uma imensa crítica ao modelo de desenvolvimento aplicado na América Latina pela esquerda. Considera-o fracassado por investir na exportação de commodities ao invés da diversificação da indústria local. Para ele, “a Venezuela é um desastre” e o Brasil perdeu uma oportunidade. Em vídeo.

Comentário de Clóvis Rossi após ter assistido à entrevista: “Não adianta nada elaborar manifestos com projetos para o país se não se disser que, com a corrupção que corroeu o principal partido da esquerda, não há desenvolvimento possível.” (Folha)

Estão marcadas para amanhã manifestações em toda Venezuela contra o governo de Nicolás Maduro. Em resposta, o presidente convocou às ruas as Forças Armadas, que marcharão para demonstrar poder e unidade contra “os traidores da pátria que triangulam conspirações.” O 19 de abril marca o início da Revolução de 1810, que levou à independência do país.

Cotidiano Digital

No domingo de Páscoa, Steve Stephens, morador de Cleveland, nos EUA, entrou algumas vezes no Facebook Live para anunciar sua intenção de cometer um assassinato. Ao fim daquela tarde, fez o upload de um vídeo de 57 segundos. “Acabo de encontrar alguém que vou matar”, diz, então abre o carro, atravessa a rua, “vou matar este cara aqui, o velho.” Perante um senhor surpreso escolhido aleatoriamente, Stephens exige que ele repita o nome de uma mulher. A câmera treme e não captura o momento em que Robert Godwin, de 74 anos, vai ao chão. “Este motherfucker morreu por causa de você”, grita o assassino citando o nome de uma ex-namorada. O arquivo ficou no ar para quem quisesse assisti-lo por minutos até ser denunciado por usuários e retirado. Mas houve tempo para que cópias fossem feitas e distribuídas. A polícia ainda não localizou o criminoso.

Mark Zuckerberg será anfitrião, hoje, do encontro anual de desenvolvedores do Facebook. O objetivo deste evento, o F8, é apresentar as principais tecnologias em desenvolvimento e esboçar a visão de futuro da empresa. O crime chocante e gratuito, porém, se impôs no debate americano ao longo da segunda. Ele reanima um embate central a respeito do Facebook: o quanto ela não está se tornando uma empresa não de tecnologia, mas de mídia. E, assim, o quanto não é responsável pelo conteúdo que exibe. Críticos dizem que a plataforma, ao abrir mão de um papel editorial mais robusto, estimula de notícias falsas a exibicionismo criminoso. Há pressão para que Zuckerberg se posicione sobre o tema.

Zuck vai fazer a palestra de abertura, que será transmitida online, a partir das 14h (horário de Brasília).

Inteligência artificial já se tornou tema recorrente nos dias atuais. Para muitos, porém, a ideia de que um computador pode aprender soa um tanto abstrata. Com o objetivo de facilitar a compreensão do conceito, uma turma montou uma Introdução visual sobre o Aprendizado de Máquina, sem grandes matemáticas e em português.

Com apenas três anos, o Slack tem cinco milhões de usuários. A empresa do software de troca de mensagens, que nasceu a partir de um game que não deu certo, foi avaliada em US$ 4 bilhões no ano passado. Ficou, então, grande o suficiente para atrair a atenção de gigantes, como a Microsoft, e agora precisa encarar o desafio da concorrência. O New York Times narra a trajetória.

O Ego, portal de celebridades, fecha as portas no fim de abril. Com ele, encerra também suas atividades o Paparazzo. O foco de estratégia digital do Grupo Globo neste universo vai para o Gshow, informa o Meio & Mensagem. Os dois sites levaram, a um tempo, boa parte do tráfego da internet brasileira.

E... O Sensacionalista selecionou as 15 manchetes mais relevantes do Ego.

Cultura

“Depois do jantar, Kaïmi, um negro que compõe e escreve todos os sambas que o país canta, vem cantar com o seu violão. São as canções mais tristes e mais comoventes. O mar e o amor, a saudade da Bahia.” É como Albert Camus descreveu seu encontro com Dorival Caymmi, o Kaïmi, quando esteve no Brasil, em 1949. O tempo numa gafieira carioca, por outro lado, o filósofo classificou como “noitada decepcionante”. Disse, por fim, que o Brasil é “o país da indiferença e da exaltação”. A Folha reúne algumas de suas impressões, descritas no livro Diário de Viagem.

