Macron negocia cúpula Biden-Putin
O presidente francês Emmanuel Macron arrancou ontem, de seu par francês Vladimir Putin, o aceno para um encontro de cúpula que incluiria o americano Joe Biden. Os dois líderes, de Rússia e EUA, concordam em princípio com a conversa, anunciou o gabinete da presidência francesa. Putin e Macron falaram por quase três horas em duas ligações telefônicas diferentes. Na segunda, já era esta última madrugada em Moscou. Entre as duas conversas, Macron se consultou com Biden por pouco mais de quinze minutos e o objetivo da cúpula seria conversar sobre os planos de defesa da Europa Ocidental e, a partir daí, negociar um cessar-fogo na fronteira entre Ucrânia e Rússia. A versão do Kremlin para o diálogo é um pouco diferente. De acordo com a chancelaria russa, Putin se queixou ao francês de que soldados ucranianos romperam o cessar-fogo e estão alvejando pessoas que seriam “etnicamente russas” em seu país. Os exercícios militares que o Exército russo e o da Belarus estavam envolvidos se encerraram no domingo mas, ao invés de retornar, as tropas e a artilharia de Putin se aproximaram da fronteira ucraniana. (Guardian)
O governo americano informou oficialmente Michelle Bachelet, a comissária das Nações Unidas por Direitos Humanos, de que os russos têm uma lista de ucranianos que devem ser detidos em campos ou mortos. (New York Times)
Da Alemanha, onde estava para uma reunião, o premiê britânico Boris Johnson soou o alarme em uma entrevista para a rádio BBC. “Vai ser a maior guerra na Europa desde 1945”, ele afirmou. “Todos os sinais que temos dão conta de que o plano já se iniciou. As pessoas precisam se conscientizar do imenso custo em vidas humanas que isto terá.” De acordo com Johnson, Putin perdeu a capacidade de pensar logicamente sobre o que faz. “É vital que consigamos demonstrar a catástrofe que isto será para a Rússia.” (BBC)
Lula está preocupado e Bolsonaro encontrou uma fagulha de otimismo. É o que o que se percebe nas páginas da imprensa do fim de semana, não por uma reportagem, mas pelo que está espalhado em diversas colunas e pequenas notícias soltas, todas relacionadas. “O PT ligou seu sistema de alerta diante da conjunção de um incompreensível clima de já ganhou com um inexplicável salto alto”, escreve Elio Gaspari numa nota assim, de uma só frase, no Globo e na Folha de domingo.
Então… É Bruno Boghossian quem explica. “Em duas conversas recentes”, ele afirma, “Lula disse que era preciso tratar como certa uma recuperação de Jair Bolsonaro nos próximos meses.” O ex-presidente observa que os números de aprovação do governo pararam de cair e o Auxílio Brasil, que começou a ser distribuído, deve aliviar a economia para os mais pobres. O petista também acha que dificilmente o núcleo duro dos apoiadores de Bolsonaro deixará o presidente. (Folha)
Isto afeta diretamente a estratégia para a vitória. “Lula tem a leitura de que as eleições de 2022, de todas as cinco que disputou a presidente, é a que ele mais terá que caminhar ao centro”, revela Guilherme Amado. Em suas contas, o número de pessoas que pretendem votar no centro e na direita é muito superior ao de eleitores da esquerda. Ele precisará ser percebido como um candidato moderado. Só que parte da esquerda não compreende este movimento. (Metrópoles)
Em janeiro, aliás, Lula teve uma conversa com Fernando Henrique. Entre os assuntos, a vice de sua chapa para Geraldo Alckmin. FHC aprova a ideia e, conta Lauro Jardim, nunca dirá isso em público. (Globo)
Foi Lauro, também, que ouviu de dentro do Planalto que o clima volta a ser de otimismo. Com base nas pesquisas que têm em mãos, quem é próximo de Bolsonaro põe fé que o presidente pode ultrapassar o petista em junho. (Globo)
Os comandos das duas campanhas podem estar vendo cenários diferentes, mas a direção do movimento nas pesquisas que enxergam é o mesmo. Um de que a corrida vai ficar mais apertada. O que pode explicar uma transição que começa a tomar corpo na terceira via — e ela começa com a primeira federação partidária ganhando cara. O Cidadania aprovou se juntar ao PSDB. Falta, ainda, que os tucanos aprovem o acordo. Deve acontecer. A esperança é de que a federação crie a maior força partidária brasileira, unindo ainda MDB e União Brasil. (Poder 360)
