CPI pedirá banimento de Bolsonaro das redes sociais

O relatório final que a CPI da Pandemia vota hoje vai incluir uma denúncia contra as mentiras que o presidente Jair Bolsonaro disse em sua live da última quinta-feira. Na noite de ontem, a exemplo do que haviam feito o Facebook e o Instagram, o YouTube expurgou a live e, seguindo seu código de conduta, bloqueou por uma semana a conta de Bolsonaro. No vídeo, citando supostos “relatórios oficiais do Reino Unido”, ele disse que pessoas completamente vacinadas contraíam HIV “mais rapidamente que o esperado”. A mentira foi repudiada por associações médicas e políticos. Além da inclusão do incidente no relatório, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a comissão vai encaminhar um ofício ao STF pedindo que Bolsonaro se retrate. Até um aliado fiel, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou Bolsonaro, dizendo que, se o que ele disse não tiver base científica, deve “pagar sobre isso”. (Globo)

Randolfe Rodrigues: “Encaminharemos ofício ao ministro Alexandre de Moraes, pedindo que Bolsonaro seja investigado por esse absurdo no âmbito do inquérito das fake news e recomendaremos às plataformas de redes sociais a suspensão e/ou o banimento do presidente.” (Metrópoles)

O governo do Reino Unido negou a existência de qualquer relatório que sustente a fala de Bolsonaro sobre relação entre vacinas e Aids. (g1)

Na tentativa de justificar a live, Bolsonaro e seus seguidores distorceram uma reportagem publicada em outubro do ano passado pela revista Exame sobre a preocupação de quatro cientistas quanto a riscos de um determinado adenovírus usado em vacinas aumentar as chances de contágio por HIV. Além de o caso não envolver qualquer relatório oficial britânico, a própria reportagem já dizia não ter sido comprovada a redução na imunidade. (Folha)

Ontem, tanto a Exame quanto a Forbes, que também publicou reportagem sobre o assunto há um ano, atualizaram suas matérias na internet para evitar que fossem usadas na propagação de notícias falsas.

Na manhã de ontem parlamentares do PDT e do PSOL apresentaram ao STF uma notícia-crime contra Bolsonaro pela divulgação de informações falsas em sua live. O relator, escolhido por sorteio eletrônico, é o ministro Luís Roberto Barroso, alvo de contínuos ataques do presidente antes de sua atual trégua com o Judiciário. Barroso encaminhou à PGR pedido de investigação sobre o caso. (UOL)

Mas nem só de Bolsonaro vive a CPI. O relatório final vai incluir os pedidos de indiciamento de mais dez pessoas, entre antigos e atuais funcionários do Ministério da Saúde e empresários. Randolfe Rodrigues diz não ter dúvidas de que o relatório será aprovado hoje. (Metrópoles)

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Ex-deputado e condenado no mensalão do PT, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, divulgou ontem um vídeo convidando o presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e seguidores a se filiarem à legenda. Parlamentares do PL e interlocutores de Costa Neto têm procurado Bolsonaro, que está sem partido para concorrer à reeleição. Mas o PL não está sozinho na pretensão. O PP, maior legenda o Centrão, também quer Bolsonaro, a despeito da resistência dos diretórios nordestinos, assim como o PTB — nesse caso, porém, a resistência maior é do clã presidencial. (Poder360)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para hoje o julgamento de duas ações que pedem a cassação da chapa de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão nas eleições de 2018. A campanha dos dois é acusada de abuso de poder econômico pelo disparo em massa de mensagens em redes sociais. Fontes ligadas à Corte dizem que a expectativa é que o relator, ministro Luís Felipe Salomão, faça um voto duro contra o uso ilícito das redes, mas que o julgamento seja interrompido por um pedido de vistas, mantendo a pressão sobre Bolsonaro. (Globo)

Em campanha para as prévias do PSDB, o governador paulista João Doria provocou risos durante uma entrevista coletiva na Câmara de Vereadores de Guarabira (PB), de 59 mil habitantes. Ao falar sobre projetor de irrigação, ele citou Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e perguntou a plateia: “Quem aqui já foi a Dubai? Quem já foi a Dubai levanta a mão.” A plateia bem que tentou manter a seriedade. (UOL)

