Câmara passa rolo compressor para socorrer partidos nanicos

Era início da noite de ontem, e os deputados estavam já pensando em ir para casa quando veio a bomba. Após uma reunião de líderes da maioria na Câmara, o presidente Arthur Lira (PP-AL) pautou para dali em seguida a votação da reforma eleitoral, tendo como carro chefe o chamado ‘distritão’ e como não tão discreta coadjuvante a volta das coligações nas eleições legislativas. Eram propostas em essência conflitantes. A primeira fortalece as chances de políticos muito conhecidos e celebridades e enfraquece partidos; a segunda, dá novo gás aos partidos nanicos que seriam enfraquecidos com a cláusula de barreira. O rolo compressor do Centrão foi acionado e o distritão era só boi de piranha. Foi rejeitado por 423 votos 35, enquanto as coligações proporcionais, incluídas repentinamente há poucos dias no texto, voltaram com apoio de 333 deputados e rejeição de 149. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a matéria terá que passar por nova votação, marcada para hoje, antes de seguir para o Senado. E só valerá para as eleições do ano que vem se for sancionada antes do início de outubro. (Folha)

Nas redes sociais, alguns parlamentares comemoraram a derrubada do distritão e classificaram como retrocesso a permissão para que partidos se coliguem em eleições legislativas. (UOL)

As coligações proporcionais foram banidas em 2017, mas a medida só foi aplicada no ano passado. Sem elas, partidos tinham que contar apenas com os próprios votos para ocupar cadeiras no Legislativo, sem se aproveitar dos votos de outras legendas coligadas. A medida reduziu a pulverização partidária nas câmaras de vereadores, e seu retorno é visto como um retrocesso. Entenda as mudanças. (Globo)

Veja como votaram os deputados tanto sobre o distritão quanto sobre as coligações. (G1)

Em tempo: os dois partidos que lideraram a Nova República, PSDB e PT, votaram em peso pelo retorno das coligações.

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Durou pouco a promessa de Jair Bolsonaro a Arthur Lira de respeitar a decisão da Câmara quanto ao voto impresso. Ontem o presidente voltou a atacar o TSE, disse que os deputados foram chantageados e que o Brasil terá no ano que vem “uma eleição onde não vai se confiar no resultado das apurações”. Animado com os 229 votos a favor de seu parecer, o relator do voto impresso, deputado Felipe Barros (PSL-PR), quer criar uma CPI das urnas eletrônicas. (Poder360)

No que depender do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o tema está encerrado. Há uma PEC semelhante tramitando desde 2015 na Casa, mas ela não será pautada. (UOL)

Enquanto isso... No TCU, Jorge Oliveira, único ministro nomeado por Bolsonaro, pediu vistas e interrompeu a votação que deveria sacramentar a auditoria que o tribunal fez das urnas eletrônicas. Oliveira ainda reclamou do vazamento do relatório comprovando a segurança do sistema de votação, elaborado pelo ministro Bruno Dantas. (CNN Brasil)

E o placar na Câmara mostrou o quão pouco os líderes controlam suas bancadas. Antes da votação, PSDB, DEM, MDB e PSD orientaram o voto contrário à PEC, apenas para serem os partidos com mais traições na hora da apuração – nas quatro legendas, o número de deputados a favor do voto impresso superou o de contrários. (G1)

As redes sociais reagiram, pelo menos aos tucanos. Influenciadores digitais e até outros integrantes da bancada não pouparam críticas aos parlamentares do PSDB que apertaram “sim”. Só a base bolsonarista os defendeu. (Globo)

Então... O PSDB achou uma forma de punir seus tucanos rebeldes. Os 14 vão ficar sem um bônus do fundo eleitoral que será concedido aos 12 que votaram contra e até aos cinco que faltaram. Não se sabe se Aécio Neves (MG), único deputado presente a se abster, vai receber ou não. (UOL)

Painel: “A votação da PEC do voto impresso mostrou a dificuldade das siglas da chamada terceira via em organizar apoio unificado entre os seus próprios membros e também a existência de afinidades com o bolsonarismo de muitos de seus parlamentares.” (Folha)

