Milícia digital evangélico-bolsonarista ataca Lula e Moro
O ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) se tornaram alvos de uma saraivada de notícias falsas e difamações nas redes sociais por parte de evangélicos bolsonaristas. O PT vem reunindo estes ataques, que incluem vídeos editados retirando do contexto falas do ex-presidente e com efeitos de áudio para dar a entender que ele está bêbado ou “possuído”. Para os petistas, os ataques se intensificaram após pesquisas indicarem ligeira vantagem de Lula sobre Bolsonaro entre os evangélicos. Já Moro foi chamado de “Judas” e “covarde” pelo pastor Silas Malafaia e de “abortista” pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). (Folha)
Moro correu logo atrás do prejuízo e divulgou ontem uma carta com 14 propostas e promessas ao público evangélico e conservador. Além de defender a isenção tributária de igrejas e condenar o aborto, o ex-ministro se posicionou a favor da ação de entidades religiosas no atendimento a dependentes químicos e na ressocialização de presos. (CNN Brasil)
Giuliano Da Empoli, autor do livro Engenheiros do Caos: “Mais do que simples notícias falsas, teorias conspiratórias prosperam porque ‘fazem sentido’, dão uma explicação sobre a realidade que produz uma ressonância emocional e criam um sentimento de pertencimento. Seguir algum tipo de teoria da conspiração permite que você faça parte de um grupo, como num culto religioso, e isso é valioso, especialmente para pessoas que são marginalizadas. É por isso que é tão difícil combater teorias conspiratórias. O mensageiro é crucial. Se você quer restabelecer o diálogo com esses grupos, precisa encontrar intermediários em quem confiam, como pessoas que costumavam fazer parte do grupo e mudaram de ideia.” (Globo)
Durou menos de dez minutos o encontro na manhã de ontem entre o presidente Jair Bolsonaro e os ministros do STF Edson Fachin e Alexandre de Moraes, que foram entregar-lhe o convite para suas posses como presidente e vice do TSE. O clima foi frio. Moraes, que já foi chamado de “canalha” por Bolsonaro limitou-se a cumprimentar o presidente e despedir-se ao final. Bolsonaro não confirmou se vai à posse. (g1)
Está marcado para hoje à noite o julgamento pelo TSE da fusão do DEM e do PSL no União Brasil. Embora vista como mera formalidade, a homologação dá sinal verde para a debandada dos bolsonaristas que permaneciam no PSL e de outros parlamentares, sem risco de perda do mandato. Esse não é o único problema da nova legenda, dona da maior fatia do fundão eleitoral, que já enfrenta brigas internas sobre o posicionamento na eleição presidencial. (Folha)
O acordo entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) está 99,9% fechado, disse ontem Márcio França (PSB), um dos articuladores da aliança. Ele participou do programa Em Foco, da GloboNews. França, que foi vice de Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, aposta na filiação do ex-tucano ao PSB também para se fortalecer na corrida pelo governo paulista. Mas nem ele, nem o petista Fernando Haddad, abrem mão de saírem candidatos. Na entrevista a Andréia Sadi, França descartou uma eventual traição de Alckmin. “Lula não é a Dilma (Rousseff)”, disse. Veja a entrevista na GloboPlay. (g1)
Bolsonaro reagiu ontem a uma ofensa do influenciador digital Cauê Moura com uma ameaça velada. Moura publicou no Twitter um vídeo em que Bolsonaro aparece com dificuldades para manejar uma arma e comentou: “O capitão mentecapto não sabe nem atirar”. Em resposta, o presidente publicou uma foto dos alvos, dizendo “Confesso que não dá para disputar uma olimpíada, mas em uma eventual invasão de propriedade, se o alvo fosse um gordinho do seu tamanho não ficaria tão difícil acertar.”
