“Zebras” em Copas aumentaram graças ao nivelamento das equipes em todo o mundo, afirma especialista

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A Copa do Mundo do Qatar tem proporcionado grandes surpresas quanto aos resultados dos jogos na fase de grupos e da classificação para as oitavas de final de seleções como o Japão, que fechou o grupo E em primeiro lugar nesta quinta-feira, mesmo com Espanha e Alemanha na mesma chave. Para o jornalista Márvio dos Anjos, o desnível entre as seleções diminuiu significativamente nos últimos anos, permitindo que o número de “zebras” em grandes competições como as Copas aumentasse. “Dentro da nossa visão eurocêntrica do futebol, a gente começa a ver umas coisas que não via antes, porque o futebol em nível de clube se desenvolveu, os mercados se desenvolveram, e tem jogadores fulgurantes em todas as seleções”, explica.

Durante alguns minutos, a combinação de resultados entre os jogos de Japão vs Espanha e Costa Rica vs Alemanha apontava para a desclassificação dos europeus – tidos como favoritos ao Mundial -, enquanto perdiam seus respectivos jogos nesta quinta-feira. O jornalista David Butter afirma que caso esses resultados se confirmassem, com Japão e Costa Rica classificados, “essa seria a maior zebra sincronizada da história da Copa do Mundo”. Ele também lembrou da campanha do Marrocos, que foi a melhor de uma equipe africana em primeira fase das Copas, ao se classificar para as oitavas com duas vitórias e um empate.

David avalia que o jogo de Japão e Espanha foi de “bola no chão” e que “foi incrível como o Japão conseguiu produzir uma pressão muito forte sobre a Espanha”. Ele lembra que os japoneses já tinham feito o mesmo contra a Alemanha, quando venceram por 2 a 1. Mesmo com a posse de bola muito alta dos espanhóis, os japoneses conseguiram pressionar melhor no jogo e conseguiram a vitória. “Isso explica um pouco o que aconteceu no jogo, além da ineficiência do ataque da Espanha”, pondera.

Nesta sexta-feira, o Brasil entra em campo já classificado para a próxima fase, permitindo que o técnico Tite faça testes com jogadores reservas. Para Márvio dos Anjos, o Brasil ainda não fez uma grande atuação nesta Copa, mesmo tendo mostrado solidez nos dois primeiros jogos. Ele ressalta os riscos de afrouxar a disputa na terceira rodada da fase de grupos e tem receio de que entrar em campo com uma equipe reserva para enfrentar Camarões faça a seleção brasileira esfriar na competição. “Você começa a pensar se seria uma boa ideia, se não teremos uma sensação de que o time ainda não engrenou, no momento em que vamos entrar na fase de mata-mata”, questiona. Ele diz que gostaria de ver a seleção brasileira tendo o mesmo desempenho tático que a seleção argentina teve contra a Polônia, quando demonstrou domínio de jogo contra uma equipe fechada. “O que a Argentina fez com a defesa da Polônia eu queria que o Brasil tivesse feito com alguma defesa”, comenta.

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