Bolsonaro e aliados se calam sobre venda de joias

Silêncio. Após a operação da Polícia Federal deflagrada na sexta-feira para apurar o suposto esquema de desvio de joias recebidas de representantes internacionais durante o mandato para seu patrimônio pessoal, Jair Bolsonaro (PL) optou por se calar. Em entrevista ao canal bolsonarista Te Atualizei, veiculada ontem, o ex-presidente não fez qualquer comentário sobre a investigação, citando apenas as prisões de antigos auxiliares. “Tem outros dois (auxiliares) que não eram diretos meus, mas estão presos: o (ex-ajudante de ordens Mauro) Cid e o sargento (Luis Marcos) dos Reis, cuja punição, se forem culpados, não seria passível dessa preventiva que estão sofrendo agora. Um objetivo é uma delação premiada, e o outro é me atingir.” Nas redes sociais, postou ontem apenas sobre o Dia dos Pais. Sobre a operação da PF, até o momento, Bolsonaro só se pronunciou por meio de seus advogados, afirmando que “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”. A PF executou mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao advogado Frederick Wassef, que trabalhou para Bolsonaro; ao general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid; e ao tenente Osmar Crivelatti, que atua na equipe do ex-presidente. Além disso, foi pedida a quebra dos sigilos de Bolsonaro. Sua mulher, Michelle, também foi alvo de petição para uso de seus dados reservados. (Globo)

Wassef divulgou nota ontem afirmando ser alvo de “uma campanha de fake news e mentiras”. O ex-advogado de Bolsonaro negou qualquer envolvimento no suposto esquema de vendas de presentes oficiais. Felipe Moura Brasil lembra que foi ele quem tirou Fabrício Queiroz dos holofotes, em razão da investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro que apontou o ex-assessor de Flávio Bolsonaro como operador do esquema de apropriação de salários de assessores e questiona a “fronteira entre a defesa advocatícia e a participação nos rolos da família Bolsonaro”. (Estadão)

Especialista em acordos de delação premiada, o advogado Bernardo Fenelon deixou a defesa de Mauro Cid na última terça-feira por “quebra de confiança”, conta Andréia Sadi, detalhando informação passada inicialmente por Lauro Jardim. Ele é o segundo advogado a deixar a defesa de Cid desde o início do ano. Até maio, o tenente-coronel era representado por Rodrigo Roca, próximo à família Bolsonaro. (g1 e Globo)

O novo capítulo sobre as joias levou a base do governo a acionar a PF e o Supremo Tribunal Federal para que o passaporte de Bolsonaro e de sua mulher, Michelle, sejam apreendidos. Além disso, vai tentar quebrar os sigilos telefônico, telemático, bancário e fiscal na CPI do 8 de janeiro. Os aliados acompanham o caso com atenção, acreditando que se trata de uma “trapalhada” e que a culpa é de Mauro Cid. Mas, como as apurações têm pouco enquadramento ideológico, os apoiadores do ex-presidente seguem quietos, sem saber o que dizer. (Folha)

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O Protocolo de Ações Integradas, pensado para “promover ações de segurança” e “assegurar o direito constitucional à livre manifestação”, sempre é feito pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) antes de protestos. No caso do 8 de janeiro, foi estruturado dois dias antes. Assinado e elogiado pelo ex-titular da pasta e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o plano não foi alterado quando novos alertas chegaram e o cenário já previa um atentado grave contra a democracia. Especialistas no assunto consideraram o plano do 8 de janeiro como “genérico” e com diversas falhas. (Metrópoles)

Com o aumento da presença do Centrão no governo, a partir da minirreforma ministerial que está para sair, cresce a lista de possíveis candidatos com chances de serem apoiados pelo Palácio do Planalto para substituir Arthur Lira (PP-AL) em fevereiro de 2025. A campanha informal já começou. Republicanos, União Brasil, MDB, PSD e PSB têm nomes cotados para a presidência da Câmara e cortejam o governo. Antônio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL) são apontados como pré-candidatos. O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA); o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP); e o líder do PSB, Felipe Carreras (PE), também aparecem como opções. (UOL)