Meio em vídeo. O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, Renan Santos, sugeriu como piada o assassinato de democratas por quem faz o curso do MBL. Entre as possíveis vítimas, o editor do Meio, Pedro Doria. Quando um dos mais importantes movimentos políticos brasileiros faz esse tipo de coisa em seus canais oficiais, o que isso diz sobre nossa democracia? Confira no Ponto de Partida. (YouTube)
O general Eduardo Pazzuello, ex-ministro da Saúde e hoje assessor no Planalto, passará à reserva no fim do mês. De acordo com Lauro Jardim, estuda se candidatar a deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro. (Globo)
Enquanto EUA e Alemanha subiam o tom em relação à Rússia, o presidente da França, Emmanuel Macron se reuniu ontem em Moscou com o colega russo Vladimir Putin. Primeiro líder ocidental a visitar o país desde o início da disposição de tropas na fronteira com a Ucrânia, Macron disse buscar uma “resposta útil” para “evitar a guerra e construir confiança, estabilidade e visibilidade”. (CNN Brasil)
Viver
O número de crianças de seis e sete anos que não sabem ler cresceu 65% durante a pandemia, aponta estudo divulgado hoje pela ONG Todos Pela Educação, passando de 1,429 milhão em 2019 (25,1% das crianças nessa faixa etária) para 2,367 milhões (40,8%) em 2021. A distribuição, como sempre, é desigual: 47,4% entre crianças pretas, 44,5% entre pardas e 35,1 entre brancas. Especialistas temem que isso provoque um aumento na evasão escolar no futuro. (g1)
A chegada da variante ômicron e a demora em iniciar a vacinação de crianças fez com que o número de pessoas entre zero e 19 anos internadas por covid-19 em janeiro deste ano fosse o triplo do mesmo mês no ano passado, saltando de 697 para 2.122. As mortes nessa faixa quase dobraram, de 49 para 86. Os números, dizem os especialistas, reforçam a necessidade de vacinar rapidamente as crianças. (CNN Brasil)
Pois é. A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado convocou os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, para explicarem notas técnicas emitidas por suas pastas vistas como tentativas de se contrapor à vacinação. A nota da Saúde questionava a eficácia das vacinas e atestava a do kit-covid. Já a do ministério de Damares criticava o passaporte vacinal e a obrigatoriedade da imunização infantil. Os senadores também pretendem cobrar de Queiroga explicações sobre a demora no início da vacinação de crianças. (Poder360)
Mais cedo, Queiroga prometeu entregar até o próximo dia 15 as vacinas necessárias para aplicar a primeira dose em todas as cerca de 20 milhões de crianças entre cinco e 11 anos. Porém, por força do hábito, ele voltou a dizer que a vacinação não é obrigatória. (UOL)
Mas o problema não está só nas crianças. Cerca de 2,2 milhões de paulistas não apareceram para tomar a segunda dose da vacina, a maioria na faixa entre 12 e 29 anos. O esquema vacinal incompleto seria, segundo especialistas, um dos motivos para a alta nas internações pela variante ômicron. (Estadão)
A família do imigrante congolês Moïse Kabagambe recebeu ontem a concessão do quiosque Tropicália, onde ele foi espancado até a morte ao cobrar uma dívida de trabalho. Segundo a prefeitura, o quiosque Biruta, que fica ao lado e é, de acordo com a concessionária Orla Rio, explorado irregularmente por um cabo da PM, também será entregue à família de Moïse após a reintegração de posse. A prefeitura e a concessionária se comprometeram a fornecer treinamento para os parentes do congolês gerirem o espaço, que deve ser transformado num memorial da cultura africana. E a Polícia Militar iniciou uma investigação sobre a intimidação que a família de Moïse teria sofrido de dois agentes da corporação. (g1)
Enquanto isso.. O presidente Jair Bolsonaro disse que o governo vai acompanhar a investigação sobre um protesto numa igreja de Curitiba pela morte de Moïse. Um dos organizadores do ato, o vereador Renato Freitas (PT) disse que a igreja já estava vazia quando os manifestantes entraram. Bolsonaro não fez qualquer comentário sobre o assassinato do congolês. (Metrópoles)
Panelinha no Meio. Quer um acompanhamento charmoso ou mesmo um prato principal sem carne, acompanhado de uma saladinha? Temos esta batata rosti com queijo meia-cura. O maior trabalho é passar a batata no ralador, mas vale a pena. O fundamental é secar bem a batata ralada. É uma porção para um, mas dá para usar duas frigideiras ao mesmo tempo e ter uma refeição para dois sem o risco de a primeira esfriar.