Os tucanos responderam ao movimento do Cidadania para compor uma federação. “A federação entre Cidadania e PSDB, pela qualidade de seus quadros, fará a diferença no Congresso e nas próximas eleições presidenciais.” (Twitter)
Neste jogo, quem trabalha para o candidato tucano João Doria tem esperanças de que a emedebista Simone Tebet tope a vice-presidência. (Globo)
Pois é… Na ponta do PT, a federação com o PSB não vai bem. Os socialistas racharam. De um lado, os governadores Paulo Câmara (PE) e Flávio Dino (MA), além do candidato a governador do Rio Marcelo Freixo, tentam trabalhar por um acordo. Quem está do outro lado, como o governador capixaba Renato Casagrande, os acusa de pensarem não no partido e sim em suas candidaturas. Tentando se equilibrar no meio, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, vem demonstrando irritação. Não responde aos telefonemas de Fernando Haddad, que gostaria que os pessebistas retirassem a candidatura de Márcio França ao governo paulista. E bateu de frente com Freixo, que está fazendo campanha por Haddad contra seu copartidário. “É um infiltrado do PT”, afirmou. Mas, em público, Siqueira nega qualquer briga, conta Guilherme Amado. (Metrópoles)
Daí... O PT lançou o senador Fabiano Contarato pré-candidato ao governo do Espírito Santo. Casagrande é candidato à reeleição. (Poder 360)
O Ipespe soltou uma pesquisa para o governo de São Paulo. Sem Márcio França no jogo, Haddad teria 38% das intenções de voto, seguido do ministro bolsonarista Tarcisio de Freitas, com 25%. Agora, se nenhum dos acordos do PT der certo e Geraldo Alckmin terminar concorrendo ao Palácio dos Bandeirantes, conta Tales Faria, Haddad e Alckmin disputariam a cabeça com 20% cada, França correndo em terceiro com 12%. Neste cenário, Tarcísio teria 7%. (UOL)
Guerra de narrativas
Spacca
Viver
171 mortos, 126 desaparecidos e quase mil desabrigados. Esses são os números da tragédia de Petrópolis (RJ) até a publicação desta edição. Durante o final de semana, as buscas tiveram de ser interrompidas devido ao mau tempo de chuva e neblina. O Governo do Rio de Janeiro afirma que cerca de 500 bombeiros atuam em missões de busca em Petrópolis. Porém, essa foi a realidade apenas na quarta-feira (17), um dia após o temporal, quando o efetivo era de 555 bombeiros. No dia seguinte, o número foi de 110. O Corpo de Bombeiros argumenta que trabalha de forma segura para preservar a vida de moradores e agentes. (g1)
As buscas pelas vítimas ocorrem mesmo sem bombeiros. Em uma delas, familiares e amigos querem localizar o estudante Gabriel Villa Real, 17, que desapareceu ao ser levado pela correnteza junto a dois ônibus e os outros passageiros. Ele foi identificado em um vídeo de testemunhas que viram a cena. Nela, Gabriel está de pé sobre um dos veículos enquanto tenta segurar uma escada. Seu corpo ainda não foi encontrado. (Folha)
Outra procura, também sem bombeiros, levou Marcelo Costa, 49, a encontrar o corpo da mulher, Simone Raesk Moura, 49, soterrado em local perto de onde moravam, no Morro da Oficina. Ele teve a ajuda de um irmão e da família Menezes, que buscava outras cinco pessoas. (UOL)
A rainha Elizabeth II, de 95 anos, está com covid-19. Ela apresenta sintomas leves, como os de um resfriado. O Palácio de Buckingham disse que a monarca do Reino Unido está com o ciclo vacinal completo. (Guardian)
O Brasil registrou ontem 424 mortes por covid-19 e chegou a 644 mil mortos desde o começo da pandemia. O país também contabilizou mais 48.490 novos casos, o que dá um total de 28.207.590 pessoas infectadas pelo vírus. A média móvel de óbitos está em 845 por dia, e a de casos é de 103.508. O primeiro dado apresenta estabilidade em relação a duas semanas atrás. Ou seja, com variação inferior a 15%. Já o segundo apresenta queda de 37% em relação ao mesmo período. (Folha)
