Mesmo com antipatia, Neymar é melhor opção para seleção na Copa, dizem especialistas

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Mesmo sendo o mais cobrado entre os jogadores da seleção brasileira por ter colecionado antipatias por suas atitudes, principalmente durante as eleições brasileiras, quando apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro, Neymar seguirá sendo importante na busca do hexacampeonato. É o que avaliam os jornalistas Márvio dos Anjos e David Butter, especialistas na cobertura de Copas do Mundo. Em um bate-papo com Pedro Doria no programa especial do #MesaDoMeio na Copa, David destacou a ótima fase do atacante e sua importância no elenco montado pelo técnico Tite durante o ciclo de competições até o Mundial. “Temos que ser coerentes com tudo o que foi construído no ciclo. Sei que é difícil calar a antipatia, mas é muito difícil imaginar um caminho diferente de sua manutenção na equipe”. Márvio destaca o protagonismo do jogador na equipe e somente descartaria a presença do atacante em caso de lesão. “Não o colocaria no banco de reservas, a menos que seu tornozelo esteja uma bola de handebol.”

Em que pese as posições políticas que Neymar tomou antes de viajar com a seleção para o Qatar, Márvio percebeu um esforço do atacante do PSG em busca de mudar a percepção do público sobre sua imagem durante a Copa. “Ele apanhou calado, sem rolamentos, foi um jogador muito mais sereno, menos teatral”, avalia. O jornalista ressaltou ainda que o jogador brasileiro foi o que mais sofreu faltas durante o primeiro tempo da partida contra a Sérvia, em que venceu por 2 a 0.

O atacante teve de ser substituído na partida desta quinta-feira, após levar a pior em uma dividida de bola com um jogador sérvio. Mas, diferente do que ocorreu nas edições passadas da Copa, quando Neymar se machucou em campo e precisou ser substituído, David Butter afirma ter se sentido mais tranquilo com a equipe que seguiu jogando, pela qualidade que o conjunto apresenta nesta competição.“Hoje, até na adversidade do Neymar machucado, eu respirei aliviado pelo fato de a gente estar indo [para o jogo], não como em 2014 e 2018, muito dependente de uma estrela só”, conclui.

Ao comentar sobre as zebras da Copa, como as seleções alemã e argentina, que perderam em suas estreias, ambas por 2 a 1, David lembra que a Alemanha fez um ótimo primeiro tempo, mas não fez gols, diferente da Argentina, que não fez um bom jogo. Márvio lembra que, com exceção da Costa Rica, “não tem mais bobo na Copa”. Ele destaca a qualidade de times árabes, como Al Hilal, que entregou bons jogadores para a seleção saudita alcançar uma vitória histórica contra a Argentina. O jornalista ressalta que os técnicos estão estudando cada vez mais as inovações no esporte e que por isso “o futebol está cada vez mais milimétrico”.

Os comentaristas também avaliaram as chances dos craques Lionel Messi e Cristiano Ronaldo nesta Copa, que provavelmente será a última para os dois maiores jogadores dos últimos tempos. Márvio dos Anjos espera “um pouco mais de brilho” de Messi e da própria Argentina, que mesmo tendo perdido o primeiro jogo, estava há 36 jogos sem perder. Ainda que a seleção portuguesa tenha montado uma ótima equipe e se coloque como um time de elite, não dá a CR7 o necessário para que o craque tenha tanto destaque na competição. “Brilho é diferente de ser competitivo. Portugal é muito competitivo, mas não ajuda Cristiano a brilhar”. David Butter acredita que a era de hiper-realização, com craques como CR7 e Messi, não deve se repetir facilmente. “Essa era está se encerrando”. Mesmo com a grandeza do português, a equipe argentina tem chances de ir mais longe na competição. “No bolão em que joguei, apostei na Argentina sendo campeã. Acho que muita gente apostou também.”

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