Roseann Kennedy: “Desde que assumiu a presidência da Câmara, Lira foi diversas vezes comparado ao ex-presidente da Casa Eduardo Cunha. Depois de atropelar a ala bolsonarista na CPI do MST, parte do Centrão disparou os alertas de que a semelhança poderá ser outra: ‘Cunha se deixou dominar pela soberba do cargo e não via seus erros, depois foi abandonado. Lira precisa ter cuidado para não fazer o mesmo’, afirma um alto dirigente partidário.” (Estadão)

Admirador de Jair Bolsonaro e Donald Trump, o ultradireitista Javier Milei surpreendeu ao vencer ontem as primárias presidenciais na Argentina, quando são escolhidos os candidatos que disputarão as eleições de 22 de outubro. Com 97% das urnas apuradas, ele tinha 30,05% dos votos, seguido pelo ministro da Economia, Sergio Massa, do peronista União pela Pátria, com 21,40%. Em terceiro aparece a ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich, da coalizão conservadora Juntos pela Mudança, com 16,98%. Como cada partido pode apresentar mais de um candidato, o Juntos pela Mudança obteve 28,26%, e o União Pela Pátria, 27,26%. (g1)

Sylvia Colombo: “Na Argentina, ganhou a raiva, o descontentamento e o velho jingle ‘que se vayan todos’, que vão todos embora. A expressividade do voto em Milei, baseado sobretudo na confiança depositada nele por jovens homens e pobres entre 19 e 30 anos, obrigará desde já os demais candidatos a repensarem suas estratégias.” (Folha)

Na minha mão é mais barato

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Viver

Um estudo publicado na revista Nature Geoscience estima que os oceanos recebem cerca de 500 mil toneladas de plástico todos os anos. Metade dessa poluição é provocada pela indústria pesqueira, com redes, cordas, boias e outros equipamentos, e a outra metade vem da terra. A quantidade é bem menor que as oito milhões de toneladas anuais de plásticos vindos apenas de rios, como estimado em outra pesquisa, de 2015. Ainda assim, os autores concluem que a quantidade do material na superfície do mar pode dobrar em 20 anos. (Folha)

Todas as forças existentes no Universo podem ser reduzidas a quatro: gravidade, eletromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca. Mas os cientistas do Fermilab, um acelerador de partículas dos Estados Unidos, sugerem que pode haver uma quinta força. Ao realizar um experimento chamado “g menos dois (g-2)", acelerando partículas subatômicas múons quase à velocidade da luz, os pesquisadores descobriram que elas oscilam mais rápido do que o previsto pela teoria atual do Modelo Padrão, por conta da influência de uma “nova força” da natureza. Encontrar resultados discordantes do Modelo Padrão seria um dos maiores avanços da física. (BBC Brasil)

Para ler com calma. Os Estados Unidos estão passando por uma profunda e invisível transformação aos olhos de seus habitantes. O país que queimou carvão, petróleo e gás por mais de um século, agora passa por uma transição energética baseada em fontes renováveis, mesmo em estados com grande quantidade de empresas produtoras de combustíveis fósseis. (New York Times)

Começa na próxima semana o MaturiFest, o maior festival brasileiro de trabalho e empreendedorismo para quem tem mais de 50 anos. Reciclagem profissional, reposicionamento, networking e histórias inspiradoras de reinvenção profissional estão na pauta do evento, que vai do dia 23 ao dia 25 de agosto. A participação pode ser online, via YouTube, ou presencial (São Paulo). Palestras com convidados nacionais e internacionais, como Alexandre Kalache, ex-diretor do programa global de envelhecimento da OMS, e Siyabulela Mandela, bisneto de Nelson Mandela. Os ingressos custam R$ 40 (online) e R$ 90 (presencial). Assinantes do Meio têm 30% de desconto no ingresso utilizando o cupom MEIO.

