Voto útil no 1º turno foi para Bolsonaro, avaliam apresentadores do Meio

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Ao comparar a última pesquisa de intenção de votos, divulgada na véspera do primeiro turno, o voto útil para presidente da República foi para Jair Bolsonaro, e não para Luiz Inácio Lula da Silva, como era previsto. É o que dizem o editor-chefe do Meio, Pedro Doria, e os colunistas Mariliz Pereira Jorge e Christian Lynch, ao fazerem o balanço da disputa eleitoral do último domingo. Em conversa durante o programa #MesaDoMeio, Pedro avalia que as pesquisas no segundo turno deverão ter uma maior precisão apenas na última semana de campanha, e que o método de entrevistas presenciais apresenta um atraso de três dias sobre as reais intenções do eleitor, “que na era da comunicação digital é [tempo] demais”.

Um ponto de atenção para a campanha de Lula deve ser o problema do antipetismo, que o partido insiste em negar que exista. Mariliz avalia que muitos dos eleitores arrependidos de Bolsonaro em 2018 repetiram o voto este ano por causa desse movimento de rejeição ao Partido dos Trabalhadores. “Eu acho que é um problema muito grande do PT ficar negando a existência desse antipetismo e [é preciso] traçar estratégias para lidar com isso”, comenta. O cientista político Christian Lynch explica que o período em que o partido esteve no poder criou um novo polo de críticos, que culminou em um movimento mais acentuado de conservadorismo, mas ressalta que “Bolsonaro não criou o bolsonarismo”, mas apenas reuniu esse grupo, que resistiria sem o atual presidente. “Se não for ele, vai ser o Tarcísio [de Freitas, candidato ao governo paulista], ou sei lá quem vai ser.”

A colunista Mariliz Pereira Jorge tem a sensação de que a campanha bolsonarista está mais adiantada que a petista na movimentação para garantir mais votos para o segundo turno, no próximo dia 30. “Para mim está faltando postura de vencedor no PT, está faltando se posicionar como ‘ganhamos o primeiro turno’”. Por que a campanha de vitória logo no dia 2 de outubro não ocorreu, Mariliz acredita que a reação de parte da militância foi de como se Lula tivesse sido derrotado nas urnas.

Mas essa sensação de derrota não foi apenas dos petistas. Para Christian Lynch, também houve uma frustração por parte do bolsonarismo, porque os apoiadores do presidente acreditavam que ele seria reeleito em primeiro turno, o que não aconteceu. “Tem muita gente assustada do lado de cá [da democracia], mas também tem muita gente assustada do lado de lá [da campanha bolsonarista]”. Na avaliação do cientista político, a decepção foi pior para os apoiadores de Bolsonaro, já que o presidente não contestou o resultado das urnas.

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