Centrão apresenta a conta: dois ministérios, Funasa e Caixa

O Congresso já está em ritmo de recesso. Mas as negociações pós-aprovação da reforma tributária e do Carf seguem firmes em Brasília. A Fundação Nacional de Saúde (Funasa), ligada ao Ministério da Saúde, deve ser a porta de entrada do Centrão para o segundo escalão do governo. Esse é o pedido mais simples. Os aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também querem os ministérios do Desenvolvimento Social, que está sob a batuta de Wellington Dias; do Esporte, liderado pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser; e a Caixa, de Rita Serrano. As negociações devem ocorrer nas próximas semanas. (Valor)

A minirreforma ministerial abre caminho também para a definição do próximo presidente da Câmara. Ter um ministro para liberar verbas e nomear aliados em órgãos federais é uma importante ferramenta eleitoral. Elmar Nascimento (UB-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP) aparecem como os nomes mais fortes. (Poder360)

Para ler com calma. Eleitores de Bolsonaro que classificam o governo Lula como ótimo ou bom são os chamados “lunaristas”. A maior parte deles, 65%, vive no interior; 55% são mulheres e 52%, pretos e pardos. (BBC Brasil)

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“O fogo diminuiu. Estou me sentindo menos na frigideira do que estava três meses atrás.” Essa é a avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação à pressão externa e no próprio PT. Em entrevista ao podcast O Assunto, ele também abordou a relação com o Congresso, a reforma tributária e os bastidores da foto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), clicada na semana passada durante as negociações pró-reforma. Também falou de investimento no Brasil, do plano de transição ecológica e das eleições. (g1)

Após a aprovação histórica da reforma tributária na Câmara, o projeto precisa passar pelo Senado, tanto pela Comissão de Constituição e Justiça quanto pelo plenário. Por isso, Haddad se reúne hoje com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a relatoria e a agilidade do processo. (Veja)

O presidente do Republicanos e vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (SP), fez um vídeo para defender o governador de SP, alvo de bolsonaristas por seu apoio à reforma tributária. “Tarcísio conduziu com maestria os principais pontos divergentes da reforma. A contribuição de Tarcísio ficou marcada na história do Brasil como atuação de um grande estadista.” (Poder360)

No PL, no entanto, houve lavagem de roupa suja e barraco no WhatsApp. Após a aprovação da reforma, os deputados a favor e contra expuseram “podres” e trocaram ofensas. Alguns admitiram até que podem pedir à Justiça para deixar o PL sem ferir a fidelidade partidária. “O PL não se tornará o novo PSL. Não tememos debandada, já que contamos com a fidelidade partidária e os mandatos são do partido, mas as lideranças precisam conversar e conter os ânimos, sim”, afirmou o líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes. (Globo)

Meio em vídeo. Se o Threads substituir o Twitter, o que isso vai mudar na maneira como conversamos sobre política? Olha, tudo pode piorar muito. Mas também pode melhorar bastante. O segredo está em como os algoritmos de Threads e Twitter são diferentes. Confira a opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Epidemia com resultado de morte, emprego irregular de verbas públicas e prevaricação. Esses são alguns dos crimes que podem ter sido cometidos pela gestão Bolsonaro e que voltarão a ser investigados. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou decisão da Justiça Federal do Distrito Federal que arquivou parte de uma investigação sobre suspeitas de irregularidades e omissões do ex-presidente e de integrantes de seu governo durante a pandemia. A decisão, que está em segredo de Justiça, afirma que o arquivamento não poderia ter sido decidido pela Justiça Federal, já que parte dos alvos tinha foro especial. Além de Bolsonaro, são investigados o ex-ministro da Saúde e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), o ex-número dois da Saúde coronel Elcio Franco, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e Mayra Pinheiro, ex-secretária do Ministério da Saúde, conhecida como “capitã cloroquina”. Gilmar determinou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, avalie se há ou não indícios de crimes nas condutas dos investigados. (Folha)

Em outra frente, que investiga suposta trama golpista denunciada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), a Polícia Federal agendou o depoimento de Bolsonaro para as 14h de amanhã. Em fevereiro, Do Val disse que foi coagido pelo ex-presidente e pelo ex-deputado Daniel Silveira “a participar de um golpe”. A investigação corre em sigilo. (Globo)

Enquanto isso... Mauro Cid, antigo ajudante de ordens de Bolsonaro, comparece hoje à CPMI dos atos golpistas amparado por uma decisão do STF o autorizando a não responder às perguntas. Segundo Igor Gadelha, o tenente-coronel do Exército pretende ir fardado. (Metrópoles)

Meio em vídeo. Será que o ajudante de ordens de Bolsonaro vai levar a culpa? Quem eram os mandantes? As perguntas continuam sem respostas, mas Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge e Christian Lynch debatem hoje no #MesaDoMeio quais são as responsabilidades do tenente-coronel Mauro Cid nas intentonas golpistas que o Brasil sofreu. Ao vivo, às 19h. Em seguida, a conversa segue na área restrita para assinantes premium. Assine. (YouTube)

No mais novo lance da disputa entre Itamaraty e Forças Armadas, o Ministério das Relações Exteriores vetou a venda de blindados à Ucrânia, bloqueando um negócio que poderia chegar a R$ 3,5 bilhões. A decisão ocorre após pressão do PT, que considera que a venda, mesmo sendo de ambulâncias, poderia pôr em risco a neutralidade do país. Além disso, a decisão militar foi vista como um atropelo dos trâmites diplomáticos. (Estadão)

Eliane Cantanhêde: “Às voltas com o Centrão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também está sob dois fogos cruzados dentro do próprio governo. De um lado, a Defesa insiste no financiamento da venda de 156 blindados Guarani para a Argentina. De outro, a Fazenda pondera que é temerário (bota temerário nisso) financiar qualquer coisa para um país mergulhado numa crise tão aguda”. (Estadão)