Em busca de apoios a sua candidatura no Nordeste, o ex-presidente Lula (PT) enfrenta cenários distintos. Em Pernambuco, ele se encontrou no domingo com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), reforçando a tendência de aliança entre os partidos. No Ceará, a situação é mais complicada. As bordoadas verbais entre Lula e Ciro Gomes, pré-candidato pelo PDT, ameaçam a longa aliança local com Gomes que dura desde 2006. (Folha)

Meio em vídeo. Existe um pedaço da elite brasileira que não entende o que é uma democracia liberal. O banqueiro que diz que Lula, Bolsonaro ou qualquer outro dá mais ou menos no mesmo não entende o que é o Brasil. E enquanto uns deliram em ataques de cinismo, a fome se espalha. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)

Após a prisão do primeiro-ministro Abdallah Hamdok, os militares do Sudão tomaram o poder, interrompendo a transição para a democracia iniciada com a deposição do ditador Omar al-Bashir, em 2019. Saiba mais sobre o país africano e sobre a quartelada de ontem. (g1)

Viver

O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira que completou a primeira dose de vacinação de toda a sua população adulta, cerca de 35,3 milhões de pessoas. Segundo os dados consolidados pelo consórcio de veículos de comunicação, São Paulo também é o estado com maior percentual de população totalmente imunizada, 65,42%. (UOL)

A imunização completa no Brasil não está mais tão distante. Mas, segundo cientistas, ainda vamos conviver com a covid-19 por muito tempo. É bom então prestar atenção na nova geração de vacinas. Uso de DNA e nanotecnologia e aplicação por adesivo estão entre alguns caminhos dos imunizantes num futuro muito próximo. (Globo)

Mas enquanto esse futuro não chega, infelizmente, pessoas morrem. Ontem o Brasil perdeu 202 vidas para a covid-19, com total de 605.884 desde o início da pandemia. A média móvel em sete dias foi de 338 óbitos. Na comparação com o período anterior, a tendência é de estabilidade. (g1)

Enquanto isso... O governo dos Estados Unidos divulgou nesta segunda novas regras para entrada de viajantes no país. A principal novidade é que menores não precisarão mais comprovar vacinação, e sim um teste negativo para covid. A antecedência do teste depende de o menor estar sozinho ou acompanhado de um adulto vacinado ou não. (Poder360)

Faltando uma semana para a conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP26), na Escócia, o governo brasileiro lançou ontem o Programa Nacional de Crescimento Verde para sistematizar as ações do país na área ambiental. Oficialmente, o programa conta linhas de crédito de R$ 400 bilhões, mas apenas 3% são dinheiro novo. Não foram dados detalhes dos projetos que o programa vai apoiar. (g1)

Para ler com calma: “Energia limpa” ainda é mais um conceito que uma realidade. Equipamentos para obtenção de energia solar e eólica, por exemplo, dependem pesadamente da mineração, que tem um enorme impacto sobre o meio ambiente. (Estadão)

Cancelada no ano passado, a tradicional corrida de São Silvestre terá no dia 31 de dezembro sua 96ª edição. Mas a covid-19 continua provocando mudanças no evento esportivo paulistano. Somente participantes com documento que comprove vacinação completa (duas doses ou dose única) poderão retirar o kit para correr. Além disso, a Avenida Paulista, onde acontece a chegada da prova, será fechada ao público. (Estadão)

Panelinha no Meio. A fritura está em alta, embora não tenha a menor graça para quem (ou que) está sendo frito. Vamos aderir com um macarrão de arroz frito com camarão ao pesto de rúcula. Sim, rúcula. Embora “pesto” tradicionalmente seja de manjericão, a palavra em italiano quer dizer esmagado, prensado com um pilão, e é um preparo que pode ser feito com diversas folhas.