Cultura
Ter uma categoria exclusiva num prêmio de cinema não é para qualquer um. O problema é ser no prêmio dos piores. Saiu ontem a lista dos indicados ao Framboesa de Ouro, paródia do Oscar que “premia” as maiores bombas do cinema. Como Bruce “Duro de Matar” Willis tinha nada menos que oito longas na lista da infâmia, os organizadores criaram uma categoria exclusiva, “Pior interpretação de Bruce Willis em um filme de 2021”. Mas o recordista de indicações é Diana: O Musical (trailer), da Netflix, indicado para “Pior alguma coisa” em nove categorias. A festa de entrega das Framboesas acontece no dia 26 de março, a véspera do Oscar. (UOL)
Confira a lista completa de indicados ao Framboesa de Ouro 2022. (Adoro Cinema)
Em tempo. Tem gente que leva na esportiva. Em 2005, Halle Berry foi pessoalmente buscar sua merecida estatueta de Pior Atriz por Mulher-Gato, levou junto o Oscar que ganhou em 2001 por A Última Ceia e ainda fez um discurso “emocionado”. (YouTube)
Enquanto isso... A lista de indicados ao Oscar vai ser divulgada hoje. (g1)
Em diversos estados dos EUA, conservadores em conselhos escolares estão agindo para banir das salas de aula livros que consideram “impróprios”, em particular sobre gênero e racismo. Mas há um grupo interessado que começa a reagir: os jovens leitores. Adolescentes de todo o país estão organizando grupos como o Clube dos Livros Banidos de Kutztown, na Pensilvânia, para compartilhar obras que os conservadores não querem lidas. “Eu amo ler, o que me deixa frustrada com esses banimentos. Ninguém pede aos adolescentes sua opinião sobre esses livros”, diz Joselyn Diffenbaugh, de 14 anos, fundadora do clube. (Guardian)
Cotidiano Digital
A venda da ARM para a Nvidia caiu e não acontecerá mais, por pressão dos reguladores antitruste. O fundo de investimento Softbank pretendia vender a ARM, uma das principais fabricantes de microprocessadores doo mundo, para a Nvidia, especialista em placas de processamento gráfico. A fusão das duas criaria uma gigante de microchips. Pesados questionamentos de órgãos de regulação de EUA, China e Europa fizeram com que o negócio, calculado inicialmente em US$ 40 bilhões, se desfizesse. (CNN)
E o Twitter começou os testes de algumas ferramentas para aumentar a interação de usuários na plataforma. Estão sendo adicionados um botão ‘downvote’, uma espécie de ‘não curti’, em tuítes de algumas contas, e um botão específico que direciona usuários para mensagens diretas (DM) a partir de uma publicação no feed. (Estadão)
A Meta, controladora do Facebook e Instagram, disse à Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos que talvez precise tirar do ar suas redes sociais na Europa. A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda sinalizou que a transferência de dados de europeus que usam as redes sociais do grupo não estava em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados da UE. A legislação europeia impede que dados europeus sejam tratados em servidores dos Estados Unidos, onde empresas de tecnologia como o Facebook mantém seus data centers com a maior parte das informações de seus usuários. Em resposta, a Meta acredita que poderá chegar a um acordo neste ano, mas, caso contrário, as plataformas poderiam deixar de funcionar nos países da região. (g1)
Imagine fazer compras ou almoçar um prato em restaurantes bem avaliados por um preço bem mais em conta. Um aplicativo lançado em agosto de 2021 quer diminuir o desperdício de alimentos ao levar clientes a consumirem produtos de estabelecimentos com sobra de comida. Com descontos de, no mínimo, 70%, o Refood é inspirado em um modelo contra desperdício consolidado na Europa e permite a compra de alimentos próximos do prazo de validade em restaurantes, padarias e supermercados. A meta da startup é estar em toda a capital paulista até o final de 2022 e chegar a capitais como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Fortaleza em 2023. (UOL)