Cultura

José Murilo de Carvalho, que morreu na madrugada de ontem aos 83 anos, foi apenas um dos maiores historiadores que o Brasil teve. Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2004, José Murilo era formado em sociologia e política pela UFMG e tinha mestrado e bacharelado em ciência política, mas ficou célebre como historiador. Em 19 livros, destrinchou o Brasil imperial, a formação da República e o papel dos militares, entre outros temas. Foi um dos fundadores da ciência política brasileira e era conhecido por um texto direto, fluido e muito claro, o que é atípico nas ciências humanas do país. Estava internado com covid-19. (Folha)

Para ler com calma. Talvez por ter estudado tanto o Brasil, José Murilo de Carvalho era pessimista em relação ao futuro do país. “Destruímos nosso paraíso terrestre. Nossos ares, águas, praias estão poluídas, nossas matas, destruídas, nossas terras, em perigo de desertificação, a Amazônia, ameaçada pelo desmatamento e pela mineração predatória. A grande população indígena da época da chegada dos colonizadores foi quase toda extinta. Grande parte da população ainda sofre as marcas da escravidão”, disse, em 2022. (Estadão)

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O uso da inteligência artificial na indústria cinematográfica é um tema central da greve dos atores nos EUA, mas a ameaça de perda de postos de trabalho para ela nos elencos ainda parece algo distante. Para duas categorias, porém, já é uma situação real: dublês e figurantes. Estúdios já usavam computação gráfica para encher cenas de batalhas e de multidões, e agora os produtores fazem escaneamento corporal de dublês, o que permite simular as cenas de perigo com a IA, ameaçando um dos mais tradicionais nichos de trabalho do cinema. (Globo)

Retratos Fantasmas (trailer), novo filme de Kléber Mendonça Filho, abriu na noite de sábado a mostra de longas do Festival de Cinema de Gramado, que vai até o próximo domingo, dia 19. Este ano, 35 curtas e 16 longas competem na cidade gaúcha. Entre os destaques estão Uma Família Feliz, com os globais Reynaldo Gianecchini e Grazi Massafera, e Mussum, O Filmis, cinebiografia do músico e comediante. Confira a lista completa de filmes que participam este ano do festival. (g1)

Cotidiano Digital

O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, foi preso novamente. O ex-empresário vivia na casa de seus pais em Palo Alto, Califórnia, desde que pagou fiança de US$ 250 milhões. Durante esse tempo, ele deu declarações à imprensa que a Justiça dos EUA caracterizou como “intimidação às testemunhas”, o que contrariava os termos de sua fiança. Agora, ele deve ficar detido até o julgamento, que começa em 2 de outubro. Em dezembro, o ex-dono da corretora de criptomoedas FTX foi preso nas Bahamas em uma das maiores fraudes financeiras da História. Segundo procuradores, Bankman-Fried roubou bilhões de dólares em depósitos de clientes para financiar negócios próprios, fazer doações de caridade e doações ilegais de campanha a democratas e republicanos na tentativa de comprar influência sobre a regulamentação de criptomoedas em Washington. (Época Negócios e Estadão)

O Instagram lançou na sexta-feira novos recursos para a criação de conteúdo da plataforma. Agora é possível criar uma publicação em conjunto com até quatro pessoas, no feed ou no Reels. Chamado de Collabs, o recurso funciona para contas privadas e públicas. Assim que outras contas aceitarem, o conteúdo chegará ao público de cada colaborador e aparecerá na grade do perfil de cada conta. A Meta, dona da rede social, também anunciou a figurinha “Sua Vez”, no Reels, para conectar criadores de conteúdos e seguidores a partir de uma tendência ou um desafio, por exemplo. Também passa a ser possível adicionar músicas na publicação carrossel, ou seja, em posts com mais de uma foto. Outra novidade anunciada pelo Instagram é a parceria com o Spotify Brasil para apresentar as músicas mais populares na plataforma com a playlist “Top Músicas Reels Brasil” no streaming. (g1)

E o Banco Central (BC) está trabalhando em um superaplicativo que reunirá as informações de pessoas físicas de todos os bancos em uma única plataforma. Segundo o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, a expectativa é que esse tipo de agregador financeiro esteja disponível em um ano e meio, ou seja, até o fim de seu mandato. O recurso é mais uma etapa do open banking, uma plataforma desenvolvida pelos participantes do sistema que permite aos clientes o compartilhamento dos dados bancários e históricos de transação com bancos e fintechs. O objetivo é aumentar a concorrência entre os bancos. (g1)

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