Embora tenha sido prorrogada por mais 90 dias, a CPI da Pandemia está perto de terminar, disse seu próprio presidente, o senador Omar Aziz (PSD-AM), em entrevista a Bela Megale. Segundo ele, a comissão mostrou muitas coisas que o Brasil não sabia sobre o descaso no combate à pandemia. (Globo)

E um sumário elaborado pelos integrantes da comissão lista cinco crimes que poderiam ser imputados ao presidente Jair Bolsonaro. Entre eles estão causar epidemia, por omissão no combate à Covid-19; curandeirismo, por preconizar tratamentos ineficazes; e advocacia administrativa, por usar o cargo para defender os interesses de grupos privados. (CNN Brasil)

Está previsto para hoje o depoimento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). A comissão transformou a convocação em convite, o que lhe permitiria não comparecer, mas expectativa é que Barros fale aos senadores. Ele é suspeito de ter influenciado negociações de vacinas por meio de atravessadores. (Poder360)

A Câmara cassou nesta quarta-feira o mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ), apontada como mandante do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019. Foram 437 votos a favor da cassação, 7 contra e 12 abstenções. Além de perder o foro privilegiado – que a impediu de ser presa junto dos filhos, apontados como cúmplices no crime –, Flordelis fica inelegível por oito anos. A agora ex-deputada ainda tentou um recurso de última hora ao STF para impedir a votação, mas o pedido foi rejeitado pela ministra Cármen Lúcia. (Poder360)

Anderson do Carmo foi filho de criação e “genro” de Flordelis antes de virar marido e acabar baleado por irmãos/enteados. Entenda o caso. (G1)

Embratel

Tech no próximo nível

A governança de dados começou a entrar no radar de muitas empresas. São esses modelos os responsáveis por dizer quem pode realizar determinado projeto, quais e como os dados serão usados para ele. Sem uma estratégia como essa, o negócio pode correr o risco de usar dados de baixa qualidade, difíceis de usar, sem integridade e vulneráveis a ameaças de cibersegurança. Adotar boas práticas de governança de dados significa identificar os dados críticos e tratá-los como recurso estratégico e ainda implantar políticas e procedimentos definidos. Confira mais dicas.

Sede das Olimpíadas e agora das Paraolimpíadas, Tóquio também é uma cidade inteligente que se tornou modelo mundial. Enquanto outras buscam atualizar novas tecnologias para aumentar a eficiência dos serviços, a capital japonesa cria iniciativas que abordam as dificuldades observadas no espaço urbano. O seu plano chamado Sociedade 5.0 foca principalmente no desafio do envelhecimento da população. Soluções de inteligência artificial e IoT são usadas para que a população idosa, incluindo os residentes de áreas rurais, possa acessar os benefícios de maneira rápida, barata e eficiente. (Estadão)

Viver

O Senado aprovou nesta quarta-feira a quebra temporária das patentes de vacinas em casos de emergência sanitária, como a pandemia de Covid-19. Como o Executivo é contra a medida, a lei permite que o Legislativo tome a iniciativa de autorizar a quebra. O texto vai agora para sanção presidencial. (UOL)

Hoje, pelo segundo dia seguido, a cidade do Rio de Janeiro não vai aplicar a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Ao anunciar a medida o prefeito Eduardo Paes (PSD) disse que o Rio recebeu cerca de 38 mil doses, 30 mil a menos que o necessário, e ressaltou que o Ministério da Saúde tem 11 milhões de doses em estoque. Paes chegou a pedir que o Instituto Butantan enviasse diretamente ao Rio a CoronaVac, como faz com São Paulo. Mas o governador paulista João Doria (PSDB) disse que o problema era “incompetência do governo federal”. (G1)

Falando na CoronaVac, um estudo feito na China indicou que uma terceira dose da vacina pode aumentar em até cinco vezes a defesa das células humanas contra a entrada do Sars-Cov-2. Os testes ainda precisam passar por revisões para confirmar o resultado. (Folha)

