Arcabouço fiscal pode ter vitória fácil no Congresso, avalia Pedro Doria

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Mesmo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que o Congresso recebeu positivamente o novo arcabouço fiscal, o editor-chefe do Meio, Pedro Doria, destaca a resistência do PT em aprovar o projeto econômico. “A resistência é no PT, não no Congresso Nacional, e o PT tem de ser convencido”, explica. Em conversa no programa #MesaDoMeio, ele avalia que o arcabouço pode ser uma boa oportunidade de vitória fácil para o governo no Legislativo. “É bom fazer isso com cuidado porque este é um projeto fácil de aprovar neste Congresso.”

Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve apresentar a proposta ao Congresso antes de sua viagem à China. A repórter especial do Meio Luciana Lima conta que a medida não foi mal vista pelos congressistas, que avaliam o arcabouço como “a proposta do ano” para a economia e que deve ser encaminhada com cautela. Ela considera que a proposta deve ser entregue com todas as lideranças presentes, como o próprio presidente e deputados da base governista, o que não seria possível fazer com parte dos líderes em viagem. “Boa ou ruim, a proposta é polêmica e divide opiniões. Então, é preciso estar com todo o arsenal pronto para fazer o embate, seja nas comissões especiais, nos plenários ou no Congresso”, afirma.

Enquanto isso, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tomou posse como presidente do PL Mulher. A colunista Mariliz Pereira Jorge conta que Carlos e Flávio Bolsonaro foram à cerimônia, mas não ficaram no palco ou na plateia, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro participou via chamada de vídeo, mas falando o tempo todo sobre ele mesmo, sem se referir à esposa. “Ele não falou do espaço que a mulher dele conquistou, porque ela conquistou de fato, e por isso está ali”, comenta.

Ela entende que Bolsonaro sabe que o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, e o próprio PL podem deixá-lo de lado e indicar a vaga de disputa à Presidência da República a Michelle em 2026. Mariliz aposta que a ex-primeira-dama vencerá a disputa política contra os irmãos Bolsonaro, e que pode ser mais perigosa do que o marido, “porque as ideias são as mesmas, o reacionarismo é o mesmo”, ainda que pareça ser mais amena.

O que chamou a atenção do cientista político Christian Lynch foi Bolsonaro chorando na posse da esposa, dizendo que não pôde estar presente. “Não pôde por quê? Não tem absolutamente nada que possa acontecer com ele objetivamente e levá-lo à prisão”, pondera. Para Christian, Michelle pode ser uma boa competidora num contexto de inelegibilidade do marido, tendo mais condições de competir na disputa presidencial do que os enteados Flávio e Carlos, além de ter mais habilidade para falar e se articular.

Em Brasília, conversando com deputados e senadores, Pedro Doria conta que ouviu de políticos que, além de Carlos, Flávio Bolsonaro também não suporta a madrasta. “A impressão que dá um pouco é que o grupo político são quatro: Jair, Flávio, Eduardo e Carlos. A Michelle, mesmo sendo mulher de Bolsonaro, não pode fazer parte desse jogo porque tem o veto dos filhos.” Ele acredita que também pode haver algum ciúme de Jair porque ela consegue comover as pessoas, enquanto o marido “não convence como ator”. Outro desafio para Michelle dentro do reacionarismo é saber se uma mulher poderá ser líder do movimento.

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