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Inaugurado há pouco mais de um mês, o hotel de Banksy, na Cisjordânia, é descrito com palavras como “decadente” ou “desconfortável” por hóspedes. Pudera: desde que abriu, o próprio estabelecimento anunciou ter “a pior vista do mundo”, ou seja, o muro que separa Israel e Palestina. O hype de Banksy, porém, parece superar qualquer desconforto: os nove quartos do hotel estão lotados até junho. A diária mais barata sai por US$ 30. A mais cara, por US$ 965.

Analgésicos opioides e outros remédios de uso controlado foram encontrados na casa de Prince, de acordo com documentos divulgados ontem pela Justiça americana. Neles, há também testemunhos de que o cantor tinha um histórico de crises de abstinência, por abusar de medicamentos sem prescrição médica. Prince foi encontrado morto em casa, cerca de um ano atrás.

Uma série em dez episódios promete revelar o “mundo secreto” de Albert Einstein — a começar pelo caso que manteve com a secretária Betty. Logo nas primeiras cenas de Genius, que o National Geographic Channel lança em 25 de abril, ele aparece tendo relações com a amante diante de um quadro-negro coberto com equações. Ao longo dos episódios, conta o New York Times, o físico não terá seus feitos científicos explorados. Pelo contrário. Será apresentado como um amante errante, trapaceiro, rebelde, arrogante e egocêntrico.

Lista: um estudo sobre o lucro líquido de filmes lançados em 2016 revela os 20 longas mais lucrativos do ano passado.

Para os fãs de Miles: o Guardian lembra que, há pouco mais de 70 anos, Miles Davis começava a gravar — e a mudar a história do jazz. O jornal faz uma lista das dez músicas-chave de sua carreira.

Galeria: Ted Russell fotografou os primeiros momentos de Bob Dylan em Nova York, nos anos 1960. Os dois, porém, jamais conversaram. “Se você me desse um milhão de dólares agora, [mesmo assim] eu não poderia lembrar sequer uma palavra trocada por nós dois”, diz Russell.

Viver

Se nos Estados Unidos o debate sobre transporte gira em torno do Uber, na China as bicicletas compartilhadas protagonizam as discussões. O que faz o modelo chinês especial é o fato de as bicicletas não terem de ser deixadas em baias específicas da cidade. Por facilitar a vida do usuário, o modelo aumenta a popularidade do meio e amplia as possibilidades de lucros. Uma empresa, por exemplo, diz ter arrecadado US$ 580 milhões em Pequim, ao colocar um milhão de bicicletas nas ruas.

Em 2012, Laura Bates criou o projeto Everyday Sexism, um banco de dados para catalogar situações de assédio ou sexismo em todo o mundo. Numa noite, ela lembra, pediu apoio a Lady Gaga no Twitter, para dar mais visibilidade à ideia. Na manhã seguinte, tinha recebido centenas de notificações — a maioria, ameaças de estupro. Hoje, seu Everyday Sexism reúne inúmeros (e terríveis) relatos de mulheres de vários países. Em depoimento ao Guardian, Bates define o que significa ser feminista nos dias de hoje: “É ser acusada de hipersensibilidade e histeria”.

O programa Mais Médicos passa por maus bocados. Cuba suspendeu o envio de médicos ao Brasil. Deveriam chegar ainda neste mês. Restou ao Ministério da Saúde anunciar que as 710 vagas (até então destinadas aos cubanos) agora serão ocupadas por médicos brasileiros. Cuba, por sua vez, alega ter suspendido o envio de seus profissionais devido ao grande número de ações judiciais de cubanos que pedem a permanência no Brasil e no Mais Médicos, para além dos três anos previstos inicialmente. (Folha)

Galeria: numa ode à primavera, a Time reúne fotos de campos floridos pelo mundo, da Califórnia à Faixa de Gaza.

Como os animais reagem diante de um espelho? O que vêem? As respostas e as pesquisas dedicadas ao tema são controversas, segundo reportagem da Nautilus. A revista relembra, por exemplo, uma pesquisa pioneira com chimpanzés, nos anos 1970, e experimentos com golfinhos — duas espécies que, ao verem seus reflexos, manifestam algum tipo de autoconsciência, bem como nós, humanos.

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