Um balão com logo do SBT e rostos de personagens da emissora, como Vera Verão e Ronald Golias, caiu sobre avião da Gol no aeroporto de Guarulhos (SP). O incidente deste domingo não deixou feridos, mas poderia causar acidentes graves. Em situações de voo, os pilotos têm de corrigir rota e altitude para desviar do objeto. Em solo, o perigo é a chama do balão encostar no combustível e dar início a um incêndio. O SBT disse que não tem relação com o artefato e repudia o ato. Vídeos mostram o ocorrido. (UOL)
O Atlético-MG bateu o Flamengo nos pênaltis e levou a taça da Supercopa do Brasil em Cuiabá (MG), na Arena Pantanal. No tempo normal, as equipes fizeram boa partida e empataram em 2 a 2. Veja os gols. (UOL)
Cultura
Chega hoje às plataformas de streaming No Meio do Caminho, álbum póstumo de Beni Borja. Baterista da primeira formação do Kid Abelha, Beni rapidamente se transferiu para os bastidores, de onde trabalhou duro pela explosão do B-Rock. Foi o produtor que lançou o Biquíni Cavadão e deixou sua marca nas carreiras de Farofa Carioca, Leoni, Celso Blues Boy, Fernanda Abreu, Gabriel, o Pensador e inúmeros outros. Um dos maiores sucessos do Kid, Fixação (YouTube), é cria sua. Ele é o personagem principal de outra letra — Como eu Quero (YouTube), escrita em sua homenagem. Foi também um dos compositores de Vento Ventania (YouTube), do Biquíni. Beni vinha preparando este disco faz mais de um ano, mas não teve tempo de lançá-lo. Morreu de um infarto no último 23 de dezembro. Hoje, dia 21, completaria 61 anos. No Meio do Caminho, um álbum particularmente autoral, já pode ser ouvido em todas as plataformas.
Um dos filmes mais aclamados da história, O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola, está de volta às salas de cinema a partir de quinta-feira (24) em cópia remasterizada. (Estadão)
O diretor Bruno Ribeiro teve de lidar com o luto assim que terminou as filmagens de Manhã de Domingo, curta que lhe rendeu o Urso de Prata no Festival Berlim. Sua mãe, que enfrentava um câncer, havia morrido. A dor da perda também aparece na história escrita por ele, carioca de 27 de anos. Trata-se de Gabriela, a personagem principal do curta, uma jovem pianista negra que, prestes a se apresentar num grande recital, perde a mãe. Ao vencer, Ribeiro dedicou o prêmio à mãe, com quem ia ao cinema todos os finais de semana. (O Globo)
George RR Martin se juntou à Marvel para criar uma nova história em quadrinhos. Ela será baseada em Wild Cards, produção encabeçada por Martin que começou a ser publicada em 1987. Desde então, mais 40 escritores já assinaram livros e contos da série, cuja trama é sobre um vírus alienígena que mata 90% das pessoas e causa mutações no restante. Criador de Game of Thrones, Martin disse que trabalhar com a Marvel é um “privilégio” e uma “alegria sem fim”. (The Guardian)
Cotidiano Digital
O Facebook pode ter enganado investidores sobre seus esforços para combater as mudanças climáticas e a desinformação da Covid-19. As informações são do diário Washington Post, que obteve acesso aos documentos enviados à SEC, órgão dos Estados Unidos que regula o mercado de ações no país. As denúncias foram apresentadas pela Whistleblower Aid, que representa a ex-funcionária do Facebook Frances Haugen, e delatora no caso Facebook Papers. Em nova denúncia, os relatórios indicam que o Facebook ignorou a implementação de medidas contra desinformação, apesar de declarar em conferências com investidores de que estava trabalhando na questão. À publicação, um porta-voz da Meta, empresa que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp, afirmou que esses conteúdos são minoritários na plataforma e que utiliza agências de checagem de fatos para combater a desinformação. (The Washington Post)
As Lojas Americanas e o Submarino tiraram os seus sites do ar ontem diante de uma suspeita de ataque hacker. As páginas já haviam apresentado instabilidade na manhã do último sábado. (g1)
E na tentativa de tirar os filhos da frente dos celulares, um pai na cidade Messanges, na França, cortou o acesso à internet com um bloqueador de sinal, mas desconectou dois municípios inteiros. Proibido no país europeu, o bloqueador de sinal anula frequências emitidas das torres de conexão. O homem teve que pagar uma taxa de 450 euros (R$ 2.600) e ainda irá enfrentar um processo judicial. (g1)