Cultura

Com estreia prevista para 4 de novembro, o longa Marighella, de Wagner Moura, é alvo de uma segunda onda de ataques no site International Movie Database (IMDb), que reúne informações e críticas sobre milhares de filmes e programas de TV. Como aconteceu em 2019, quando o filme foi exibido no Festival de Berlin, milhares de críticas negativas estão sendo publicadas simultaneamente no site para diminuir sua nota de avaliação. O filme narra os últimos anos do ex-deputado e guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), morto por forças da ditadura numa emboscada em São Paulo. (Estadão)

Mônica Bergamo:Marighella terá uma sessão para os moradores da ocupação Carolina Maria de Jesus do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) em São Paulo, no dia 3 de novembro. O evento contará com a presença de Wagner Moura, da atriz Bella Camero e de lideranças do movimento negro.” (Folha)

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Consagrado na televisão, Miguel Falabella é também uma referência no moderno teatro musical brasileiro e já perdeu a conta de quantos espetáculos criou, adaptou ou dirigiu. Agora ele junta os dois mundos com O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu, minissérie que criou em parceria com Cininha de Paula e está dirigindo para a Disney+. “É o projeto do meu coração. É teatro musical, que eu amo de paixão, e é uma grande homenagem à música brasileira”, diz Falabella. A série mostra um grupo de jovens de diferentes origens participando de testes para entrar no elenco de uma produtora de musicais, com cada episódio homenageando um gênero da música brasileira. (Globo)

Morta no ano passado aos 86 anos por complicações da covid-19, Olga Savary foi uma intelectual notável ao longo de décadas. Poeta, tradutora, jornalista — foi uma das fundadoras do Pasquim —, ela ganha uma justa, embora póstuma, homenagem com a antologia Coração Subterrâneo: Poemas Escolhidos. Eminentemente femininos, mas sem aceitar um papel passivo, seus versos trazem explícito o erotismo tão necessário numa época em que o país e o mundo parecem ter encaretado. (Folha)

Cotidiano Digital

No dia em que mais documentos vazados vieram à tona no escândalo “Facebook Papers”, a ex-gerente de produto do Facebook, Frances Haugen, deu um depoimento ontem ao Parlamento britânico. Durante a audiência para avaliar planos de regular empresas de mídia social, Haugen disse que o Facebook considera a segurança como um centro de custo e que defende uma cultura de atalhos que “inquestionavelmente” tornaram o ódio pior. “Os eventos que estamos vivendo ao redor do mundo, coisas como Mianmar e Etiópia… O ranqueamento com base em engajamento faz duas coisas: uma, piora e amplifica divisões e polariza conteúdo extremo, e dois, concentra isso”, afirmou. (g1)

Novos documentos vazados foram entregues aos órgãos reguladores dos Estados Unidos e fornecidos ao Congresso de forma editada pelo advogado de Frances Haugen. O Financial Times, que faz parte do consórcio de veículos que obtiveram acesso aos relatórios, listou mais revelações sobre o caso. Uma delas é que o Facebook tem um grande problema em moderar discurso de ódio em seus sites em inglês, o que é ainda pior em países que falam outros idiomas. Depois de ser acusada de facilitar o genocídio de Mianmar, em 2017, a companhia teria prometido investir na moderação. Confira quatro revelações do “Facebook Papers”. (Financial Times)

Pois é... Mas os recursos de moderação e combate à desinformação estão concentrados em apenas três países. EUA, China — e Brasil. (Verge)

E em meio a uma das maiores crises de sua história, a gigante de tecnologia registrou lucro líquido de US$ 9,194 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma alta de 17% em relação ao mesmo período de 2020. (CNN Brasil)

A principal agência de inteligência da Rússia lançou uma campanha de invasão de milhares de redes de computadores do governo dos Estados Unidos, empresas e grupos de pesquisa americanos. O alerta foi feito por funcionários da Microsoft e especialistas em segurança cibernética. A Rússia tem sofrido sanções impostas pelo governo de Joe Biden após a descoberta de operações de espionagem conduzidas do país para o resto do mundo. Em 2016, a SVR, agência de inteligência russa, invadiu as redes do Comitê Nacional Democrata nas eleições presidenciais americanas. Segundo a Microsoft, o esforço é "muito grande e está em andamento” e teria como objetivo adquirir dados armazenados na nuvem. (New York Times)

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