Viver

Um levantamento feito por técnicos do Ministério da Saúde e pesquisadores da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde mostra que 63% dos órgãos oferecidos para transplantes entre 2014 e 2021 não foram aproveitados no Brasil. O levantamento aponta que 14.341 dos 22.824 órgãos sólidos, como coração, fígado e rim, oferecidos como doação foram recusados por equipes que realizam o procedimento. Entre as negativas, 59% dos casos foram motivados pelas condições clínicas dos doadores, como comorbidades ou alguma infecção. (Folha)

O cientista da Fiocruz Marcus Lacerda receberá do presidente Lula a condecoração da Ordem Nacional do Mérito Científico. Ele foi o líder do primeiro estudo que provou a ineficácia da cloroquina para tratamento da covid-19. Lacerda chegou a ser condecorado com outros 21 cientistas em novembro de 2021, mas teve o título de comendador retirado na mesma semana por Bolsonaro. O pesquisador recebeu ataques do ex-presidente e outros aliados, chegando a precisar de escolta policial devido às ameaças de morte que recebeu. (Globo)

Um estudo publicado ontem na revista Nature Medicine aponta que ocorreram mais de 61 mil mortes por calor na Europa durante o verão de 2022. O continente também poderá ter 94 mil mortes por ondas de calor em 2040, caso medidas não sejam tomadas. A pesquisa contou com dados de 35 países europeus para construir modelos epidemiológicos que permitissem prever a taxa de mortalidade atribuível a temperaturas em cada região. (g1)

Panelinha no Meio. Que se dane El Niño. Inverno é época de comida quentinha, especialmente sopas. Receita clássica, este creme de cogumelos fica pronto rapidinho, dá um toque de sofisticação a sua refeição e esquenta até calota polar.

Cultura

O Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, abriu um processo ético contra a Volks por conta do comercial que usa inteligência artificial para criar uma imagem falsa de Elis Regina dirigindo uma kombi e cantando Como Nossos Pais com a filha Maria Rita. A ação, conta Mônica Bergamo, vai analisar se herdeiros podem autorizar a criação de cenas fictícias das quais a pessoa não participou em vida. (Folha)

E Elis não está sozinha, Luiz Gonzaga, que morreu em 1989, teve a imagem e a voz simuladas para “cantar” Eu Tenho a Senha em “dueto” com seu autor, o pernambucano João Gomes em um show no último fim de semana em São Paulo. “É divertido, né? Mas dá um pouco de medo”, admitiu Gomes. (UOL)

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Uma das personalidades mais marcantes da História, um ator vencedor do Oscar, um diretor consagrado e até uma banda de rock. Misture tudo e você terá o primeiro trailer de Napoleão, de Ridley Scott, divulgado ontem. Produzido pela Apple TV+, o longa traz Joaquin Phoenix como o militar corso que se tornou imperador da França e varreu a Europa, enquanto Vanessa Kirby vive a imperatriz Josefina. E o rock? Ficou por conta de The National Anthem (Spotify), do Radiohead, tema de fundo do trailer. Napoleão estreia nos cinemas em 22 de novembro, antes de migrar para o streaming da Apple. (Consequence)

E a produção de Deadpool 3 realizou o sonho acalentado há 23 anos por fãs dos X-Men: uma foto de Hugh Jackman usando o clássico uniforme amarelo do Wolverine. (Omelete)

Em sua primeira postagem após a internação por uma “infecção bacteriana severa”, Madonna agradeceu o apoio dos fãs e disse que seu foco agora é cuidar da saúde. A cantora de 64 anos adiou os shows da turnê Celebration na América do Norte — que deveria começar pelo Canadá, no próximo dia 15. A princípio, as apresentações na Europa, a partir de 14 de outubro estão mantidas. (Vanity Fair)

Cotidiano Digital

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados iniciou estudos para avaliar se o Threads viola a LGPD. A iniciativa faz parte de uma análise mais ampla que envolve o tratamento de dados pessoais pela Meta, dona da nova rede social. Em nota, a autarquia informa que haveria alegações de que a plataforma pode estar tratando informações sensíveis dos usuários, incluindo algumas sobre saúde e condicionamento físico, além de dados bancários e históricos de navegação de compras sem transparência suficiente e hipótese legal que a ampare. (Núcleo Jornalismo)

Enquanto isso, o Threads ultrapassou 100 milhões de usuários cinco dias após o seu lançamento. Com isso, destronou o ChatGPT como a plataforma online a atingir mais rapidamente a marca. (g1)

O “zero rating” pode estar com os dias contados. A prática, pela qual operadoras de internet dão acesso ilimitado a aplicativos como WhatsApp, Twitter e YouTube, está sendo reavaliada por empresas como TIM, Vivo e Claro. A estratégia de não cobrar pelo tráfego de dados para determinados serviços tem atraído uma grande quantidade de clientes nos últimos anos. A ação, porém, parece ter se tornado um problema para as operadoras com a alta no consumo e a chegada do 5G. Segundo o presidente da Claro, José Feliz, o zero rating foi um “erro”. (Tecmundo)

A União Europeia e os Estados Unidos firmaram acordo que permitirá que as informações flutuem livremente entre as duas regiões, diminuindo riscos legais para companhias de mídia social. A decisão veio três anos após a Justiça dos EUA derrubar o Privacy Shield, protocolo que permite às companhias nos EUA, como Amazon e Meta, coletar e processar dados de cidadãos da UE. Com o novo acordo, as empresas terão de seguir um conjunto de obrigações. (The Verge e Olhar Digital)

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