Meio

De Brasília

Lideranças do PT na Câmara já apontam nos bastidores que o partido deve apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL), um dos principais apoiadores da candidatura derrotada de Jair Bolsonaro (PL), à presidência da Casa. Nomes importantes da legenda dizem que esse apoio está “praticamente fechado” e deve ser confirmado na próxima reunião de bancada, ainda a ser marcada.

Além disso, o PT está ativo na articulação para encabeçar um bloco parlamentar que deve juntar partidos da base de Lula, mais legendas que se declararam independentes. O objetivo e evitar que o PL, partido de Bolsonaro e que elegeu a maior bancada, com 99 deputados, esteja à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O PT, segunda bancada, quer o comando dessa comissão. O problema é que Lira tem o compromisso com o PL, que já reivindicou o posto.

Membros da coligação de Lula apostam, no entanto, no interesse de Lira em se manter em uma relação pacífica com o próximo governo. Eles reconhecem, inclusive sinais, já dados pelo alagoano. Um deles é ter sido a primeira autoridade a reconhecer o resultado das eleições, tão logo foi declarado pelo TSE. O segundo indício é o compromisso de Lira em não pautar para o plenário nada que crie dificuldades para o novo governo.

Lira, por sua vez, já disse a interlocutores de Lula que não tem o hábito de “deixar amigos para trás”, referindo-se ao compromisso com o PL. Ouviu como resposta: “Mas nós não vamos aceitar um extremista na CCJ. Então vai ter que mudar”.