Pela primeira vez desde outubro as UTIs brasileiras estão com ocupação abaixo de 80% em todos os estados. Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Goiás e Rio ainda estão na zona de alerta intermediário, com ocupação acima de 60%. (Globo)

E nesta quarta-feira foram registrados 1.123 óbitos por Covid-19, totalizando 566.013 desde o início da pandemia. A média móvel em sete dias foi de 900 mortes, confirmando a tendência de queda. (UOL)

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Panelinha no Meio. Como nem todo mundo tem um tanque da década de 1970 para fazer fumaça e defumar os alimentos, o jeito é comprar já defumados mesmo. O bom é que dá para reaproveitar as sobras e fazer pratos deliciosos, como este arroz de forno com frango defumado. Fica perfeito se usar o arroz natalino, turbinado com queijo coalho e castanha-de-caju.

Cultura

Morreu no Rio de Janeiro, aos 84 anos, o ator Paulo José, um dos mais importantes nomes das artes cênicas brasileiras. Ele sofria do Mal de Parkinson e não resistiu a uma pneumonia. Gaúcho de Lavras do Sul, Paulo José começou a carreira em seu estado natal, mas logo ganhou o país, integrando o emblemático Teatro de Arena. Estreou na TV Globo em 1969 na novela Véu de Noiva, mas explodiu mesmo em 1972 com Meu Primeiro Amor. Seu personagem, o inventor Shazan, e seu parceiro Xerife, vivido por Flávio Migliaccio, fizeram tanto sucesso que o final da novela foi alterado para permitir a criação de uma série da dupla. No cinema, um de seus papéis mais marcantes foi em Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, onde interpretava a versão branca do personagem-título. Com Domingos de Oliveira, viveu uma parceria intensa em que encarnou o alter-ego do diretor a partir do também clássico Todas as Mulheres do Mundo (1966). Nele, contracenou com a primeira mulher, Dina Sfat, com quem teve três filhas. Foi casado também com Beth Caruso, com quem teve um filho, e Zezé Polessa. (UOL)

Colegas e fãs lamentaram a morte de Paulo José. (G1)

Confira momentos marcantes da carreira do ator. (G1)

Desde os anos 1960 o nome do grego naturalizado francês Konstantinos “Costa-”Gavras é sinônimo de cinema político, engajado e de alta qualidade. Agora, aos 88 anos, o diretor de Z (1969), Estado de Sítio (1973) e Desaparecido (1982) nos traz Jogo do Poder (trailer no YouTube), que estreia hoje no Brasil. O longa conta a tentativa frustrada da Grécia e do então ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, de renegociar sua dívida com os bancos do resto da Europa. As medidas de austeridade impostas pelo Eurogrupo mergulharam a sociedade grega numa crise sem precedentes. (Globo)

A ideia era abrir geral, mas o avanço da variante delta nos EUA fez com que os organizadores da entrega do Prêmio Emmy, o mais importante da TV, repensassem os planos. O evento será em local aberto, com presença de apenas quatro pessoas de cada equipe indicada e, a princípio, sem imprensa. Apenas com a transmissão pela TV e online, marcada para o dia 19 de setembro. (Estadão)

Cotidiano Digital

A Samsung anunciou novidades em seus smartphones dobráveis. O Galaxy Z Fold 3, que lembra um tablet quando aberto, é um modelo maior. Já o Galaxy Z Flip 3 é mais compacto e semelhante aos celulares mais antigos. A empresa também divulgou atualizações para seu relógio inteligente e fone de ouvido. Veja os detalhes de cada novidade. (G1)

A japonesa Panasonic vai encerrar a produção de televisores no Brasil após 40 anos, o que deve resultar no desligamento de 130 funcionários. (Valor)

E um novo recurso do WhatsApp facilita para quem quer migrar conversas do Android para o iOS ou vice-versa, incluindo arquivos de mídia e mensagens de áudio. (Canaltech)

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